Il Ponte dei Sospiri |
A
inexorabilidade e a eficácia dos órgãos da justiça vêneta de então permitiram
conter a criminalidade. No período compreendido entre os anos de 1300 e 1797,
portanto em quase quinhentos anos, as condenações à morte foram em número de
1279, ou aproximadamente de duas ao ano. Trata-se de um número pequeno em
relação ao que acontecia nesse mesmo período no resto da Europa.
A pena mais
severa depois da de morte era a de exílio, expulsão dos domínios da República
de Veneza. Se o criminoso era condenado aos trabalhos forçados significava que
era embarcado nas galeras como remador, os chamados de "galeotto".
Nas prisões da Sereníssima existiam os famigerados "piombi", assim denominadas
as prisões revestidas de placas de chumbo que cobriam o seu teto, como nas
prisões do Palazzo Ducale.
Os Doges deviam ser responsáveis e administrar com
honestidade a Sereníssima República de Veneza. Os que não agiram corretamente
foram executados como foi o caso do Doge Marino Falier que articulou um plano
para impor um poder absoluto em Veneza contra o Governo Colegiado vigente.
Julgado foi condenado por alta traição e decapitado no pátio do Palazzo Ducale,
em execução reservada com as portas fechadas.
A justiça da República tinha
força para permitir a punição e até a decapitação do seu líder máximo. Quando
assumiam o cargo os doges deviam jurar fidelidade e honestidade à República,
não devendo fazer do cargo trampolim para poder pessoal ou para enriquecimento
particular. Os doges não deviam se considerar senhores de Veneza, mas somente
como chefes da República, ou melhor deviam se considerar os servos honorários
desta e submeter-se às mesmas leis vigentes como qualquer outro cidadão comum.
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS