Mostrando postagens com marcador italianos no Rio de Janeiro. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador italianos no Rio de Janeiro. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Emilio Vettore: Na Stòria de Resiliensa

 


Emilio Vettore 

Na Stòria de Resiliensa


Intel 1878 Emilio Vettore, un omo de 35 ani, con la fàssia segnà da la fatiga e le man rugà, vardava el orisonte verso, ndove la promesa de na vita nova se mescolava con el peso de sfidi incalcolàbili. Gavea lassà la so pìcola vila ´ntel nord de l’Itàlia, in compagnia de la so mòier, Lucia, e i do fiòi, Pietro e Elena. La tera natia, devastà da la fame e la mancansa de oportunità, la zera adesso un ricordo pien de nostalgia e rimpianti. Ma, soto el cielo scaldante de la colónia agrìcola nova in provìnsia de Rio de Janeiro, Emilio gavea pensà de costruir qualcosa degna del sacrifìssio fato traversando el ossean.

Le matine scomisiava prima che el sol el zera nassesto, con el rumor de le zape che spacava la tera dura. Emilio guidava el sforso dei coloni par piantar cana de zùcaro, la promessa de prosperità che el governo gavea oferto in cambio de laoro sensa sosta. Lucia, da la so parte, se dedicava a tegner in ordine la casa semplice, ma pien de amor e cansoni italiane, mentre lei la curava i fiòi.

Passava i mesi, e le piantagioni de cana prosperava, ondolando con el vento come un mar dorado. Ma el problema no tardò a spuntar: sensa un ingegno par laorar el racolto, tuto sto sforso saria stado invano. El desespero se ga spandé tra i coloni. “Se perdemo tuto questo, el ze la nostra fine,” piansé Francesco Belaria, visin e amigo de Emilio.

Emilio, determinà e con ´na coràie silensiosa, radunò i capi de la comunità e propose ´na solusione: domandarghe a l’aministrassion de la colónia de portar un ingegno. “No podemo lassar che i nostri fiòi muora de fame par mancansa de struture! Andemo fin là!”

Con l’aiuto de altri coloni, Emilio el ga viaià fin a l’aministrassion regional, in ´na sità granda visin. Dopo zorni de negosiassioni, un ingegnere el ze sta mandà par costruir un Picoli ingegno de distilassion ´ntel sentro de la colónia. L’ingegno, improvvisà ma funsionale, el permesso la produsione de grapa e el ga salvà el racolto.

La notìsia de la vitòria la ze ´ndà de corsa par la colónia. Quando el primo baril de grapa el ze sta prodoto, Emilio el ga alsà un brindisi simbòlico con i coloni. “Incòi gavemo mostrà che podemo resister, ma anca costruir un futuro.”

Int el 1880, la colónia la ga ressevesto ´na visita ilustre: l’imperatore, con i so ministri e religiosi, lu i ze vegnesti par vardar el progresso dei imigranti. Emilio el ze sta scelto par rapresentar la colònia e guidar la comitiva tra i campi e el ingegno. Archi fati de piante, decorà con instrumenti agrìcole, adornava l’entrata de la vila.

“Questo ze el laoro de òmeni e done che ze rivà qua con quasi niente, ma che i ga costruì tuto con le so man,” el ga dato Emilio a l’imperator. Le parole semplice, ma cargà de emossion, risuonò tra i presenti.

I ani sussessivi portò sfidi, ma anca progresso. Emilio e Lucia lori i ga verto na pìcola scuola par imparar i fiòi de la colónia. Le piantagion se diversificava, con a entrada anca el maìs e le vigne, che i gavea produto i primi vini bianchi local.

Emilio no el ze mai tornà in Itàlia, ma ga tegnù viva la memòria de la so tera natia ´ntei conti che i gavea contà ai fiòi e ai nipoti. Ala fine de la so vita, el podea vardar i campi intorno a la so proprietà e amirar in lori el testimònio de la so resiliensa.

El so nome, pì tarde, el ze sta scolpì su na targa ´ntela piassa sentral de la colónia, con la frase che el gavea sempre ripetù: “El futuro se costruisse con el laoro, el coraio e la unione.”



quinta-feira, 1 de maio de 2025

Emilio Vettore: Uma História de Resiliência


 

Emilio Vettore: Uma História de Resiliência


Em 1878 Emilio Vettore, um homem de 35 anos, de rosto marcado pela luta e mãos calejadas, fitava o horizonte coberto de verde, onde a promessa de uma nova vida surgia misturada ao peso de desafios incalculáveis. Havia deixado sua pequena aldeia no norte da Itália, acompanhado da esposa, Lucia, e dos dois filhos, Pietro e Elena. A terra natal, devastada pela fome e pela falta de oportunidades, era agora uma lembrança carregada de saudade e arrependimento. Contudo, sob o céu escaldante da recém inaugurada colônia agrícola na província do Rio de Janeiro, Emilio se comprometera a construir algo digno do sacrifício que fizera ao cruzar o oceano.

As manhãs começavam antes do sol nascer, com o som de enxadas rasgando o solo duro. Emilio liderava os esforços dos colonos para plantar cana-de-açúcar, a promessa de prosperidade que o governo havia lhes oferecido em troca de trabalho incansável. Lucia, por sua vez, dedicava-se a manter a casa simples, mas cheia de amor e de canções italianas, enquanto cuidava das crianças.

Meses se passaram, e as plantações de cana-de-açúcar prosperaram, balançando ao vento como um mar dourado. Contudo, o problema logo se apresentou: sem um engenho para processar a colheita, todo o esforço seria em vão. O desespero se espalhou entre os colonos. “Se perdermos tudo isso, será o nosso fim”, lamentou Francesco Belaria, vizinho e amigo de Emilio.

Emilio, determinado e com uma coragem silenciosa, reuniu os líderes da comunidade e propôs uma solução: exigir da administração da colônia que providenciasse um engenho. “Não podemos aceitar que nossos filhos passem fome por falta de estrutura! Vamos até eles!

Com a ajuda de outros colonos, Emilio viajou até a administração regional na cidade grande mais próxima. Após dias de negociação, um engenheiro foi enviado para construir um pequeno engenho de destilação no coração da colônia. O engenho, improvisado mas funcional, permitiu a produção de aguardente e salvou a colheita.

A notícia da vitória correu pela colônia. Quando o primeiro barril de aguardente foi produzido, Emilio levantou um brinde simbólico aos colonos. “Hoje mostramos que podemos resistir, mas também construir um futuro.”

Em 1880, a colônia recebeu uma visita ilustre: o imperador, acompanhado por ministros e religiosos, viera testemunhar o progresso dos imigrantes. Emilio foi escolhido para representar a colônia e guiar a comitiva pelos campos e pelo engenho. Arcos feitos de plantas, decorados com ferramentas agrícolas, adornavam a entrada da vila.

Este é o trabalho de homens e mulheres que vieram para cá com quase nada, mas que construíram tudo com suas próprias mãos”, disse Emilio ao imperador. As palavras simples, mas carregadas de emoção, ressoaram entre os presentes.

Os anos seguintes trouxeram desafios, mas também progresso. Emilio e Lucia abriram uma pequena escola para ensinar as crianças da colônia. As plantações se diversificaram, incluindo milho e parreiras, que deram origem aos primeiros vinhos brancos locais.

Emilio nunca retornou à Itália, mas manteve viva a memória de sua terra natal nas histórias que contava aos filhos e netos. Ao final de sua vida, ele podia olhar para os campos entorno a sua propriedade e ver neles o testemunho de sua resiliência.

Seu nome mais tarde foi gravado em uma placa na praça central da colônia, com a frase que ele sempre repetia: “O futuro se constrói com trabalho, coragem e união.”


Nota de Autor

O trecho apresentado faz parte do livro "Emilio Vettore: Uma História de Resiliência", um trabalho de ficção que, embora imaginado, está profundamente baseado em fatos reais. Inspirado nas histórias dos imigrantes italianos que cruzaram oceanos em busca da tão sonhada "cucagna" — que, em sua essência, não era mais do que a esperança de um trabalho digno para garantir o pão de cada dia às suas famílias —, o romance procura capturar as emoções, os desafios e os sonhos que marcaram essas vidas.

Essa obra é uma homenagem aos milhares de italianos que deixaram suas terras, carregando saudades e memórias, mas também a força e a coragem necessárias para construir um futuro melhor em terras desconhecidas. Ao retratar as dificuldades e as conquistas desses pioneiros, o livro busca manter viva a memória de suas lutas e celebrar o legado de perseverança e resiliência que deixaram.

Espero que este livro inspire reflexões sobre a força humana diante das adversidades e que cada leitor possa encontrar, em suas páginas, um tributo à coragem e à determinação daqueles que ajudaram a construir nossas histórias.

Com apreço,

Dr. Piazzetta