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domingo, 1 de dezembro de 2024

Le Bàlie da Late – Emigrassion Temporàrea de le Done de la Provìnsia de Belùn




Le Bàlie da Late – Emigrassion Temporàrea de le Done de la Provìnsia de Belùn


Le nutrice da late, conossù par bàlie, lore le ga sempre fato un laoro importante par le done, un laoro che risale a i tempi antichi. Con la situassion econòmica anca de pì in giù in tuto el Véneto, specialmente ´ntel ‘800, dopo che el ze stà anesso a l’Itàlia ´ntel 1866, anca el campo ghe ze finìo par sofregar, con che se s-ciopava spesso par el maltempo e la disocupassion de l’òmeni che i ze aumentà. Cusì le done ga dovesto contribuìr de pì par mantegner la famèia.

Le done del nord de l’Itàlia, e specialmente quele de la provìnsia de Belùn, par la so forsa, robustessa fìsica e par la bona qualità del so late, lore le ze vegnìa racomandà da i dotori de quel tempo come el mèio par èsser bàlie, le nutrice. Ste done le ze pì cercà da i riconi, tanto drento el regno d’Itàlia che ´ntei paesi visini, come l’Àustria e la Germánia, e lore emigrava par lunghi perìodi, stando ´ntele case de le famèie che le ga ciamà.

Quele famèie che i ga gran fortuna le se podea permetar de ciamar na bàlia, liberando cusì la siora rica dal peso de vardar e nutrir i so fiòi. Lore le ze restà lìbere par le so atividà sossial, sensa desfigurar el pròprio corpo. No zera mia par mancansa de late, ma par pur comodo che tante siore ricone le ciamava ste bàlie.

In tuto el regno d´Itàlia le bàlie lore le zera dapartuto, ma quele pì sercà le ze le dòne sane, contadine del nord, màssime da i monti prealpini de Belùn. Lore dovea èsser sane, con de anca ‘na bèa massa de late de bona qualità ogni dì.

Far la bàlia no’l era mia cómpito fàssile: volea de lassar el pròprio fiòlo che ancora avea bisogno de late, con alcuni dì o mesi de vita, par tornar casa dopo un bel toco de tempo.

I putèi de ‘ste poare done I ga restà in man a na nona o na cugnà, o de qualche dona del vissinato, e ‘i vegnìa nutrìo con late de vaca o de cavra. No sempre ‘sti putéi se adatava a quela manzìa artifissiale, e i se amalava fin da sùito, morendo dopo de la partensa de la mare.

La famèia la ghe nascondeva a sta poareta bàlia ste tristi novità, par no fárghe perder el late, che’l ze la rason de’l so laoro e anca el sustento de tuta la famèia. Quando questa poareta la tornava, mesi o n’ano dopo, con quei schei risparmià, fruto de el so duro laoro, la ghe la ressevéa pròprio ´ntel momento più difìssile, sta trista novità. Davero, ste stòrie ze tra le pì dolorose de l’emigrassion feminile, che ancòi le fa scórare le làgreme ai visitanti ´ntel gran spasio dedicà a loro, ´ntel Museo Etnogràfico de la Provìnsia de Belùn, a Cesiomaggiore.

El ritorno casa el portava con lu un grande problema par sta poare bàlie, el de tor costurar i legami con el so fiòl vero, che, spesso, no la recugnosséa pì. Davero, ze na figura triste de la poaretà.

Legere le leterine e i biglieti che lore I ga scrito da i case ´ndove lore stava, le so foto, qualcossa con dèdiche e ringrasiamenti de le famèie che le ga ciamà, cose che lore i mandava a casa, e i so vistiti, le uniforme e i utensìli de laoro, le fa venir na bela emossion a chi che ghe va a vedar.

Oltre ai vistìti, de color bianco e de confession varià, che lore le dovea vestir, anca certi segnali de adorno che lore le dovea usar par se identificar come bàlie, quando le siore le  portava in gito o par viàio de svago ´ndove le bàlie le seguiva. Ze robe come grando oregiàli, fermaghi par i cavéi a forma de grosse agugie, che le bàlie lore i dovea portar sempre. Tra questi ogeti, no manca anca el tradissional cordon de perle che la bàlia dovea sempre aver al colo, come segno de la so condission de bàlia.




segunda-feira, 2 de abril de 2018

As Amas de Leite – Emigração Temporária das Mulheres da Província de Beluno




As amas de leite, conhecidas por balias - sempre exerceram uma importante atividade exclusiva da mulher, isso já de tempos muito antigos. Com a piora das condições econômicas em todo o Vêneto, especialmente no século XIX, após a sua anexação à Itália, em 1866, também atingiu o campo, quando ocorreram frequentes frustações de colheitas por condições climáticas adversas, o desemprego masculino aumentou muito, e assim as mulheres tiveram de dar uma maior contribuição para a manutenção da família.
As mulheres do norte da Itália, especialmente as da província de Beluno, pela sua força, robustez física e pela excelente qualidade do seu leite, eram as indicadas pelos médicos da época como as ideais para serem amas de leite, as balias.
Essas mulheres eram as mais requisitadas pelas famílias ricas, tanto no reino da Itália como também nos países vizinhos mais desenvolvidos, como a Áustria e a Alemanha, e emigravam por um longo período, vivendo nas casas das famílias que as contratavam.
Aquelas famílias que possuíam grandes fortunas podiam se dar ao luxo de contratar uma ama de leite, livrando assim a senhora rica do fardo de amamentar e cuidar dos seus próprios filhos. Ela ficava livre para as suas atividades sociais além de não prejudicarem o próprio corpo. Nem sempre essas balias eram contratadas por que a senhora contratante não tivesse leite e sim por puro comodismo.
Em toda a Itália existiam amas de leite, mas, as mais procuradas foram as saudáveis mulheres agricultoras das províncias do norte, mais especialmente das montanhas prealpinas da província de Beluno. Eram examinadas e deviam ter um aspecto sadio e produzir diariamente uma grande quantidade de leite de ótima qualidade.
Ser uma ama de leite não era uma tarefa nada fácil. Implicava deixar o seu próprio filho, ainda lactante, já nos primeiros dias ou meses de sua vida, para só retornarem  para casa depois de longo tempo. 


Os bebês dessas pobres mães ficavam aos cuidados de uma das avós, ou de uma outra mulher da família, mas, também, até com conhecidos e eram alimentados artificialmente com leite de vaca ou cabra. Nem sempre esses bebês se adaptavam a essa alimentação artificial e adoeciam logo em seguida, vindo a morrer algum tempo depois da partida da sua mãe. 
A família procurava sempre esconder da pobre mãe este lamentável ocorrido, para ela não perder o leite que era a razão do seu emprego e o sustento de toda a sua família. Quando retornava para casa, alguns meses, ou um ano despois, trazendo consigo aquele dinheiro economizado, fruto do seu difícil trabalho, recebia, ao chegar, aquela triste notícia. Realmente estes episódios estão entre os mais tristes da emigração feminina e que até hoje provocam lágrimas aos visitantes, no grande espaço do setor à elas dedicado, no Museo Etnografico da Provincia de Belluno, no município de Cesiomaggiore. A volta para casa também sempre trazia um grande problema para a pobre mãe que era costurar novamente os laços afetivos com o seu filho verdadeiro, que, quase sempre, não reconheciam a própria mãe. Realmente este é um quadro muito triste provocado pela pobreza.
A leitura das cartas e bilhetes escritos por elas, das casas onde se encontravam, as suas fotos, algumas delas até com dedicatória e agradecimentos das famílias contratantes, que eram enviadas para as suas famílias, as suas roupas, uniformes e os utensílios de trabalho estão lá expostos e emocionam bastante quem os visita.
Além dos uniformes geralmente de cor branca, de confecção variada, que elas eram obrigadas a vestir, também precisavam usar alguns adereços que as identificavam como amas de leite, quando a família contratante saía de casa com a criança, ou quando nas viagens familiares de lazer onde a balia os acompanhava. Trata-se de uns grandes brincos e de um prendedor de cabelos, em forma de uma grande agulha, que a ama de leite devia sempre usar. Também entre esses adereços podemos encontrar o tradicional colar de contas esféricas, que deveria estar sempre no seu pescoço, também um sinal para todos que ela era a ama de leite.

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS