Clementina Tavernari
fundadora da Colônia de Porto Real
Clementina Tavernari nasceu em Concordia sulla Secchia, na província de Modena, então Ducado, em 1820. Inscrita na maçonaria e envolvida nas revoltas revolucionárias de 1848 em favor do Piemonte, em 1849 acabou sendo exilada e fugindo para a Suíça, onde conheceu o músico Alfonso Malavasi, flautista.
Clementina e o músico Afonso emigraram posteriormente para o Brasil onde ele, após dar vários concertos no Rio de Janeiro, foi convidado para a corte, onde tocou na presença do imperador D. Pedro II e da imperatriz Maria Teresa Cristina de Bourbon.
Foi o início de uma extraordinária relação pessoal entre o casal Malavasi-Tavernari e os soberanos. Após a morte de Alfonso, durante uma epidemia de febre amarela, em 1874 o imperador autorizou Clementina Tavernari a alistar 50 famílias de agricultores do norte da Itália para fundar uma colônia com o nome da imperatriz na então província de Santa Catarina.
Clementina voltou para a Itália, para Concordia, e em colaboração com seu colega aldeão Enrico Secchi, um professor de escola primária, arregimentou e alistou algumas famílias das províncias de Modena e Mantova.
Os emigrantes embarcaram em 3 de dezembro de 1874 em Gênova e desembarcaram no Rio de Janeiro em 17 de fevereiro de 1875, sendo acolhidos na hospedaria local.
A colônia de Porto Real, localizada a cerca de 200 quilômetros da cidade do Rio de Janeiro, foi uma das primeiras fundadas por italianos no Brasil.
Os imigrantes dedicaram-se ao cultivo da cana-de-açúcar e mais tarde também à criação de gado. Depois da primeira usina de destilação de cana-de-açúcar, muitas outras fábricas foram construídas em Porto Real e foi fundada uma associação italiana com o nome de Vittorio Emanuele II.