Addì 10 maggio 1779
Sarà cosa grata a posteri il
sapere che in quest’anno si è patita terribile siccità, non avendo mai piovuto
ne nevicato dalli mesi novembre 1778 sino addì 10 aprile 1779 - ed ancora oggi
ha piovuto lentamente per due o tre ore e non più, cosicché l’umidità tanto
bramata non penetrò un solo dito. Tale inaudita siccità si è stesa per tutta
l’Italia e persino in Polonia, a molti luoghi dell’Alemagna così pure in
Francia e in Spagna. Li 27 aprile verificò una lentissima pioggia. Finalmente
il 7 e 8 maggio è piaciuto alla Divina Provvidenza consolarci intieramente,
avendo piovuto abbondantemente ove i nostri fiumi Brenta e Piave, che erano
quasi dissecati con tanto danno alla navigazione e specialmente con l’essersi
resi quasi affatto inefficienti tanti molini sopra medesimi, ciò che arrecava
una totale miseria agli afflitti popoli circonvicini. Nelle nostre montagne,
tante restarono dissecate, quasi tutte, con estrema desolazione di
quegl’infelici popoli che penavano enormemente per dissetare sé stessi e i loro
bestiami, persino di notte. Quei pochi, che portati di benigna Provvidenza del
Cielo restarono provveduti del bramito liquido, erano sempre circondati di
gente da lontani paesi conversa per raccoglierne sino la più minuta stilla. In
un pubblico rapporto in data di Madrid, 27 marzo, si legge ciò che segue: “ in
tutto questo Regno fanno delle pubbliche Devozioni per ottenere la pioggia,
poiché da 7 interi mesi non è caduta una goccia di acqua, lo che ha cagionato
infinite malattie e grandissima mortalità”.
Dia 10 de maio de 1779
Será gratificante aos que virão
saber que neste ano sofremos terrível seca, não tendo chovido, nem nevado,
desde o mês de novembro de 1778, apenas no dia 10 de abril de 1779 – e ainda
hoje choveu muito pouco, por não mais de duas ou três horas, sendo que a tão
esperada umidade não penetrou um só dedo no solo. Esta rara seca se estendeu
por toda a Itália e também na Polônia, em muitos locais da Alemanha e até na
França e Espanha. Ali em 27 de abril ocorreu uma breve chuva. Finalmente nos
dias 7 e 8 de maio a Divina Providência quis nos consolar inteiramente, tendo chovido
abundantemente em nossos rio Brenta e Piave, os quais estavam quase secos,
causando tantos danos a navegação, especialmente pelo fato de tornar
ineficientes tantos moinhos ao longo dos mesmos, acarretando uma grande miséria
às aflitas populações circunvizinhas. Nas nossas montanhas, tantas ficaram
secas, com seus habitantes na extrema desolação, sofrendo enormemente para
satisfazer as necessidades de água para si e para o gado, buscando água
inclusive a noite. Aqueles poucos escolhidos pela providência do céu, que
conseguiam obter o esperado líquido, eram sempre circundados de pessoas
provenientes de cidades longínquas, ansiosos para obter algumas gotas. Em um
documento público de Madrid, com data de 27 de março, se le o que segue: “em
todo este reino se fazem súplicas públicas para obter a chuva, pois a 7
inteiros meses não caiu uma gota de água, o que ocasionou muitas doenças e
elevado número de mortos”.
Questo racconto
originale, ci parla di una gran calamità accaduta tanti anni fa, nel secolo
XVIII, già nel finale del potere della Serenissima Repubblica di Venezia, che marcò profondamente
i nostri antenati e certamente ha concorso per creare una situazione di miseria
cronica nel Veneto. Scritto originalmente in latino dal parroco d’allora,
dovuto la sua importanza storica, cent’anni dopo fu tradotta in italiano antico
e messa nel libro parrocchiale di 1877, dal Pe. Cristiano Cera, con una
calligrafia fatta a pena e con degli errori grammaticali. Molte parole hanno
avuto bisogno di traduzione per essere capite, eppure lasciamo alcuni sbagli
che danno una idea dell’epoca. Questo documento è stato trovato un mese fa, nel
libro parrocchiale della Parrocchia di San Marco, comune di Camposampiero, provincia e diocesi di
Padova, e ci fu inviata dal nostro lettore Cezar Scolari, della città di
Costantina (RS), che con perspicacia l’ha veduto e fatto una copia quando
ricercava i registri di suoi antenati in quella parrocchia veneta. Scolari
ancora ci racconta che questa parrocchia è dell’anno 1300 e li ci sono
custodite dati e documenti dal 1470.
Este relato original, nos
fala de uma grande seca acontecida tantos anos atrás, no século XVIII, já no
final do poder da Sereníssima República de Veneza, que marcou profundamente os nossos antepassados e
certamente concorreu para criar uma situação de miséria crônica no Vêneto.
Escrito originalmente em latim pelo pároco de então, devido a sua importância
histórica, cem anos após foi traduzido em italiano antigo (documento acima) e
colocado no livro paroquial de 1877, pelo padre Cristiano Cera, com uma
caligrafia feita pena e com alguns erros gramaticais. Muitas palavras
necessitaram de tradução para serem compreendidas, entretanto deixamos alguns
erros que dão uma idéia da época. Este documento foi encontrado a poucos anos
atrás, nos livros da Paróquia de San Marco, município de Camposampiero, província e diocese de
Padova, e nos enviada pelo nosso leitor Cezar Scolari, da cidade de Costantina
(RS), o qual com perspicácia a viu e fez uma fotocópia, quando pesquisava os
registros dos seus antepassados naquela paróquia vêneta. Scolari ainda nos
contou que esta paróquia é do ano de 1300 e ali estão guardados dados e
documentos desde o ano de 1470.
Dr.
Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim
RS
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