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segunda-feira, 6 de maio de 2019

Santa Felicidade Bairro Gastronômico de Curitiba


Santa Felicidade é hoje um distrito da cidade de Curitiba, no Estado do Paraná, localizada no antigo caminho dos tropeiros paulistas que iam em direção ao sul do Brasil. Atualmente a administração da regional de Santa Felicidade abrange os bairros: Butiatuvinha, Campina do Siqueira, Campo Comprido, Cascatinha, Jardim Gabineto, Lamenha Pequena, Mossunguê, Orleans, Santa Felicidade, Santo Inácio, São Braz, São João, Seminário e Vista Alegre.
Toda essa região fazia parte da antiga Colônia Santa Felicidade, formada por imigrantes italianos. A ocupação da área ocorreu com mais intensidade à partir de 1878, com a chegada de imigrantes na sua maioria provenientes das regiões do Vêneto e do Trento, no norte da Itália. 
Os colonos inicialmente dedicavam-se à produção de queijos, vinhos, hortigranjeiros e artesanato. Mais tarde, com o passar dos anos, já nos anos 1950 e 1960 foram aos poucos se consolidando e os seus descendentes passaram a suprir a cidade de Curitiba com os seus produtos agrícolas. Pela manhã, ainda muito cedo, se formavam grandes filas de carroças com quatro rodas, puxadas geralmente por um cavalo, cobertas na sua parte dianteira por um pequeno toldo, para proteger o condutor do sol, e que se dirigiam lentamente, uma atrás da outra, no sentido da capital do estado. Lá chegando se espalhavam pela cidade, cada produtora já tinha os seus fregueses habituais e os visitava com regularidade. O mesmo acontecia no início da tarde, só que a caravana percorria o sentido inverso, quando a passo lento, as vendedoras e suas carroças, uma atrás da outra, retornavam para as suas propriedades em Santa Felicidade. Essas carroças eram geralmente conduzidas por mulheres, algumas delas às vezes senhoras de idade avançada, que exerciam com dedicação e bom humor este importante comércio. Levavam a produção de galinhas, ovos, frutas e hortaliças produzidas em suas propriedades para serem comercializadas em Curitiba. 
Foi assim que nesta fase mais avançada da imigração a maioria das famílias de descendentes dos pioneiros sobreviviam. Nessa mesma época, lentamente, também ocorria a transformação para a verdadeira vocação do seu povo. Surgia Santa Felicidade como um bairro gastronômico de Curitiba, quando então foram aparecendo e se consolidando dezenas de restaurantes que serviam a comida típica italiana. O artesanato, a indústria e o comércio vieram consolidar esse ciclo, transformando a antiga colônia em um rico bairro de Curitiba.
Dizem os historiadores que o nome de Santa Felicidade veio da antiga proprietária das terras Dona Felicidade Borges, pertencente a uma família de origem portuguesa. Ela e os seus irmãos, Antônio e Arlindo Borges, venderam os lotes para as primeiras 15 famílias de imigrantes ali se instalarem. De acordo com os relatos dos pioneiros registrados em 1908 pelo padre Giuseppe Martini, a Colônia de Santa Felicidade foi fundada em novembro de 1878 por quinze famílias de imigrantes italianos retirantes da Colônia Nova Itália. 
Este grupo de imigrantes italianos, originários da região do Vêneto, chegou ao Porto de Paranaguá no mês de Janeiro de 1878, tendo sido assentados pelo governo provincial no litoral paranaense – mais precisamente em Porto de Cima e São João da Graciosa, núcleos da colônia que foi denominada Nova Itália. 
Insatisfeitos com o clima tropical típico do lugar e com a qualidade do solo do litoral, e principalmente pela falta de perspectiva de um mercado consumidor, os imigrantes começaram a se interessar pelos relatos otimistas provenientes dos tropeiros que transitavam entre a região e o planalto curitibano. Falavam de Curitiba, do seu clima frio e das terras férteis que a circundavam e de outros imigrantes por lá assentados. 

Inauguração Nova Fachada 1928 Igreja Matriz de Santa Felicidade

Ainda neste mesmo ano de 1878, algumas dessas famílias subiram a Serra do Mar até Curitiba, solicitando ao governo do Paraná a sua transferência para o planalto. Muitas delas foram assentadas nas colônias italianas já existentes, próximas a Curitiba, tais como: Alfredo Chaves, Presidente Faria e Maria José. 
Aqueles que possuíam alguma economia decidiram comprar terras de particulares. Reunindo os recursos de todo o grupo, as quinze famílias compraram o terreno pertencente aos irmãos Antônio, Arlindo e Felicidade Borges. Os relatos antigos dizem que ao venderem o terreno aos italianos, os irmãos Borges teriam exigido que o núcleo colonial passasse a se chamar Felicidade, em homenagem a sua irmã. Isso pode ser confirmado também pelos relatos do padre Maximiliano Sanavio, vigário local: os imigrantes por serem católicos, acrescentaram a palavra santa ao nome sugerido pelos brasileiros, e a colônia ficou sendo denominada Santa Felicidade. O terreno adquirido pelos italianos em Santa Felicidade foi dividido em quinze lotes de dois alqueires, demarcados lado a lado a partir de uma picada central, e distribuídos por sorteio entre as famílias. 
Segundo Moisés Stival, pesquisador e entusiasta da imigração vêneta no Paraná, das famílias italianas que chegaram em Santa Felicidade cerca de 65% delas eram provenientes da província de Vicenza, na região do Vêneto. Desses, o maior grupo, com aproximadamente 12 famílias, provinha do comune de Sandrigo. Ainda de acordo com o mesmo relato cerca de 50% das famílias da atual Santa Felicidade são oriundos de "comuni" como: Montecchio Precalcino, Dueville, Bressanvido, Bolzano Vicentino, San Pietro in Gù, Carmignano di Brenta, Pozzoleone, Schiavon, Nove, Marostica, Breganze, Zugliano e Thiene, todas localizadas em um raio de aproximadamente 10 Km de Sandrigo.
Conforme o livro do escritor Pe. Jacir Braido “O bairro que chegou num navio: Santa Felicidade Centenário, impresso pela editora Líbero-Técnica, Curitiba, novembro de 1978, e também baseado nas pesquisas do Pe. Irio Dalla Costa, esta é a relação das famílias pioneiras na formação do atual bairro  curitibano: 

ANO 1878

Alberti Giovanni
Boscardin Francesco
Boscardin Luigi
Benato Madalena
Bacalfil Basilio
Bertapelle Andrea
Breda Giacomo
Bosa Antonio
Bosa Valentino
Comparin Francesco
Cumin Calisto
Casagrande Giovanni
Cuman Santo
Dalla Stella Giuseppe
Dallarosa Antonio
Decarli Giovanni
Lucca Giovanni
Lucca Latini
Muraro Bortolo
Muraro B. Travisanello
Meneguzzo Giovanni
Maestrelli Dionisio
Poeltto Giovanni
Paolin Antonio
Ravanello Giuseppe
Slompo Bortolo
Tagliaro Sebastiano
Tabarin Clemente
Tulio Agostino
Travensoli Francesco
Valente Domenico
Villanova Bortolo
Vendramin Giuseppe
Zanotto Celestino
Zonato Domenico


DE 1879 À 1887

Alfornalli Giovanni
Alessi, viúva
Anzolin Pelegrino
Budel Giaccomo
Bonato Giovanni
Benato Giovanni
Bazani Angelo
Culpi Giuseppe
Colodel Giuseppe
Colodel Alessandro
Costa Luigi
Costantin Giovanni
Cecchetto Giuseppe
Cortese Luigi
Dallavia Angelo
Dallabona Giovanni
Dall’Armi Giovanni
Dallamarta Giovanni
Dorigan Antonio
Dorigan Romano
Franceschini, viúva
Ferro Vittore
Fontana Giovanni
Foiato Massimino
Garzaro Lorenzo
Gobbi Giuseppe
Gualdesi Pacifico
Gabardo Antonio
Lucca, viúva
Lovato Domenico
Lugarini Agostinho
Manfron Basilio
Meneguzzo Bortolo
Mion Girolamo
Miola Santo
Mazzarotto Angelo
Pegoraro Vitório
Parise Maria
Petrobelli Giovanni
Sandri Giovanni
Sandri Bortolo
Scabia Antonio
Strapasson Giovanni
Strapasson Domenico
Segala Valentino
Saccheto Francesco
Toaldo Pelegrino
Trevisan Felice
Trevisan Antonio
Tomasi Girolamo
Tomasi Francesco
Tessari Giovanni
Tessaro Antonio
Volpe Gianbatista
Volpe Andrea
Zardo Giaccomo
Zeminian Giuseppe
Zen Antonio


DE 1888 À 1895 FAMÍLIAS

Antoniacomi
Basso
Botega
Brandalise
Berti
Borgo
Bucco
Bindo
Bugliana
Bello
Brognolo
Baron
Brunetti
Brotto
Bortoluzzo
Brustolin
Cagliari
Ceronato
Costantini
Coradi
Castagnoli
Cechin
Cavacchiolo
Chiminello
Dal Santo
Dallalibera
Darú
Dalzoto
De Marchi
Ercole
Esilioto
Festa
Fochese
Finzeto
Fogiato
Fiori
Ferrarini
Foltran
Fraccaro
Frasson
Ferronato
Giaretta
Gardaro
Golin
Grande
Giacomelli
Gnata
Giusti
Gasparin
Granato
Galli
Leonardi
Mocelin
Manosso
Maestrelo
Marchesini
Milani
Murara
Moleta
Micheleto
Menegoto
Marioti
Matio
Molinari
Nappa
Pansarin
Peruzzi
Pianaro
Pizzato
Parodi
Poletti
Paganetti
Puglia
Rizzetto
Smanioto
Stella
Scorsin
Stival
Simeoni
Simoneto
Sartori
Scaramelio
Toresin
Veuzon
Vale
Volpato
Zampieri
Zanzovo
Zilio
Zilioto
Zaramella





Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Curitiba o Destino Final dos Vênetos no Paraná

Colônia Nova Itália 1ª Igreja



Com a falência dos projetos coloniais localizados no litoral paranaense, a capital Curitiba atraiu a grande maioria dos imigrantes que vieram se instalar nas novas colônias formadas ao redor da cidade. 

Diversos foram os fatores que impediram o progresso daquelas colônias litorâneas, sendo que os principais foram: 


1. desorganização administrativa nas colônias; 
2. assentamentos em locais inadequados, com terrenos arenosos localizados em zonas propensas a enchentes; 
3. calor úmido, típico da região, que muito dificultava à adaptação dos colonos a nova terra; 
4. moradias precárias condições e falta de higiene nos barracões; 
5. locais na maioria úmidos, infestados por muitos tipos insetos e parasitas desconhecidos dos imigrantes que provocavam doenças e desconfortos, tais como mosquitos e bicho-de-pé que causavam grandes sofrimentos aqueles pioneiros; 
6. insistência no plantio de culturas tradicionais europeias não recomendadas para a região; 
7. finalmente, e a causa principal, a falta de um mercado consumidor próximo para escoar os produtos agrícolas colhidos. 


Assim, com o passar do tempo, aprendendo com os tropeiros que desciam com as tropas de mulas com destino a Morretes e ao Porto de Paranaguá, ficaram sabendo da existência de uma vila com terras melhores situadas ao redor de onde é hoje a capital do Estado. Assim, em ritmo cada vez maior, o êxodo foi aumentando em direção às terras férteis do planalto paranaense local onde o clima também era muito mais parecido com aquele que deixaram no Vêneto. A subida da Serra do Mar foi pela realizada pela Estrada da Graciosa, a pé e em carroças, e que durava alguns dias. 


Ao que se sabe o governo da província não dificultou este grande deslocamento de imigrantes para a capital da Província do Paraná, tendo pelo contrário na maioria dos casos os ajudado com transporte em carroças.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS




quinta-feira, 9 de agosto de 2018

A Colonização Italiana do Paraná - parte 1



Em 1872, o empresário Savino Tripotti iniciou os preparativos para a fundação da Colônia Alexandra (fundada em fevereiro de 1872) quando chegou da Itália a primeira leva de imigrantes, com a galera Ana Pizzorno" e pelo navio "Liguria".
Muitos italianos que vieram, não se destinavam propriamente ao Paraná. Eram obrigados, muitas vezes, a interromper a viagem, quer pela beleza da paisagem tropical, quer por cansaço ou doença, ou para abreviar o sofrimento das crianças que adoeciam e morriam a bordo, entulhadas que eram nas terceiras classes ou porões de navios infectos, junto às caldeiras, iluminados por insuficiente luz artificial, sem que nem mesmo o vento do mar chegasse até eles para minorar o calor sufocante.
Devido ao balanço do navio, que jogava muito, a maioria enjoava e já no segundo dia de viagem não havia um lugar seco onde pisar; poças de vômito espalhavam-se por todo o lado.
Não bastasse isso, mais tarde, durante a travessia, combalidos, estranhando a comida a bordo que não era boa, sobrevinha a diarreia, e as mães que amamentavam perdiam o seu leite e, em consequência, as crianças pereciam.
Chegados em Paranaguá, eram alojados na Casa da Imigração, recebendo sua primeira alimentação em terra - aí, alguns tiveram a sua primeira decepção. Vendo sobre a mesa várias cuias de farinha de mandioca, avançaram para as mesmas, à voz de "formaggio, formaggio...", pois a muito não comiam queijo; mas de imediato cuspiram fora, sentindo que o gosto não se amoldara aos seus paladares (pensavam ser queijo ralado).
Da Casa da Imigração, eram encaminhados à Colônia Alexandra, correndo as despesas de hospedagem e o transporte, por conta do Governo da Província.
Ao chegarem os colonos nas áreas que lhes eram destinadas, viam logo que não era bem a sonhada terra que eles imaginavam. Muitos dos seus lotes ficavam em lugares ermos, praticamente inabitáveis. Alguns deles ficavam em terreno alagadiço, arenoso ou pedregoso, longe dos centros mais populosos como Morretes e Paranaguá, provocando desânimo na posse da nova terra.
Como ignoravam o rigor do clima, que era muito quente no litoral, e outros aspectos da ecologia da região, ainda mais, o desconhecimento de como prevenir e acautelar-se contra animais ferozes, ofídios e insetos, que em grande quantidade existiam no lugar, de como começar uma agricultura rápida, tudo isso, agravado pela inexperiência no idioma, sobrevinha para os menos fortes o total esmorecimento que influiu negativamente no colono italiano.


Se isso não bastasse, sucediam-se os casos de doenças. Havia falta de médicos, e pelos altos preços que estes cobravam pelos seus trabalhos, eram pouco procurados.
Nos casos de emergência, apelavam para os curandeiros, charlatães que gozavam de grande prestígio entre a população nativa, não menos ignorante e supersticiosa.
Por esse tempo chegaram à Província mais 870 colonos italianos com destino a Alexandra, dirigida por Savino Tripotti.
Este, dizendo que estava sem recursos até para manter os antigos colonos, abandonou-os declarando que não tinha meios sequer para os primeiros suprimentos.
Por sua vez, os imigrantes recém-chegados declararam que tinham vindo iludidos e ao saberem do aperto porque estavam passando os seus patrícios, não quiseram absolutamente pertencer a Colônia Alexandra. Negaram-se a fazer parte da referida Colônia por vários motivos, e estas queixas e alegações provocaram os seguintes acontecimentos:
1º- Transferência de colonos de Alexandra para a Colônia Nova Itália, em Morretes.
2º- Criação de novos núcleos no planalto curitibano.
3º- Rescisão de contratos estabelecidos entre o Império e Empresários.
- Isso não impediu que novos empresários continuassem a introduzir italianos no Paraná.
Naquelas condições, as autoridades, de acordo com o Inspetor Geral da Colonização, resolveram transferi-los para Morretes, onde existiam terras férteis, próprias para todo o gênero de cultura.
Mas o descontentamento persistiu em Morretes, onde a precariedade dos caminhos era semelhante às dificuldades da Colonia Alexandra, e muitos colonos, em situação crítica, puseram-se em debandada. Enquanto isso, o Governo providenciava a medição de terrenos no planalto curitibano para a formação de novas colônias.
- Savino Tripotti era natural de Teramo, no Abruzzo. Veio para a América fugido da justiça italiana, sendo mais tarde absolvido da acusação que lhe imputavam.

Fonte


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Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

segunda-feira, 7 de maio de 2018

I Veneti nel Paranà



Intervento di Luis Molossi, consultore della FAVEP, nella Consulta Veneta de 2009
Desiderio Peron 20 de dezembro de 2009 sulla revista Insieme

L’emigrazione verso il Paraná, regione che in quel tempo faceva ancora parte dello Stato di São Paulo, venne regolamentata con la Legge Provinciale n.º 29, del 21/03/1855. L’intervento legislativo si rese necessario visto il sempre più impellente bisogno di mano d’opera, legato alla volontà da parte dell’impero portoghese di estendere la propria egemonia sui territori situati all’estremo sud del Brasile. Quest’azione era tesa a stabilizzare une delle zone più calde del paese. Infatti non da molto qui si erano conclusi alcuni conflitti e ribellioni, come ad esempio la guerra dei “Farrapos” che interessò Rio Grande do Sul e Santa Catarina. L’interesse a consolidare e ad assumere prima possibile il controllo di quei territori era prima di tutto dettato dal fatto che si trattava di zone di confine, sulle quali giravano molteplici interessi prevalentemente da parte dei governi spagnolo, uruguaiano ed argentino. Prioritariamente si ritenne necessario sviluppare un’economina prevalentemente agricola tale, almeno in una sua prima fase, da garantire la sussistenza degli abitanti, tenendo logicamente presente l’incremento demografico che ne sarebbe derivato. Parallelamente si andò ad investire sulle infrastrutture, concentrando gli sforzi sulla creazione di nuove vie di comunicazione quindi sulla ristrutturazione delle strade preesistenti; era infatti di fondamentale importanza agevolare il più possibile i contatti fra le varie comunità. Nella zona di Curitiba come del resto a Lapa, Ponta Grossa, Castro e Guarapuava vennero alla luce moltissime colonie fondate prevalentemente da: tedeschi, polacchi, svizzeri, inglesi, francesi e anche belgi; fino ad allora la componente italiana era numericamente trascurabile. Solo dal 1875 l’immigrazione nel Paranà da parte degli italiani assunse un aspetto consistente. La causa dell’incremento di questo flusso migratorio era individuabile in una profonda crisi economica, dovuta ai molteplici problemi, ad allora irrisolti, derivanti dalla recente unità d’Italia. I motivi per i quali moltissime persone individuarono nel Brasile il luogo dove andare a costruire il proprio futuro, sono dovuti in primis alla possibilità di possedere un pezzo di terra da coltivare, aspetto peculiare di una neonata giurisprudenza in materia d’immigrazione che al tempo rendeva questo paese ben più appetibile di altri. La prima Colonia Italiana del Parana risale alla prima metà degli anni 1870; questa fu chiamata “Alexandra”, e sorse in una zona prossima al “Porto de Paranaguá”. Il motivo di tale ubicazione è riconducibile al tentativo, purtroppo solo a parole, di ridurre al minimo gli oneri a carico degli immigranti italiani per la loro “sistemazione”. In realtà Sabino Tripoti, imprenditore legato contrattualmente al Presidente della Provincia, Venâncio José Lisboa, nonché fondatore della stessa Colonia Alessandra, lucrava e non poco sui suoi sventurati compatrioti che, spinti da una sempre più impellente indigenza, avevano dovuto lasciare il proprio paese. Per avere un’idea su quanto questo “signore” vessava i propri connazionali, basti pensare che il costo effettivo per la sistemazione di ogni singola persona ammontava all’epoca a cento lire, mentre lui se ne intascava candidamente 500. É noto inoltre che Tripoti abbia partecipato in Argentina alla fondazione delle colonie “Emilia” e “Ausonia”, situate rispettivamente a Santa Fé ed a Chaco, meritandosi le “attenzioni” della magistratura argentina oltre che di quella italiana, dovute sempre al comportamento vessatorio nei confronti degli emigranti, considerati da questo sant’uomo niente più che fonte di profitto. Come se tutto ciò non bastasse, la scelta di insediarsi nella zona di Paranaguá di lì a poco si dimostrò completamente sbagliata a causa di un terreno inadatto ad essere coltivato e di un clima troppo caldo per persone che erano abituate da generazioni al freddo degli altipiani veneti. Una volta resisi conto della situazione, molti pensarono addirittura di far ritorno in Italia, in quanto era completamente venuta a mancare la fiducia nei confronti delle promesse fatte a suo tempo dalle agenzie per l’emigrazione italiane. Fu così che per mano del Presidente della Provincia, Adolfo Lamenha Lins, il contratto fu annullato e fu fondata la colonia “Nova Italia” a Morretes, cittadina situata sempre vicina alla zona costiera. Fu proprio tale ubicazione a determinare un ulteriore fallimento, sempre da attribuire alla scarsa qualità del terreno oltre che alla difficoltà nel distribuire e conseguentemente a commercializzare prodotti quali la canna da zucchero, l’acquavite, il caffè, il mais ed i fagioli. I documenti dell’epoca riportano che la colonia era occupata da 800 famiglie e suddivisa in 610 lotti pressochè inutilizzabili a fini agricoli. Il 13/10/1892 Prete Pietro Antonio Colbacchini scrisse una lettera, specie di resoconto, al Presidente della Società Italiana di San Raffaele, responsabile dell’assistenza agli emigrati, dove lamentava la situazione d’estremo disagio, dovuta al caldo, ai parassiti, agl’insetti (soprattuto zanzare) nella quale si erano venuti a trovare i coloni. Oltre a tutto ciò il prelato, sempre nella medesima lettera, descrive sintomi quali: “stordimento al capo, languore di membra, inappetenza, svogliatezza, indolenza e quasi tedio della vita”. Fu così che moltissimi lasciarono la costa per raggiungere l’altopiano curitibano, soventemente andando ad insediarsi in colonie preesistenti, ubicate nelle zone limitrofe della capitale quali: Antonio Rebouças, Santa Maria do Novo Tyrol (colonia trentina), Campo Comprido, Murici, Inspetor Carvalho, Dantas (Água Verde), Santa Felicidade, Alfredo Chaves (Colombo) ed altre. Alcune comunità fecero subito proprie abitudini e costumi locali, mentre altre, prevalentemente quelle più decentrate, grazie ad un intregrazione più progressiva, riuscirono a mantenere ben vivi i legami con le proprie radici, non dimenticando la propria lingua e più in generale la propria cultura. L’organizzazione delle colonie seguiva normalmente delle regole molto semplici: veniva prioritariamente operata una suddivisione del terreno destinato alle attività economiche, quindi si andavano ad erigere in successione la chiesa, il cimitero quindi la scuola. L’economia di ogni singola comunità dell’epoca era di carettere prettamente rurale; la colonia doveva essere quasi del tutto autosufficiente stabilendo al proprio interno una sorta di organizzazione di carattere autarchico. Ecco che si allevava il bestiame, si coltivava della vite, ai legumi, agli ortaggi, si costruivano mulini per la produzione di farina di mais destinata, oltre che finire sulle tavole sotto forma di polenta, anche a diventare mangime per animali. Si tendeva inoltre a disbocare il più possibile, producendo così molto legname da destinare soprattuto ad un utilizzo edilizio, ed allo stesso tempo ottenendo nuovo terreno da coltivare. Infine, non mancavano ferriere e fabbri. Il Paranà copre una superficie pari ai 2/3 dell’Italia. Nel periodo della grande immigrazione il suo territorio era pressochè quasi totalmente ricoperto da foreste formate prevalentemente da pini (araucária). Il Prete Colbacchini, durante le sue lunghissime ed innumerevoli peregrinazioni, fece erigere ben 16 cappelle ed una grande chiesa. Quest’ultima fu costruita nel quartiere di “Santa Felicidade”, ad oggi, fra le zone a maggioranza italiana e, senza dubbio, une delle più conosciute e sviluppate dello stato paranaense. Non è assulutamente un caso che la principale via d’accesso, piena peraltro d’innumerevoli ristoranti e negozi, porti il nome di “Via Veneto” ed al proprio ingresso vi sia stato sistemato il famoso “Leone Allato”, simbolo per eccellenza dei Veneti. “Il campo è imenso. Faremo un corpo unico. Fonderemo una Congregazione religiosa, un seminário…” diceva Colbacchini ad alcuni amici sacerdoti di Vicenza, esortandoli a raggiungerlo in Brasile, alla fine del secolo XIX. È attualmente impossibile risalire a quanti prelati e quante famiglie siano giunte qui dal Veneto. Possiamo però sicuramente affermare che la presenza dei veneti in Paraná è ed è stata veramente rilevante sia in riferimento all’espetto prettamente demografico, sia e soprattuto per come quest’ultimi siano riusciti con il loro fondamentale contibuto a dare slancio allo sviluppo economico dello stato. Tengo a sottolineare che i veneti, grazie alla creatività e alla laborosità, qualità loro peculiari, si sono fatti valere analogamente anche in molte altre parti del mondo. La popolazione dello Stato del Paranà conta oggi col quase 40% di origine italiana, della quale, la maggior parte di veneti. Ancora oggi, in qualsiasi luogo lo s’incontri, un veneto, oltre che per il cognome, è riconoscibile per il suo inconfondibile accento, ciò a testemonianza di un ancora più che vivo legame con la propria cultura. La sfida della FAVEP – Federazione delle Associazioni Venete dello Stato del Paraná, ente di cui ho l’onore di far parte e da cui sono chiamato a ricoprire la carica di consultore, consiste nel sollecitare il senso d’appartenenza dei veneti con la propria origine. Questo sarà possibile se tutti noi c’impegneremo nel dare la maggiore visibilità possibile alle numerose iniziative di cui la Regione Veneto si sta facendo promotrice. Non potete immaginare il piacere ed allo stesso tempo la grande emozione che provo, stando qui a parlare con voi. Per concludere, visto che la lingua veneta in tutto il sud del Brasile diventa per legge lingua ufficiale, con tutto il mio orgoglio di veneto, voglio dirvi: “- MI SON TALIAN, ÒSTREGA!” 



Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

sábado, 17 de março de 2018

Curitiba, Destino da Maioria dos Imigrantes Vênetos no Paraná



Com a falência dos projetos coloniais localizados no litoral paranaense, a capital Curitiba atraiu a grande maioria dos imigrantes que vieram se instalar nas novas colônias formadas ao redor da cidade. Diversos foram os fatores que impediram o progresso daquelas colônias litorâneas, sendo que os principais foram:

1.   desorganização administrativa nas colônias;
2.   assentamentos em locais inadequados, com terrenos arenosos localizados em zonas propensas as enchentes;
3.   calor úmido, típico da região, que muito dificultava a adaptação dos colonos a nova terra;
4.   moradias precárias e falta de condições de higiene nos barracões;
5.   locais na maioria úmidos, infestados por muitos tipos insetos e parasitas desconhecidos dos imigrantes que provocavam doenças e desconfortos, tais como mosquitos e bicho-de-pé que causavam grandes sofrimentos aqueles pioneiros;
6.   insistência no plantio de culturas tradicionais europeias não recomendadas para a região;
7.   finalmente o fator principal, a falta de mercado consumidor próximo para escoar os produtos agrícolas colhidos.

Assim, com o passar do tempo, aprendendo com os tropeiros que desciam com as tropas de mulas com destino a Morretes e ao Porto de Paranaguá, ficaram sabendo da existência de uma vila com terras melhores situadas ao redor de onde é hoje a capital do Estado. Assim, em ritmo cada vez maior, o êxodo foi aumentando em direção às terras férteis do planalto paranaense local onde o clima também era muito mais parecido com aquele que deixaram no Vêneto.
A subida da Serra do Mar foi pela realizada pela Estrada da Graciosa, a pé e em carroças, e que durava alguns dias. Ao que se sabe o governo da província não dificultou este grande deslocamento de imigrantes para a capital da Província do Paraná, tendo pelo contrário na maioria dos casos os ajudado com transporte em carroças.

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS