No final do século XIX, os navios a vapor europeus que seguiam para o Brasil atracavam principalmente nos portos do Rio de Janeiro e Santos. Antes de 1870, a travessia para as Américas era feita em embarcações à vela e podia levar até 60 dias. Com o advento da navegação a vapor, por volta da década de 1890, esse tempo foi reduzido para 20 a 30 dias. Entre as companhias marítimas notáveis estavam La Veloce, Navigazione Generale Italiana, Ligure Brasiliana, Lavarello, Navigazione Italo-Brasiliana e Lloyd Italiano Royal Mail.
Apesar das variações de época e tamanho, esses navios chegavam a transportar mais de 1000 passageiros por viagem, o que representava cerca de um terço da sua capacidade real. Como resultado, a maioria dos migrantes viajava em condições precárias na terceira classe, frequentemente deitados em beliches amontoados ou diretamente no piso sob o convés. O capitão ocasionalmente permitia que subissem à proa para respirar ar fresco e caminhar ao sol.
Os compartimentos eram extremamente sujos, a comida era escassa e frequentemente estragada, e a água potável era insuficiente. Além das péssimas condições higiênicas, as difíceis condições climáticas agravavam a situação. A diferença térmica noturna fazia com que a umidade sufocante do dia fosse seguida por uma queda drástica de temperatura à noite. Essas condições propiciavam a disseminação de doenças infecciosas como varíola e cólera, que rapidamente se transformavam em epidemias.
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