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terça-feira, 5 de setembro de 2023

A Imigração Italiana no Brasil: Uma Jornada de Superação e Resiliência




A imigração italiana para o Brasil no final do século XIX e meados do século XX foi um dos movimentos migratórios mais significativos da história brasileira. Este período foi marcado por um grande fluxo de pessoas, especialmente italianos, que deixaram a Itália em busca de melhores oportunidades no Brasil. Este movimento deu origem a um grande número de famílias italianas que se estabeleceram no país e que ajudaram a moldar a cultura e a economia brasileira.

A Itália foi um dos países que mais sofreu com a crise econômica e política do final do século XIX. A situação de pobreza e a falta de perspectivas levaram muitos italianos a buscar uma vida melhor em outros países. O Brasil, que estava em pleno desenvolvimento econômico, tornou-se um dos destinos preferidos dos imigrantes italianos.

O governo brasileiro incentivou a imigração italiana, oferecendo terras e empregos para os imigrantes que se instalassem no país. O Brasil precisava de mão-de-obra para desenvolver sua economia, e os italianos eram considerados trabalhadores disciplinados e habilidosos. Entre 1880 e 1930, cerca de 1,5 milhão de italianos emigraram para o Brasil, tornando-se a maior comunidade de estrangeiros no país.

Os imigrantes italianos se estabeleceram principalmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, onde encontraram terras férteis e clima favorável para a agricultura. Eles se dedicaram principalmente à produção de café, trigo, uva e outras culturas. Muitos italianos se tornaram proprietários de terras e criaram suas próprias fazendas.

Além da agricultura, os italianos também se destacaram em outros setores da economia brasileira. Muitos se tornaram artesãos, comerciantes e industriais. Eles trouxeram consigo a tradição do trabalho em família, o que ajudou a criar um ambiente empresarial forte e dinâmico. Os italianos também se destacaram em áreas como a arquitetura, a música, a literatura e a arte em geral.

A imigração italiana teve um impacto significativo na cultura brasileira. Os italianos trouxeram consigo a sua cultura, tradições e costumes, que se mesclaram com a cultura brasileira. Eles também influenciaram a culinária brasileira, introduzindo pratos como a pizza, a lasanha e o espaguete. A música italiana também teve um papel importante na cultura brasileira, influenciando o surgimento de gêneros musicais como o samba e a bossa nova.

A imigração italiana também teve um papel importante na construção da identidade nacional brasileira. Os imigrantes italianos trouxeram consigo uma forte cultura de trabalho e disciplina, que ajudou a moldar a mentalidade brasileira. Eles também foram responsáveis ​​pela construção de muitas cidades e vilas brasileiras, que até hoje preservam a arquitetura e os costumes italianos. 

No entanto, a imigração italiana também teve seus problemas. Muitos italianos enfrentaram dificuldades em se adaptar ao clima e às condições de vida no Brasil. Muitos foram explorados por empregadores brasileiros, trabalhando em condições precárias e recebendo salários baixos. Além disso, muitos imigrantes italianos enfrentaram preconceito e discriminação por parte da população brasileira, que os viam como estrangeiros que estavam tirando empregos dos brasileiros.

Apesar dos desafios, a imigração italiana deixou um legado duradouro no Brasil. Os italianos contribuíram significativamente para o desenvolvimento econômico do país e ajudaram a construir a identidade nacional brasileira. Eles também deixaram um impacto significativo na cultura brasileira, enriquecendo-a com sua tradição e arte.

Hoje, os descendentes de imigrantes italianos são uma parte importante da sociedade brasileira. Eles mantêm viva a tradição de seus antepassados ​​e contribuem para a diversidade cultural do Brasil. A imigração italiana para o Brasil no final do século XIX e meados do século XX é um exemplo de como a migração pode ser benéfica para a sociedade, ajudando a construir e fortalecer comunidades em todo o mundo.

Texto
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS




sábado, 22 de abril de 2023

Colônia Nova Itália: Uma Viagem no Tempo pelas Tradições Italianas no Paraná

Igreja da Colônia Nova Itália no Paraná

Era o ano de 1878 e a grande colônia italiana de Nova Itália, o segundo grande experimento oficial de colonização da província, com uma população de mais de oitocentos imigrantes, localizada próximo de Paranaguá, entre as cidades de Antonina e Morretes, no Paraná, estava passando, desde algum tempo, por um período crítico de grande agitação. Desde a sua fundação em 1872, criada às pressas para acolher os imigrantes retirantes da mal sucedida Colônia Alexandra, esse novo assentamento era bem maior, com vários núcleos de povoamento, ainda não tinha mostrado o desenvolvimento e a pujança que as autoridades do governo tanto esperavam. Já de algum tempo as condições de vida na colônia estavam bastante corroídas, tendo já ocorrido diversas reclamações dos imigrantes contra a administração da colônia. Havia uma falta crônica de material para a construção das casas, de sementes, roupas e até de alimentos para os colonos, os quais depois de seis anos ainda dependiam totalmente do estado para praticamente tudo. Diversos abaixo-assinados foram enviados para as autoridades competentes em Curitiba, sem receberem solução adequada. O descontentamento para esta situação era generalizado e cresciam as manifestações de protestos contra a administração da colônia, as quais estavam ficando cada vez mais violentas. Os colonos exigiam do governo a sua transferência para outro local, fazendo valer uma das cláusulas constante nos seus contratos. Por diversas vezes a autoridades provinciais estiveram no local avaliando a situação, prometendo melhorias que acabaram não acontecendo, mas agora os colonos estavam irredutíveis exigindo transferência de local. Na realidade a extensa região que a colônia tinha sido implantada e onde se estabeleceram os diversos núcleos de povoamento da mesma, tinham condições muito diferentes na qualidade do solo. Alguns dos terrenos tinham áreas com possibilidade de algum cultivo e outros eram quase todo de terreno arenoso e alagadiço, impróprios para as culturas pretendidas. Por outro lado, o clima quente, muito úmido e os incômodos insetos típicos da zona litorânea, que tantas doenças causavam, estavam presentes indistintamente neles todos. O contrato oficial assinado pelos colonos com as autoridades brasileiras, estipulava que se eles, por qualquer motivo, não se adaptassem na colônia oferecida, poderiam solicitar ao governo paranaense a transferência para outro local. Os imigrantes italianos que ali tinham sido assentados, estavam preocupados com o seu futuro naquela colônia de clima ruim e terras magras para o cultivo e teimava em não progredir, isso também devido por se encontrar longe de um grande centro consumidor para os seus produtos. Muitos desses colonos já haviam começado a trabalhar como diaristas nas obras de construção da Estrada da Graciosa e da Estrada de Ferro Paranaguá Curitiba, mas o que conseguiam ganhar segundo eles mal dava para sustentar a família.
Cada vez mais a ideia de se transferir para Curitiba tomava corpo, estimulada pelas notícias que chegavam através dos tropeiros, viajantes comerciais ou mesmo em conversas com o pessoal da ferrovia, muitos deles trazidos da capital. Aqueles imigrantes que ainda tinham alguma reserva financeira, trazida da Itália, se adiantaram e por conta própria empreendiam a viagem até Curitiba, comprando em conjunto terrenos em alguns pontos da cidade, tal como a Colônia Santa Felicidade. Curitiba era uma cidade ainda pequena, mas como uma capital de província tinha um futuro muito promissor e isso era fácil de se perceber. As terras em torno da cidade eram de ótima qualidade para qualquer tipo de cultivo e o clima temperado de montanha, quase idêntico aquele da Itália que haviam deixado. A cidade era movimentada e cheia de vida, em franco crescimento, necessitando de muita mão de obra para as suas fábricas e de gêneros alimentícios para alimentar a população que não parava de crescer. Eles sabiam que não seria fácil se adaptar a um novo lugar, mas estavam dispostos a tentar. Então, a maioria decidiu se mudar para Curitiba. O governo provincial, depois de alguma relutância e atraso, finalmente cedeu e liberou a saída dos colonos da Colônia Nova Itália para aqueles que assim desejassem e até ajudou no transporte e na alocação das famílias em diversas outras colônias que estavam sendo criadas entorno da capital. 


Texto 
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS






terça-feira, 18 de abril de 2023

Sobrenomes Italianos na Colônia Nova Itália: Uma Janela para a História da Imigração Italiana no Paraná



Alguns Sobrenomes de Imigrantes Italianos 

da Colônia Nova Itália em

Morretes Paraná




Bacci, Bavetti, Belotto, 
Bergonse, Bertholdi, Bertagnolli, Bettega, Bindo, Borsatto, Bortholin, 
Bortholuzzi, Brustolin, 
Buzetti, Canetti, Carazzai, 
Carta, Casagrande, Cavagnolli, 
Cavagnari, Cavalli, Cavallin, 
Cavogna, Cerobin, Cheminazzo, 
Cherobin, Chiarello, 
Cini, Cit, Comandulli, Contin, 
Costa, Cusman, D' Igna, D' Stella, 
Dal'Col, Dalcucchi, Dalla Bianca, 
Dalla Negro, De Bona, De Carli, De Lay, 
De Mio, De Paola, De Rocco, Dirienzo, 
Della Bianca, Dotti, Ercole, Fabris, Favoretto, Ferrari, Ferrarini, Ferruci, 
Filipeti, Foltran, Fontana, Frachino, Fruscolin De Fiori, Gabardo, Galli, Gaio, 
Gasparin, Ghignone, Giglio, Giorgi, 
Gobbo, Grandi, Gregorini, Grossi, 
Guzzoni, Jacomelli, Lati, Lazzarotto, 
Lucca, Lunardeli, Madalozzo, 
Manfredini, Manosso, 
Marchioratto, Marconsin, Marcon, 
Mazza, Meduna, Menegazzo, 
Meneghetti, Menin, Miranda, Mori, 
Moro, Moreschi, Muraro, 
Nadalin, Nori, Olivetti, Orlandi, 
Orreda, Panzolini, Pasquini, 
Pedinato, Pietrobom, Pilatti, 
Piazza, Poletto, Pontoni, Possiedi, 
Possiedi, Ramagnolli, Ramina, 
Robassa, Roncaglio, Rossi, 
Salvare, Santi, Sanson, 
Savio, Scarante, Scarpin, Scorzin, Scremin, Semionatto, Sguário, Simeão, 
Simon, Sperandio, Stocco, Stocchero, Strapasson, Sundin, Talamini, Tessari, 
Tozetto, Todeschini, Trevisan, Trombini, Tramontini, Triacchini, Túllio, Turin, Valério, Valenti, Valenza, Vardanega, Vicentini, Volpato, Zalton, Zampieri, Zanardi, Zanardini, Zanella, Zanetti, Zanier, Zanon, Zem, Zilli, Zortea 
e muitos outros




Alguns Nomes de Imigrantes e Cidades de Proveniência na Itália 


Angelo Ciscata, de Belluno
Angelo de Rocco, de Belluno
André Buzetti, de Treviso
André Simon, de Treviso
Antonio Chierigatti, de Mantova
Antonio Consentino, de Cosenza
Antonio de Bona, de Belluno
Antonio Dalcucchi, de Mantova
Antonio Fruscolin, de Belluno
Antonio Orreda, de Treviso
Antonio Pedinato, de Vicenza
Antonio Robassa, de Treviso
Benjamim Zilli, de Treviso
Battista Citti, de Belluno
Bortolo Foltran, de Treviso
Domingos Dall' Negro, de Treviso
Francisco Filipetti, de Treviso
Giuseppe Gnatta, de Vicenza
José Dal' Col, de Treviso
José Fabris, de Vicenza
José Sanson, de Treviso
Júlio Vila Nova, de Belluno
Luiz de Fiori, de Belluno
Luiz Tonetti, de Treviso
Marcos Tosetto, de Vicenza
Marcelino Meduna, de Treviso
Pedro Callegari, de Treviso
Pio Manosso, de Vicenza
Vicente Bettega, de Treviso







sábado, 15 de abril de 2023

Campo Santa Maria Maggiore e Basilica de San Giovanni e Paolo: Duas Jóias Escondidas em Veneza


O Campo Santa Maria Maggiore é uma praça em Veneza, localizada no sestiere de Cannaregio. O campo deve seu nome à Igreja de Santa Maria Maggiore, que fica na extremidade norte da praça. A Igreja de Santa Maria Maggiore foi construída no século IX como uma pequena capela dedicada à Virgem Maria. No século XII, foi expandida e reconstruída como uma igreja maior. O edifício atual data principalmente do século XV, com reformas posteriores no século XVIII. 
Além da igreja, o Campo Santa Maria Maggiore abriga vários edifícios históricos, incluindo a Scuola Grande della Misericordia, uma antiga confraria de caridade que agora é um centro cultural e de exposições, e o Palazzo Michiel del Brusà, um palácio renascentista que agora é uma galeria de arte contemporânea. O Campo Santa Maria Maggiore é uma área tranquila e charmosa de Veneza, longe das áreas mais turísticas da cidade. É um lugar popular entre os locais para relaxar, socializar e desfrutar de um café ou gelato em uma das cafeterias ou sorveterias da praça. Zanipolo é uma forma abreviada e popular de se referir à Basílica de San Giovanni e Paolo (em italiano: Basilica di San Giovanni e Paolo), uma das maiores e mais importantes igrejas de Veneza, localizada no sestiere (bairro) de Castello. A Basílica de San Giovanni e Paolo foi construída em estilo gótico entre os séculos XIV e XV e é conhecida por abrigar monumentos funerários de muitos doges (os antigos governantes de Veneza) e outras personalidades importantes da cidade. A igreja é também conhecida como Zanipolo, em referência ao nome dos santos padroeiros no dialeto veneziano onde Zani é o diminutivo de Giovanni e Polo de Paolo.
A Basílica de San Giovanni e Paolo é uma das igrejas mais importantes de Veneza, tanto do ponto de vista histórico quanto artístico. Além dos monumentos funerários, ela também abriga uma grande coleção de obras de arte, incluindo afrescos, pinturas e esculturas de alguns dos mais importantes artistas da Renascença italiana. Além dos monumentos funerários e da arte renascentista, a Basílica de San Giovanni e Paolo também possui uma grande nave central com um teto abobadado impressionante e vitrais coloridos. A fachada da igreja é imponente, com uma grande rosácea e esculturas de pedra que retratam cenas bíblicas. Ela é é um importante marco histórico de Veneza e é frequentemente visitada por turistas e peregrinos. Ela também é usada regularmente para celebrações religiosas, como missas e casamentos.
A igreja fica em uma praça espaçosa que leva o mesmo nome (Campo San Giovanni e Paolo), que é um local popular para passeios e encontros ao ar livre em Veneza. A praça abriga vários edifícios históricos, incluindo a Scuola Grande di San Marco, uma antiga confraria que agora é um centro de exposições e eventos culturais, e o Hospital dos Incuráveis, um antigo hospital que agora é um museu. A Basílica de San Giovanni e Paolo, ou Zanipolo, como é conhecida popularmente em Veneza, é famosa por abrigar os túmulos de muitos dos doges de Veneza, que foram os governantes da cidade durante séculos. Alguns dos doges que estão sepultados na basílica são:

Jacopo Tiepolo (século XIII)
Marco Cornaro (século XIV)
Andrea Vendramin (século XVI)
Leonardo Loredan (século XVI)
Alvise Mocenigo II (século XVIII)
Pasquale Cicogna (século XVIII)

Além dos túmulos dos doges, a Basílica de San Giovanni e Paolo também abriga os túmulos de outras personalidades importantes de Veneza, incluindo artistas, cardeais e líderes militares. Entre eles estão o famoso "condottiere" das tropas venezianas, capitão de guerra Bartolomeo Colleoni, o comandante militar Vittore Pisani e o cardeal Pietro Bembo.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS