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sexta-feira, 10 de novembro de 2023

As Colunas de San Marco: Testemunhas de uma História Milenar e Fantasiosa

San Todaro


As duas altas colunas de granito vindas do oriente de cor rosa e cinza que ladeiam o acesso a Praça de San Marco quando se chega a Veneza pela água no mole de San Marco, tem uma história milenar, muitas vezes até fantasiosa. Não se sabe bem quando essas duas majestosa s coluna chegara em Veneza. Segundo Francesco Sansovino elas teriam vindo trazidas de Constantinopla na segunda metade do século XII. Dizia também que na verdade eram três, mas que uma, durante os trabalhos de desembarque caiu na água e não foi possível recuperá-la. Sendo que nos dias atuais ela realmente foi encontrada no local indicado, onde os navios atracavam. Na verdade as duas grande colunas ficaram depositadas no chão durante longos anos por não saberem como levantá-las do chão. Até que em 1172 um engenheiro lombardo finalmente conseguiu coloca-las no lugar que estão até os dias de hoje. Como premio recebeu um contrato para exploração de jogos de azar entre a duas colunas e consta segundo os cronistas da época que enriqueceu bastante. Outros historiadores fixam o ano de 1125 por ocasião do retorno da Terra Santa do Doge Domenico Michiel.




No alto, sobre a colunas estão colocados os dois símbolos mais representativos de Veneza. Em um deles a estátua de São Teodoro, primeiro padroeiro e protetor da cidade, o qual foi mais tarde substituído por São Marcos. 





São Teodoro aparecesse em pé sobre um enorme crocodilo. Na verdade ele era um santo egípcio que tinha sido adotado pelos venezianos. Na outra coluna está o majestoso Leão Alado, símbolo de São Marcos e de todo o Vêneto.
Historiadores relatam que durante um longo período, era justamente nesse local, entre as duas colunas, que se executavam os condenados à morte. Por essa razão durante séculos os supersticiosos venezianos evitavam transitar entre elas. 


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS



domingo, 25 de setembro de 2022

Veneza e São Marcos o Evangelista

 



Veneza e São Marcos o Evangelista


Judeu de família rica, nascido no século I, provavelmente na Palestina. Foi missionário no Oriente e Roma, onde teria escrito o Evangelho. No ano de 66, da prisão, S. Pedro escrevendo a Timoteo nos fornece as últimas informações a respeito de Marcos, que morreu possivelmente no ano 68, em Alexandria, Egito. Seus restos mortais estavam em uma igreja dessa cidade que foi incendiada pelos árabes no ano de 644 e posteriormente reconstruída pelos Patriarcas da Alexandria até 689. 

A lenda diz que no ano de 828, neste local, chegaram dois mercadores venezianos, Buono da Malamocco e Rustico da Torcello, que se apoderaram dos restos mortais do Evangelista e os levaram para Veneza, aonde chegaram em 31 de Janeiro de 828. Os despojos de Marcos foram recebidos com grande honra pelo Doge Giustiniano Partecipazio, que era filho de Agnello e sucessor do primeiro doge das ilhas de Rialto. No ano de 832 foi concluída, pelo Doge Giovanni, irmão e sucessor de Giustiniano, a construção de uma basílica para receber definitivamente os restos mortais do santo a qual passou a ser chamada de Basílica de Marcos. No início a esplendida construção em mármore, repleta de ouro e pedras preciosas de todo o Oriente, teve alguns contratempos, tendo sofrido um incêndio no ano de 976, provocado por uma revolta popular contra o Doge Candiano IV, que tinha se refugiado com seu filho dentro da basílica. 

Bandeira do Vêneto




Na ocasião os revoltosos também, destruíram e incendiaram o vizinho Palazzo Ducale, moradia e sede do governo da Sereníssima República de Veneza. No ano de 976-978, com o seu próprio dinheiro, o Doge Pietro Orseolo I reformou tanto a Basílica como o Palácio Ducal. Mais tarde, no ano de 1063, por ordem do Doge Domenico Contarini I foi dado início a mais uma reforma da Basílica, a qual foi completada pelo seu sucessor Doge Domenico Selvo (1071-1084). 

No ano de 1071, São Marcos foi escolhido para ser o titular da basílica e patrono da Sereníssima República de Veneza, em substituição a São Teodoro, que até o século XI tinha sido o santo protetor de Veneza. A Basílica foi solenemente consagrada no dia 25 de Abril de 1094 durante o governo do Doge Vitale Falier. Na ocasião, depois da missa celebrada pelo bispo, foram rompidas algumas placas de mármore de uma coluna e encontrada uma caixa com as relíquias. A partir daí a República de Veneza permaneceu indissoluvelmente ligada ao seu patrono, sendo que o seu conhecido símbolo, o Leão Alado, passou a fazer parte do estandarte da Sereníssima República de Veneza, junto os dizeres inscritos no livro: “Pax tibi Marce, evangelista meus”.


segunda-feira, 23 de abril de 2018

Quando o País Itália Ainda Não Existia



Todo brasileiro descendente de italianos deveria saber que, quando os primeiros imigrantes “italianos” chegaram no Brasil, a Itália como país só existia a apenas 9 anos. Foi somente à partir de 1866 com a unificação que podemos falar de um país com o nome de Itália, que por sinal era um reino. Este Reino da Itália era governado pela Casa de Savoia, cujas origens estavam no Piemonte.
No século XVIII o que existia no território que pertence hoje a Itália, era diversos Estados independentes, separados entre si, cada um com o seu governo próprio. 
A “Itália” daquele tempo estava muito dividida em estados soberanos, entre outros podemos lembrar do Reino da Sardenha, o Reino de Napoli, Estado da Igreja, o Ducado de Milão e a Sereníssima República de Veneza. Estes vários estados, uns mais poderosos e ricos que outros, tinham origem, cultura e línguas muito diferentes entre si. 


No século seguinte tivemos um longo processo de unificação chamado de Risorgimento, comemorado na Itália no dia 17 de Março, que depois de algumas batalhas, lançou as bases para a formação do reino italiano. Este se completou em 1866, com a passagem do Vêneto para a Itália, após um polêmico plesbicito, ainda muito mal explicado, repleto de manobras nada isentas, totalmente manipulado pelo reino italiano. Para aqueles que sabem ler em italiano e quiserem se aprofundar no assunto recomendo o livro “1866 la grande trufa” do escritor E. Beggiato.



Foi nesse turbulento período, onde os problemas do desemprego e da fome começaram a atingir os camponeses do norte e do sul da península, que se deu início à emigração em massa para a América.
Os nossos antepassados ao aqui chegarem desconheciam a língua oficial italiana. Não se auto denominavam italianos e sim pelo nome das províncias em que nasceram. Quando finalmente a Itália foi criada, o governo foi atrás de uma língua para ser introduzida e usada pelo novo país. 
A língua toscana na época era a mais erudita de todas, com muitos escritores famosos mundialmente, já conhecidos vários séculos antes, foi aquele escolhido para ser a língua oficial de toda a Itália. Enfim, eram florentinos os escritores Petrarca, Dante Alighieri, Boccaccio, considerados os pais da literatura italiana. 


A anexação do Vêneto pela a Itália foi sem dúvida um dos acontecimentos mais marcantes e que veio agravar a situação já crítica da economia daquela região, precipitando a fuga em massa de milhões de pessoas. Esse verdadeiro êxodo serviu como uma válvula de escape de um caldeirão pronto para explodir em uma guerra civil. Foi nas costas dos pobres agricultores vênetos e daqueles do sul da península que sobrou o ônus da transformação da Itália em um país.
Os nossos primeiros imigrantes, aqui chegados à partir de 1875, falavam os diversos dialetos das suas província de origem e não conheciam e não sabiam falar essa nova língua, que estava sendo imposta para todo o país pelo governo do reino. 
A quase totalidade dos nossos antepassados quando aqui aportaram eram semianalfabetos, os seus diversos dialetos quase não eram mais escritos, especialmente, depois da caída da Sereníssima República em 1797, ou melhor, quase não mais se escreviam livros em vêneto. Era uma língua quase que somente falada. Eram pouco instruídos, porém, não eram incultos, na verdade eram herdeiros da fabulosa e milenária cultura da Sereníssima República de Veneza, uma riquíssima potência marítima, tanto militar como comercial, que teve uma vida de dez séculos.


A região do Vêneto tem uma forte ligação com o Brasil, na medida em que milhares deles se estabeleceram aqui, principalmente nos três estado do Sul. Também tem uma forte presença em São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais, quando para lá foram levados no último quarto do século XIX e início do XX, para trabalharem nas grandes fazendas de café, em substituição da mão de obra escrava que estava sendo libertada. 
No Vêneto se fala a língua vêneta, que não é um dialeto como se ouve muito dizer, com as suas várias nuances e particularidades próprias, conforme a província de origem. Existem portanto, muitas formas de se dizer referir à algumas coisas na língua vêneta. 


Quando os primeiros emigrantes vênetos, ainda no navio que os trazia para o Brasil, já sentiram as dificuldades que teriam para se comunicarem entre eles. Assim, no Rio Grande do Sul, mantidos isolados nas diversas colônias onde foram assentados, criaram uma nova língua, muito rica e melodiosa. Foi usando palavras dos diversos dialetos dos imigrantes, que aos poucos foi se sedimentando esta particular forma de falar, uma verdadeira nova língua, a qual foi denominada de Talian. Como mais de 50% dos imigrantes que chegaram ao Rio Grande do Sul era proveniente da Região do Vêneto, a língua vêneta naturalmente teve maior influência na formação do Talian.
A língua vêneta do Brasil evoluiu de uma maneira diferente da língua vêneta falada hoje na Itália, mas, são totalmente inteligíveis por ambos os grupos falantes. O Talian emprestou do português as muitas novas palavras e maneiras de dizer que surgiram nesses últimos 140 anos, desde a chegada dos primeiros emigrantes. Por seu lado a língua vêneta falada na Itália sofreu uma maior influência do italiano para o seu desenvolvimento. O Talian, com certeza, é a nossa verdadeira língua mãe.
Os estados do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Espírito Santo receberam uma grande quantidade de imigrantes de Vêneto ao longo dos anos. Assim, a presença do Talian nessas regiões é bastante presente até hoje. Estima-se que mais de um milhão de brasileiros sabem falar fluentemente o Talian e quase outro tanto ainda consegue entende-lo. 

 
  
 


No Rio Grande do Sul existem escolas, programações de rádio, escritores dedicados a esta língua. Já existem mais de cem livros escritos em Talian, inclusive dois ou três dicionários. O mais emblemático deles, também por ser o primeiro, é “Vita e Stòria de Nanetto Pippeta” cujo lançamento em 1924 alcançou uma grande repercussão nas colônias italianas do Rio Grande do Sul. Este livro tem tradução para o português,mas, se perde muito da versão original em Talian. Peças de teatro são também escritas nessa língua, com grande aceitação de público. Ela é considerada hoje, depois do português, a segunda língua do estado. 


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

segunda-feira, 12 de março de 2018

Il Leone di San Marco



Leone di San Marco

La simbologia del leone di san Marco deriva da un'antichissima tradizione delle Venezie, secondo la quale un angelo in forma di leone alato, avrebbe rivolto al Santo, naufrago nelle lagune, la frase: «Pax tibi Marce, evangelista meus. Hic requiescet corpus tuum.» (Pace a te, Marco, mio evangelista. Qui riposerà il tuo corpo.) preannunciandogli che in quelle terre avrebbe trovato un giorno riposo e venerazione il suo corpo. Il libro, spesso erroneamente associato al Vangelo, ripropone proprio le parole di benvenuto del leone e, nella maggior parte delle rappresentazioni veneziane, si presenta aperto recando solitamente la scritta latina «PAX TIBI MARCE EVANGELISTA MEVS»
Bisogna ricordare anche che lo stesso san Marco, rappresentato in forma di leone, è tipico dell'iconografia cristiana derivante dalle visioni profetiche contenute nel versetto dell'Apocalisse di san Giovanni 4, 7. Il leone è infatti uno dei quattro esseri viventi descritti nel libro come posto attorno al trono dell'Onnipotente ed intenti a cantarne le lodi, poi scelti come simboli dei quattro evangelisti. In precedenza questi "esseri" erano stati descritti dal profeta Ezechiele nel suo libro contenuto nella Bibbia ebraica. Il leone è associato a Marco in funzione delle parole con le quali inizia il suo Vangelo in riferimento a san Giovanni Battista:
« Inizio del vangelo di Gesù Cristo, Figlio di Dio.
Come è scritto nel profeta Isaia: "ecco, io mando il mio messaggero davanti a te, egli ti preparerà la strada.
Voce di uno che grida nel deserto: preparate la strada del Signore, raddrizzate i suoi sentieri". »
(Vangelo secondo Marco 1,1-3)
Il Battista vestiva nell'immaginario cristiano una pelle di leone e la frase evangelica della voce che grida nel deserto richiamava l'idea di un ruggito nel deserto.
Il leone simboleggia anche la forza della parola dell'Evangelista, le ali l'elevazione spirituale, mentre l'aureola è il tradizionale simbolo cristiano della santità.
Tuttavia il simbolo leonino esprimeva anche il significato araldico di maestà e potenza (tratto quest'ultimo sottolineato soprattutto dalla coda felina alzata), mentre il libro ben esprimeva i concetti di sapienza e di pace e l'aureola conferiva un'immagine di pietà religiosa. La spada, oltre al significato di forza, è invece anche simbolo di giustizia e difatti è ricorrente nelle rappresentazioni, antropomorfe e no, della Giustizia.
Erano dunque simbolicamente presenti tutti i caratteri con cui Venezia ama pensare e descrivere sé stessa: maestà, potenza, saggezza, giustizia, pace, forza militare e pietà religiosa.
Numerose le interpretazioni simboliche possibili riguardo alla combinazione tra spada e libro:
il solo libro aperto è ritenuto simbolo della sovranità dello Stato (numerose le raffigurazioni dei dogi inginocchiati davanti a tale rappresentazione);
il solo libro chiuso è invece ritenuto simbolo della sovranità delegata e quindi delle pubbliche magistrature;
il libro aperto (e la spada a terra non visibile) è ritenuto popolarmente simbolo della condizione di pace per la Serenissima,in realtà un falso storico perchè non è suffragato da alcuna fonte storica
il libro chiuso e la spada impugnata è invece popolarmente, ritenuto simbolo della condizione di guerra,ma è un falso storico dell 1800 ,il libro aperto e la spada impugnata sarebbe infine simbolo della pubblica giustizia.
Tuttavia tali interpretazioni non sono universalmente accettate in quanto la Serenissima non codificò mai i propri simboli rappresentati in modo assai vario. Rare, ma presenti, sono anche raffigurazioni del leone privo sia del libro, che della spada, che talvolta dell'aureola (soprattutto nella rappresentazione statuaria).
Non rare le raffigurazioni in cui il leone poggia le zampe anteriori su una terra in cui spesso compare anche una città turrita e quelle posteriori sull'acqua: tale particolare rappresentazione intendeva indicare il saldo potere di Venezia sulla terra e sul mare.
doc- stampa vettor carpaccio -leone andante 1516 -palazzo ducale 
doc- il leone di san marco -storia p.c


Fonte: Mattias Von Der Schulenburg


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS