Veneza, sempre foi considerada a "porta de entrada para o Oriente" e na sua história mais que centenária, soube gerir relações e intercâmbios com os vários povos do Mediterrâneo e, em geral, relações positivas com diferentes povos, culturas e religiões.
O governo da Sereníssima conseguiu organizar e administrar a presença de estrangeiros na cidade, entre eles aqueles com os quais viveu inúmeros períodos conflituosos e de guerras, mas, quando em paz podiam viver em harmonia e manter entre si um lucrativo comércio.
Ao longo do Grande Canal, no sestiere de Santa Croce, fica o grande armazém dos turcos, então denominado fondaco dei turchi. Hoje abriga um importante Museu de História Natural.
O palácio data do século XIII, construído por volta de 1225 sob encomenda de Giacomo Palmieri, cônsul do município de Pesaro e identificado como o fundador da família Pesaro.
Em 1381, a Sereníssima República de Veneza tornou-se proprietária com o objetivo de doá-la a Niccolò II d'Este por seu apoio durante a guerra de Chioggia, travada contra a República de Gênova. No entanto, a propriedade do edifício pela família Este foi descontínua, visto que o edifício foi concedido e apreendido várias vezes em função das relações políticas vigentes entre as duas repúblicas marítimas.
O antigo grande armazém que em grego significa hotel e casa-armazém em árabe é um edifício de estilo veneziano bizantino, ocupado pelos turcos desde o início dos anos 1600 até a primeira metade dos anos 1800.
A partir de 1608, foi proposta a teoria de atribuir um edifício da cidade à sede dos mercadores turcos. A proposta concretizou-se apenas em 1621: nessa ocasião o edifício foi convertido em local de comércio e aí construídos armazéns, casas de banho, serviços e quartos.
O palácio manteve esta função desde o século XVII até o século XIX. Em 1732 o edifício, que já se encontrava em decadência devido à paralisação do comércio com o Oriente devido à Guerra de Candia, sofreu um desabamento interno. Mais tarde, passou primeiro para o Pesaro e depois para o Manin.
Em seu interior abrigava um bazar, banhos turcos e até uma pequena mesquita. Era um centro de armazenamento e troca de mercadorias entre Veneza e a Turquia.
Embora Veneza sempre estivesse em guerra com a Turquia, um tribunal especial controlava a troca de mercadorias, armas e dinheiro.
Por respeito à cultura muçulmana, impediam a entrada de mulheres e jovens cristãos. O armazém estava aberto ou fechado dependendo do momento, se a Sereníssima República estava em paz ou em guerra com a Turquia.