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sábado, 14 de abril de 2018

Dados Estatísticos sobre a Emigração Italiana no Brasil



Emigração italiana por região entre os anos de 1876/1900 e 1901/1915

Abruzzo
109.038
2,1
486.518
5,5
Basilicata
191.433
3,6
194.260
2,2
Calabria
275.926
5,2
603.105
6,9
Campania
520.791
9,9
955.188
10,9
Emilia
220.745
4,2
469.430
5,4
Friuli V.G.
847.072
16,1
560.721
6,4
Lazio
15.830
0,3
189.225
2,2
Liguria
117.941
2,2
105.215
1,2
Lombardia
519.100
9,9
823.695
9,4
Marche
70.050
1,3
320.107
3,7
Molise
136.355
2,6
171.680
2,0
Piemonte
709.076
13,5
831.088
9,5
Puglia
50.282
1,0
332.615
3,8
Sicilia
226.449
4,3
1.126.513
12,8
Toscana
290.111
5,5
473.045
5,4
Umbria
8.866
0,15
155.674
1,8
Veneto
940.711
17,9
882.082
10,1
Total Emigrantes
5.257.911
100
8.769.749
100


Principais países que receberam emigrantes italianos entre os anos de 1876/1976

França
4.117.394
Estados Unidos
5.691.404
3.989.813
Argentina
2.969.402
Alemanha
2.452.587
Brasil
1.456.914
Bélgica
535.031
Canadá
650.358
Inglaterra
263.598
Austrália
428.289
Outros
1.188.135
Venezuela
285.014
Total
12.546.558
11.481.381
 


Segundo dados colhidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) entre os anos de 1884 e 1939 entraram no Brasil 4 milhões de emigrantes, sendo que os italianos constituíam a grande maioria. 
A primeira leva era formada prevalentemente por emigrantes de origem vêneta e foram assentados, principalmente, nas províncias do Rio Grande do Sul e Paraná, em grande lotes de terra, nas colônias organizadas especialmente para recebe-los. 
No Rio Grande do Sul as Colônias:Caxias(que originou as cidades de Caxias do Sul, Flores da Cunha, Farroupilha e São Marcos)Dona Isabel(que deu origem a cidade de Bento Gonçalves) e  Conde D’Eu(que deu origem a Garibaldi e Carlos Barbosa), todos na Serra Gaúcha e também na ColôniaSilveira Martins, na região central do estado (que deu origem as cidades de Silveira Martins, Vale Vêneto, Ivorá, Nova Palma, Faxinal do Soturno, São João do Polesine e Santa Maria). 
No Paraná as Colônias Nova Itália, em Morretes e mais tarde Colônia Santa Felicidade e Colônia Dantas.



A segunda grande onda também foi de trabalhadores agrícolas (braccianti),  destinados às plantações de café no estado de São Paulo. Com a abolição da escravidão no Brasil esses emigrantes vieram para substituir boa parte da mão de obra escrava. Sendo brancos e católicos os emigrantes italianos tiveram um tratamento um pouco diferente daquele reservado aos escravos. No entanto, devido as condições muito duras de trabalho e a mentalidade escravagistas ainda vigente, de muitos senhores de fazendas, a qualidade de vida desses emigrantes era somente um pouco superior aquela dos escravos. 
Essa situação, confirmada por centenas de relatos e denúncias enviadas à Itália, fez com que em 1902, através do decreto Prinetti, o governo italiano proibisse a emigração para aquele estado brasileiro. 
Os emigrantes italianos que chegaram em São Paulo eram na grande maioria pobres agricultores, provenientes do sul da Itália, calabreses, sicilianos e napolitanos.
Aqueles mais corajosos e preparados, que já tinham uma profissão artesanal na Itália, logo abandonaram as fazendas e se aventuraram nos setores de serviços e comércio, nas cidades vizinhas do interior do estado, vindo a melhorar consideravelmente as condições de vida. 
Esses emigrantes destinados para o estado de São Paulo, igual aos que foram assentados nas províncias do sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, quando aqui chegaram não possuíam uma consciência nacional e nem mesmo conheciam a língua do país de proveniência. A língua italiana foi sendo introduzida aos poucos, substituindo os diversos dialetos regionais, que quase sempre eram pejorativamente associados à pobreza. 
Para se distinguirem socialmente, aqueles que começaram a se destacar economicamente passaram a aprender a língua italiana.
No Rio Grande do Sul aconteceu o contrário, os emigrantes italianos, na sua grande maioria composta de vênetos, lombardos e friulanos, ficaram durante muito tempo isolados nas colônias, distantes dos grandes centros, criaram a sua própria língua como forma de poderem se comunicar entre si. Também não conheciam a língua italiana e falavam somente os seus diversos dialetos regionais e muitas vezes somente aqueles dos locais de proveniência. A essa nova língua foi dado o nome de Talian, hoje uma língua verdadeira, com gramática própria e centenas de livros publicados. É falada ainda hoje por uma grande parte da população dos três estados do sul do Brasil. 
A língua italiana somente nos últimos anos é que se difundiu um pouco mais, mas como uma forma de enriquecimento cultural pessoal, tal como o francês ou o inglês, nos meios mais elitizados da sociedade gaúcha e jamais para se comunicarem entre si, que além do português, é somente feito com o talian. 


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS