No anos finais do século XIX e início do século XX na América do Sul, tanto a Argentina como o Brasil, se constituíram na terra prometida para aqueles que deixavam a Itália.
No caso da Argentina os imigrantes italianos foram os mais numerosos neste verdadeiro êxodo que esvaziou os campos e as pequenas cidades italianas de norte ao sul do país. Foi uma corrida desenfreada, na qual desembarcaram na Argentina em quantidades crescentes nos anos de 1886 a 1889. Foram cerca de 43.000, 67.000, 75.000, 88.000 respectivamente.
Em 1889 a prosperidade platina atingiu seu auge e em 1890 quando veio uma grande crise crise no país atingindo os recém chegados imigrantes. O fluxo migratório para a Argentina foi o maior entre aqueles para as Américas. A maioria dos imigrantes era proveniente das províncias do norte da Itália. O período de maior entrada de imigrantes italianos na Argentina foi aquele entre os anos de 1876 até 1925.
"Mi emigro par magnar..." assim se expressou um imigrante às autoridades portuárias tão logo desembarcou na nova terra. Os interesses dos grande empresários, principalmente do setor agrícola estavam sendo atingidos com aquela fuga em massa e o parlamento italiano fez algumas tentativas isoladas para frear essa grande saída de mão de obra necessária para a Itália, criando algumas leis que dificultava a emigração. Assim responderam os emigrantes "Ma se intanto mi no magno! Come se ga da fare a spetar"
Sem dúvida, este não foi o único motivo que fez milhões de italianos deixarem as suas terras e empreenderem uma difícil viagem para o outro lado do oceano. Muitos jovens emigraram para fugir de suas famílias, outros esperavam fazer fortuna, outros, finalmente, perseguidos pelas autoridades foram forçados a deixar a Itália por motivos políticos.
A imigração italiana para a Argentina é um fenômeno que se prolongou, se bem que com menor intensidade, até o ano de 1959. Os italianos que chegaram à Argentina no século XIX partiram de todas as regiões da Itália, especialmente do norte, como: Piemonte, Liguria, Lombardia e Vêneto. No século XX saíram do sul da Itália, desde a Calabria, Campania e Sicilia.
Em 1853, a Argentina tornou-se uma república federal. O governo platino empenhou-se no projeto de colonização agrícola estatal atraindo uma grande parte daquelas populações migrantes da Europa. A partir desse período ocorreram as primeiras tentativas de imigrantes italianos em adquirir terrenos das províncias ou diretamente do governo federal argentino.
Nos primeiros anos chegaram pequenos grupos de imigrantes, mas entre 1860 e 1878, a aquisição de grandes porções de terras deu um impulso significativo à política fundiária do governo.
A imigração em massa para a Argentina só pôde acontecer, primeiro pela Constituição do país de 1853, que deu a liberdade de imigração e em segundo lugar pela Lei de Imigração e Colonização de 1876 que criou algumas facilidades para os imigrantes, tais como: hospedagem gratuita por cinco dias, passagem de trem gratuita para o interior do país, escritório de emprego, promessas de concessão de terras públicas, que na prática teve efeitos limitados. Apesar disso a dificuldade de integração foi considerável.
A Comissão de Imigração nasceu com a finalidade de criar condições para o aumento da produção agrícola e incentivar a imigração de camponeses para o país. A produção agrícola argentina era insuficiente para as necessidades nacionais: os cereais eram importados pagando-os com o produto da venda da carne.