quarta-feira, 15 de julho de 2020

Comune di Pederobba um pouco de História




Pederobba está situada em uma área estratégica relatada desde os tempos antigos, na margem direita do Piave e aos pés dos pré-Alpes de Belluno, onde conecta a área montanhosa (Feltrino) à planície através da SS 348 denominada estrada "Feltrina".
As áreas habitadas de Pederobba e Curogna se distribuem  no início da Valcavasia, uma área plana que compreendida entre as colinas Asolana e os pré-Alpes de Belluno. Onigo, Levada e Covolo estão localizadas mais ao sul, em um platô que se abre para Cornuda e Crocetta. 



A altitude máxima é de 780 m acima do nível do mar no Monfenera em direção do maciço do Grappa que é o limite setentrional do município. A altitude mínima é de 134 m e corresponde leito do rio Piave, já na área de Covolo.
Além do Piave, os cursos d'água dignos de nota são o Curogna, que desce dos pré-Alpes, e o Brentella, um canal artificial construído em 1436 sob o domínio do Sereníssima que, trazendo as águas do Piave, contribui para irrigar a planície abaixo, caso contrário, seco e estéril.
Os testemunhos mais antigos do passado de Pederobba são representados por várias descobertas da era romana. O mesmo topônimo derivaria do latim petra rubra, em referência à característica pedra vermelha comum na localidade. 



Acredita-se que então localidade era uma zona de trânsito, tendo em vista que por ali passava a Via Claudia Augusta Altinate, talvez coincidindo com a atual Feltrina e a posição próxima ao  Piave.  Esta característica teria sido mantida mesmo em época seguintes: a presença de inúmeros locais de culto aos lados da estrada, faz-se pensar na passagem de peregrinos. Cerca do ano 1000 foram criadas as paróquias de Pederobba e Onigo, enquanto que as igrejas de Levada e Curogna, ambas erigidas em homenagem a San Michele, seriam mais antigas. 
A área ficou ligada por muito tempo à nobre família dos Onigo, senhores feudais que residiam em um castelo perto da aldeia homônima, da qual algumas ruínas ainda permanecem. Durante o século XIII este local foi assolado constantemente por guerras contra os Ezzelini. 

Prefeitura de Pederobba

Passando para o domínio da Sereníssima Republica de Veneza, houve uma certa recuperação econômica, com a construção de moinhos e fábricas. Pederobba tornou-se, entre outras coisas, a sede de um dos mais importantes mercados de milho do século XVI.
Do domínio de Veneza passou para as mãos dos regimes napoleônico e austríaco. A administração imperial austríaca tentou impulsionar a agricultura local. No entanto, a fome e a pobreza continuaram atingindo severamente a população e muitos foram forçados a emigrar. 
Passada para o Reino da Itália, Pederobba foi arrasada durante a grande guerra de 14/18, e após a ruptura de Caporetto, se viu no meio do fronte do Piave, perto do Grappa e do Montello. Testemunho desses difíceis anos são os vários monumentos construídos na zona, entre os quais se destaca o ossuário francês.
A recuperação após a Segunda Guerra Mundial fez de Pederobba hoje um dos principais centros artesanais e industriais da zona do Grappa.

Dr. Luiz Carlos Piazzetta


7 comentários:

Adri Marin disse...

Linda história, obrigada por compartilhar!
Que nossos antenatos descansem em paz, em toda a região!

Luiz C. B. Piazzetta disse...

Obrigado Adri Marin pelo comentário. Convido continuar visitando o nosso blog sobre a grande emigração italiana, sempre com muitas informações e novidades. Abraço!

Idemar Antônio Frandoloso disse...

Como descendente da Família Fransozo, Franzoloso, Frandalozzo, Frandoloso, será que tem alguém nesta comuna que tem essa mesma origem?
Algum dia, terei que fazer uma visita ao local, nem que seja só para ficar de pés descalços para captar a energia dos antepassados.
Abraço, Luiz. Muita saúde.

Luiz C. B. Piazzetta disse...

Idemar infelizmente parece que em Pederobba não existem estes sobrenomes que você procura. Entretanto, encontrei este aqui em Inzago, na região de Milão:

Franzoloso Fabrizio
Via Fritz 8 - 20065 Inzago (MI)
fone 02 9547522

Espero que ajude. Continue visitando o blog, sempre com textos novos quase todos os dias.
Abraço

Jaime Picoloto disse...

Muito bom o seu texto, meus antepassados vieram de lá. Obrigado por compartilhar seu conhecimento!

Sou trineto de Pietro Piccolotto, que nasceu em Pederobba em 1868. Chegou ao Porto do Rio de Janeiro em 27/05/1879 (tenho cópia da lista de passageiros do navio América), junto de sua mãe, Antônia Faotto, seus irmãos mais novos Teresa e Hilário Piccolotto e sua meia-irmã com apenas dois anos Elisabetta Ancilla Poletto. O pai do Pietro, meu tetravô, se chamava Giovanni Piccolotto e pressuponho que tenha falecido em Pederobba por volta de 1872 a 1877. A Antônia Faotto casou-se novamente com Luigi Poletto. Acredito que o Luigi tenha vindo antes deles ao Brasil.

Encontrei no arquivo de Treviso os registros militares do Pietro e Hilário, como desertores, pois não compareceram ao serem convocados, pois haviam imigrado ao Brasil. Encontrei também, os registros civis de nascimento do Hilário e da Elisabetta, pois nasceram após 01/09/1871, data da implantação do registro civil naquela comuna. Quanto ao registro de nascimento de Pietro, este, se existir, se não foi destruído pelos eventos da guerra, será apenas o certificado de batismo.

Será que alguém aqui conseguiu algum certificado de batismo junto a Chiesa Parrocchiale dei Santi Pietro e Paolo di Pederobba? Tentei contato por e-mail, mas não me responderam.

O registro civil me respondeu prontamente.

Todo caso, disponibilizo aqui os contatos da igreja e do registro civil de Pederobba se for útil a alguém.

Igreja de São Pedro e Paulo
E-mail: pederobba@diocesitv.it
Tel: +39 0423-69817

Comune di Pederobba
E-mail: demografici@comune.pederobba.tv.it

Jaime Picoloto disse...

Muito bom o seu texto, tenho ligação com Pederobba, pois meus antepassados vieram de lá. Obrigado por compartilhar seu conhecimento!

Sou trineto de Pietro Piccolotto, que nasceu em Pederobba em 1868. Chegou ao Porto do Rio de Janeiro em 27/05/1879 (tenho cópia da lista de passageiros do navio América), junto de sua mãe, Antônia Faotto, seus irmãos mais novos Teresa e Hilário Piccolotto e sua meia-irmã com apenas dois anos Elisabetta Ancilla Poletto. O pai do Pietro, meu tetravô, se chamava Giovanni Piccolotto e pressuponho que tenha falecido em Pederobba por volta de 1872 a 1877. A Antônia Faotto casou-se novamente com Luigi Poletto. Acredito que o Luigi tenha vindo antes deles ao Brasil.

Encontrei no arquivo de Treviso os registros militares do Pietro e Hilário, como desertores, pois não compareceram ao serem convocados, pois haviam imigrado ao Brasil. Encontrei também, os registros civis de nascimento do Hilário e da Elisabetta, pois nasceram após 01/09/1871, data da implantação do registro civil naquela comuna. Quanto ao registro de nascimento de Pietro, este, se existir, será apenas o certificado de batismo.

Será que alguém aqui conseguiu algum certificado de batismo junto a Chiesa Parrocchiale dei Santi Pietro e Paolo di Pederobba? Tentei contato por e-mail, mas não me responderam.

O registro civil me respondeu prontamente.

Todo caso, disponibilizo aqui os contatos da igreja e do registro civil de Pederobba se for útil a alguém.

Igreja de São Pedro e Paulo
E-mail: pederobba@diocesitv.it
Tel: +39 0423-69817

Comune di Pederobba
E-mail: demografici@comune.pederobba.tv.it

Luiz C. B. Piazzetta disse...

Olá Jaime! Obrigado por visitar o meu blog e compartilhar essas informações, que, certamente, serão úteis para alguém. Também tenho minhas raizes no comune de Pederobba. Sou neto de um emigrante deste município vêneto, que veio para o Brasil (Curitiba), em 1890 com seu pai, um irmão e duas irmãs. Continue visitando o blog, sempre com novidades diárias.