Passava um pouco das dez horas da noite de 25 de Outubro de 1927, quando navegava nas costas do Brasil, na altura de Abrolhos, na Bahia, o vapor italiano Principessa Mafalda, com 1259 passageiros a bordo naufragou, matando 314 deles, muitos dos quais emigrantes italianos que se dirigiam para Buenos Aires, na Argentina.
Apesar de ser um dos maiores desastres marítimos na Itália teve pouca repercussão na mídia, muitos eram os interesses a serem protegidos e ocultados, especialmente o prestígio da marinha mercante italiana e do próprio país em pleno período fascista.
Foram muitos anos de silêncio sobre as verdadeiras causas do naufrágio desse luxuoso navio pertencente ao senador Ernesto Piaggio, fundador do Lloyd Italiano. A falta de revisão e de uma manutenção adequada foram as principais causas que levaram ao desastre.
As concorridas rotas marítimas do Atlântico, por onde passavam milhões de emigrantes, de diversos países europeus, não permitiam paradas muito demoradas dos navios para que fosse possível fazer a devida manutenção e reparação de pequenos danos. Esses navios estavam sempre com a lotação máxima tanto de passageiros como de mercadorias.
Na parada não programada na Ilha de Cabo Verde, o comandante já sabia que alguma coisa não estava bem com o navio e telefonou para a sociedade armadora pedindo para enviarem um outro navio para substituir o Principessa Mafalda. O seu pedido não foi aceito e o mandaram prosseguir viagem até o Brasil e esperar por novas ordens.
Infelizmente, a viagem não chegará ao destino, um forte estrondo e um grande abalo estremeceu todo o navio. A árvore de sustentação da hélice havia se partido completamente, atingindo e rompendo uma das laterais do navio, que rapidamente começou a inundar devido a falta de manutenção das portas estanques da sala de máquinas, as quais não se fecharam adequadamente.
A falta de uma correta manutenção de outras partes essenciais do navio, como as travas das escotilhas que também não vedavam bem, permitiram a entrada de grande quantidade de água que foi inundando com rapidez todo o navio.
O comandante emitiu um pedido de socorro e rapidamente chegaram alguns navios que passavam por perto, mas, estes não se atreveram a encostar muito devido o perigo de explosão das caldeiras.
Os que se salvaram foram recolhidos por esses navios. Nada mais podia ser feito e o navio afundou levando consigo 350 passageiros e 32 tripulantes, incluindo o seu comandante. As explicações do que tinha ocorrido jamais foram feitas pelo governo fascista, somente informaram que tudo estava em ordem no navio o que não era verdade.
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