Mostrando postagens com marcador asolo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador asolo. Mostrar todas as postagens

domingo, 22 de outubro de 2023

Destino e Determinação: A Saga de Caterina Cornaro, a Última Rainha de Chipre

Caterina Corner


Catarina Corner, era filha de Marco Corner e Fiorenza Crispo, nasceu em Veneza em 25 de novembro de 1454. Antes de completar quatorze anos casou-se por procuração com Giacomo II Lusignano, rei de Chipre. 

Quatro anos depois, em 1472, se transferiu para a ilha. Quiz o destino que em 1473, grávida de oito meses, a apenas um ano da sua chegada na ilha, ficasse viúva. O seu marido rei Giacomo II, com apenas trinta e três anos, veio a falecer após de alguns dias de uma caçada. Teria morrido devido alguma doença contraída ou teria sido envenenado, uma antiga prática ainda comum nas diversas cortes pelo mundo. 

No seu testamento o rei estabeleceu a passagem do trono à sua esposa, na espera do nascimento do filho. O menino nasceu em 28 agosto 1473 e recebeu o nome de Giacomo III. Era uma criança doentia e veio a falecer em agosto de 1474 devido a malária. 

Sem outros herdeiros a quem transmitir o título, sozinha e atarefada com as atividades do governo na qual foi auxiliada pelo pai e sustentada pelos venezianos. Em 21 de fevereiro 1487 o senado da Sereníssima República de Veneza vota a anexação do pequeno reino.

Resistiu ainda a essas tentativas de anexação, mas,  finalmente, foi convencida, pelo seu irmão Giorgio Corner e pelo capitão de mar Francesco Priuli,  a abdicar o trono, o que aconteceu em 21 de fevereiro 1487 ,na catedral de Famagosta. 

Quatro meses depois Caterina desembarcou na ilha de San Niccolò do Lido, em Veneza, acolhida entusiasticamente pelo doge Agostino Barbarigo em pessoa e por uma multidão que a esperava. No mesmo dia acompanhada pelo doge e todos os dignatários venezianos compareceu na basílica de San Marco e doou formalmente o seu reino para a Sereníssima República de Veneza. 

Em troca pediu de manter formalmente o título de rainha (rainha de Chipre, Armenia e Jerusalem). A ela também foi dado como compensação a cidade de Asolo e uma renda anual de oito mil ducados de ouro. 


Pedra tumular na Igreja de San Salvador em Veneza



Caterina a partir de 1491 viveu quase ininterruptamente em Asolo, no castelo que mandou construir em 1493, cercada de artistas, escritores, poetas. músicos, nobres e membros do clero veneziano, com os quais mantinha concorridos encontros culturais e organizava obras de caridade. 

Faleceu em 10 de Julho de 1510 no seu palácio de San Cassiano,na cidade de Veneza, sendo a causa mortis declarada de "dor de estômago".  Seu corpo foi sepultado na Igreja dos Santos Apóstolos, mais tarde transladado para a Igreja de San Salvador, onde ainda hoje é recordada por uma pedra tumular fixada no seu pavimento. 




sábado, 25 de julho de 2020

Asolo e a sua História


Localizada em uma posição privilegiada, com um clima bastante favorável, fizeram de Asolo um centro habitado já desde a época pré histórica, logo depois que os Vêneto ali se estabeleceram.
Em época romana se chamava Acelum, ocasião em que assistiu um período de grande crescimento especialmente entre os séculos I a.C. e I d.C., quando então foi promovida à categoria de municipium romano.
Descobrimentos arqueológicos atestam a presença de termas, de um aqueduto, um Foro e um teatro, mostrando a sua importância nessa época.

Leone Veneto
Foto Luiz Carlos Piazzetta

Já no século VI era um importante centro cristão, tinha um bispo e até o ano de 969 conservou a sede episcopal quando então se tornou feudo do arcebispado de Treviso.

Estrada em Asolo
Foto Luiz Carlos Piazzetta

Entre os séculos XI e XIV passou pelo domínio de potentes famílias, tais como os Tempesta, Ezzelini, da Camino, Scaligerie Carraresi e finalmente passando para o domínio da Sereníssima Republica de Veneza.

Rua de Asolo
Foto Luiz Carlos Piazzetta

No final do século XIV, já no período da dominação de veneziana, Asolo entrou em uma fase de grande esplendor. No ano de 1489 com a chegada da ex rainha de Cipre, passou a Senhoria de Caterina Cornaro, a qual reuniu ali uma grande corte renascentista de artistas, escritores e poetas, os quais deixaram indeléveis pegadas na arte e no progresso da cidade.

Rua de Asolo
Foto Luiz Carlos Piazzetta

Nesse período a administração veneziana promoveu modernizações urbanas na cidade criando fortes laços com Veneza e sua própria aristocracia somente rompidos com a queda da Sereníssima. Nesse período se dizia por toda parte, como forma para demonstrar e reforçar esses fortes laços, que "Asolo é Veneza e Veneza é Asolo".

Via Browning
Foto Luiz Carlos Piazzetta


Em 1797 foi a vez de Napoleão tomar posse da cidade e no século XIX foi dominada pelos austríacos. Estes reformaram várias instituições civis e deram inicio a um programa de obras públicas, como a restauração do teatro Duse. Finalmente em 1866 passou a fazer parte do Reino da Itália.
Um relato dos fatos ocorridos na cidade até o século XIX ficou marcado no antigo relógio de pendulo escondido atrás do balcão de uma enoteca na rua Browning, próximo ao teatro dos Rinnovati, onde estão anotadas as datas da importantes da história da cidade à partir do início do século XIX.