No início da colonização
italiana na Serra Gaúcha as famílias eram assentadas em grandes lotes separados
pelas chamadas linhas e travessões, que permitiam o acesso livre entre eles.
Desde os primeiros tempos
constatou-se a necessidade de estradas para possibilitar o escoamento da
produção e a sua comercialização, atingindo os centros consumidores.
A chamada Linha Palmeiro,
nome dado em homenagem ao engenheiro que realizou a demarcação dos lotes, foi
uma das mais antigas vias coloniais do Rio Grande do Sul. Tinha uma extensão de
28 Km e em todo o seu comprimento foram demarcados 200 lotes de terra que logo foram
ocupados pelos imigrantes italianos que chegavam.
Esta importante via
começava na localidade conhecida por Barracão, na então Colônia Dona Isabel,
hoje município de Bento Gonçalves, onde ficava o lote de número 1 e se entendia
até a Colônia Nova Vicenza, hoje Farroupilha, com o lote de número 200.
Em toda a sua extensão,
de acordo com um censo realizado em 1883, dava conta que todos os lotes já
estavam ocupados, alguns por mais de uma família, devido a grande área
disponível em cada um. Ainda o mesmo censo desse ano relata que nela estavam
vivendo 1938 pessoas.
A Linha Palmeiro, pela
sua importância, foi palco de importantes passagens da história da colonização
italiana do Rio Grande do Sul. Entre elas a morte de Don Domenico Munari,
pároco daqueles pioneiros, falecido no ano de 1878, aos 39 anos de idade, na
altura do lote 79.
Don Domenico, tinha sido
pároco de Fastro, comune de Arsiè, Província de Belluno e emigrou para o Brasil
em 1876, via Porto de Bordeaux, juntamente com um grande grupo de seus
paroquianos, em uma acidentada viagem oceânica a bordo de um veleiro norueguês
que naufragou logo na saída, ainda nas costas da França.
Também na Linha Palmeiro
aconteceu a criação da Capela de Nossa Senhora de Caravaggio, no lote 139, hoje
Santuário, que marcou a vida daquela população.
Dr. Luiz Carlos B.
Piazzetta
Erechim RS
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