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sexta-feira, 16 de março de 2018

Colônia de Alfredo Chaves no Paraná – Município de Colombo



 No ano de 1877 um grupo de quase duas centenas de imigrantes, agricultores de origem vêneta, chegaram ao Porto de Paranaguá, guiados pelo Padre Angelo Cavalli. Foram encaminhados para a Colônia Nova Itália, localizada na vizinha cidade de Morretes.
Devido os vários problemas encontrados como terras improdutivas, distância dos centros consumidores e as más condições de vida encontrada nessa colônia, já no ano seguinte a abandonaram e se transferiram para a periferia da capital paranaense.
Esse grupo de 40 famílias recebeu do governo da província do Paraná uma gleba de terras,  já demarcadas em 80 lotes, 40 urbanos e 40 rurais, localizados a 23 Km de Curitiba, em uma localidade conhecida por Butiatumirim. Este assentamento recebeu o nome de Colônia Alfredo Chaves, em homenagem ao então Inspetor de Terras e Colonização.
Passados mais alguns anos, com a chegada de mais imigrantes, o governo criou novas colônias vizinhas a de Alfredo Chaves. No ano de 1886 foi criada a Colônia de Antônio Prado constituída por imigrantes de origem polaca.
Ainda no mesmo ano foi criada a Colônia Presidente Faria, esta formada somente por imigrantes de origem italiana. Em 1887, vizinha a esta última, foi criada a Colônia Maria José que mais tarde se transformou no município de Quatro Barras. Finalmente, no ano de 1888, foi criada a Colônia Eufrazio Correia, formada por imigrantes provenientes da Itália, que deu origem ao bairro Capivari.
No ano de 1890, por decreto do governo provisório republicano, a Colônia Alfredo Chaves passou a se chamar de Colombo, em homenagem ao grande navegador genovês descobridor da América, e ainda neste mesmo ano foi instalado o município.
No ano de 1932, por um decreto estadual, Colombo mudou de nome para ser chamado de Capivari e anexado ao município de Bocaiúva do Sul.
Entretanto, em 1933 por novo decreto do governo estadual voltou a se chamar Colombo, para novamente em 1938 vir a ser extinto e anexado à Curitiba.



No ano de 1943 através de novo decreto estadual voltou a ser município autônomo o que perdura até os dias de hoje.



Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS

Sobrenomes Vênetos nas Colônias Italianas entorno de Curitiba Paraná



O grande bairro curitibano da Água Verde se chamava de Colônia Dantas, no início da colonização italiana na cidade, no final do século XIX. Dezenas de famílas italianas, na sua grande maioria de origem vêneta, se instalaram no local, muitos após passarem um difícil período nas colônias formadas no litoral paranaense, localizadas em torno de Paranaguá e Morretes, como as Colônias Nova Itália e Alexandra, esta última mais antiga. Assim, as famílias nominadas abaixo foram as que povoaram a Colônia Dantas e que com seu trabalho deram lugar ao aprazível e rico bairro da Água Verde de hoje. A seguir, nomes de famílias pioneiras que se estabeleceram no local por volta de 1879, data que encontramos a primeira referência a esta colônia italiana nos arredores de Curitiba. Alguma lá permaneceram por pouco tempo, indo se fixar em outras colônias italianas então em formação em Curitiba ou em cidades vizinhas como Colombo (se chamava de Colônia Alfredo Chaves), Umbará, Santa Felicidade, Piraquara (Colônia Santa Maria do Novo Tirol). As famílias pioneiras: Alberti, Alessandrini, Andreoli, Andretta, Antonietti, Antonietto, Baggio, Baglioli, Baptista, Baronti, Barusso, Bassan, Bassani, Basso, Beghetto, Belinari, Belon, Benedetti, Benetello, Berno, Bertoli, Bertollini, Bettega, Bizotto, Bobbato, Bonilaure, Borsato, Bortoletto, Bot, Bozza, Bozzi, Bruneto, Brunetti, Buso, Buzzato, Cantorida, Cardon, Carnieri, Carraro, Casagrande, Castellano, Cavichiolo, Ceccato, Ceccon, Celli, Ceschin, Cemin, Colleone, Conte, Contogna, Cortadelli, Cortiano, Costa, Costacurta, Cunico, Dalazuana, Dalcol, De Carli, De Costa, De Cristiani, De Lazzari, De Mio, De Pauli, De Poli, Deconto, Demetrio, Denico, Derosso, Destefani, Dorigo, Fabris, Foltran, Fontana, Francechini, Fressatto, Fruet, Gabardo, Gagno, Giacomazzi, Gianini, Giovannoni, Girardi, Gottardi, Granatto, Grossi, Gusso, Guzzi, Honorio, Lanzoni, Lazarini, Lazzari, Lavorato, Lorenzi, Lazzarotto, Levorato, Lorenzi, Magrin, Maito, Maragno, Marchesini, Marchetti, Marchioro, Marcobon, Marcon, Marconi, Marello, Marodin, Marosin, Massolin, Massuci, Mattana, Meller, Melnai, Meneguzzo, Merlin, Micheletto, Moletta, Molinari, Moreschi, Motta, Nadalin, Nardino, Negrello, Orso, Pace, Pansolin, Parolin, Pasello, Pellissari, Percegona, Perfetti, Perolla, Piazetta, Piccoli, Pichette, Pierini, Pierobon, Pinton, Pizzato, Poitevin, Pontello, Pontoni, Postai, Prin, Razzolin, Rigoni, Rissetti, Romanel, Rossetto, Salsi, Sandri, Sartori, Scaramuzza, Schiavon, Scotti, Scremin, Scrocaro, Segalla, Senegaglia, Serafin, Solieri, Stevan, Stocco, Stofella, Tasca, Tedeschi, Tedesco, Thá, Tiepo, Thomaz, Todeschini, Tomazzi, Toniolo, Torquatto, Tortato, Tosin, Trevisan, Turin, Valente, Valentini, Vardanega, Veltorazzo, Vendrametto, Vendramin, Veronese, Vollatore, Zagonel, Zanardi, Zanardini, Zandonà, Zanetti, Zaniollo, Zanon, Zardo, Zilli, Zonta.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS

terça-feira, 6 de março de 2018

Colônia Nova Itália e a Imigração Vêneta no Paraná

 

Cidade de Morretes


Após o fracasso da Colônia Alexandra, ainda o número de imigrantes italianos, e vênetos em particular, continuava a aumentar nas terras do Paraná. Os recém-chegados eram recebidos em Paranaguá e depois levados para os barracões destinados para os imigrantes na cidade de Morretes, amontoados, com grande promiscuidade, sem conforto e em precárias condições higiênicas. Ali foi criada a Colônia Nova Itália, inaugurada em 22 de Abril de 1877, a qual também teve uma vida curta e muito atribulada, com revoltas e desmandos administrativos que muito caracterizaram a história desta colônia, e também de outras iniciativas colonizadoras similares do período. O rítmo dos trabalhos para a colocação definitiva dessa grande massa de imigrantes que chegava, era muito lento e a organização administrativa deixava muito a desejar. Em Janeiro de 1878 ainda se encontravam nos barracões mais de 800 famílias, portanto há aproximadamente 9 meses, na espera do seu lote de terra para trabalhar. No mês de Março do mesmo ano viviam 3000 pessoas nos barracões esperando a sua colocação. 
Em um artigo, surgido no mês de Março de 1878, no jornal Dezenove de Dezembro já se relatava que: "existem mais de trezentos lotes já demarcados, cento e poucos estão ocupados e os restantes tem casas construídas já há seis meses, mas, ainda sem teto, quase todas danificadas por estarem expostas ao tempo, por terem sido construídas com péssimo material adquirido a preço esorbitante. Não existe uma estrada para os lotes e os colonos os recusam pois são invadidos pelas águas durante as cheias dos rios ou localizados em terreno muito montanhoso. Os colonos estão quase na miséria, sem roupas, sem casas habitáveis, sem sementes para as suas primeiras plantações. Estão completamente desencorajados, ainda mais que muitos terrenos distribuídos são ruins e pantanosos".
Ainda em Fevereiro as condições sanitárias continuavam muito precárias. Assim, em comunicado ao Ministério a presidência advertia que: "Situada em uma localidade pouco salubre, circundada por terrenos pantanosos e baixos, sujeitos à inundações do Rio Nhundiaquara, muito frequentes naquela zona, acarretando, como está acontecendo atualmente, febre tifóide, malária e outras enfermidades graves". 
Em Março do mesmo ano, proveniente do Rio de Janeiro, chegaram alguns navios e com eles doentes com febre amarela. Já no dia 20 de Março a cidade de Antonina foi atingida por uma epidemia desta terrível doença, que apesar dos esforços para contê-la rapidamente atingiu Morretes e Paranaguá, e também a notícia das primeiras mortes. 
A Colônia Nova Itália foi bastante atingida pela epidemia de febre amarela e as mortes foram muitas. Porém, outras doenças também graves ceifavam a vida dos primeiros imigrantes: a anemia por verminoses que atingiam especialmente as crianças, as doenças transmitidas por mosquitos que infestavam aquela zona assim como aquelas provocadas por outros parasitos, menos conhecidos, como o bicho-de-pé, que tornavam um inferno a vida daqueles pioneiros. O descontentamento era geral entre os colonos. Alguns procuravam meios para retornarem a seus países, sem encontrarem muita ajuda. Finalmente no mês de Julho o governo do Paraná resolveu transportar parte dos habitantes da Colônia Nova Itália, para colônias localizadas ao redor de Curitiba, a capital do Estado, o que veio a solucionar este problema.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS

Colônia Alessandra e a Imigração Vêneta no Paraná



A Colônia Alessandra, ou Alexandra, também conhecida pelos imigrantes italianos como "O Purgatório", foi fundada em 10 de Fevereiro de 1872, localizada a aproximadamente 14 km de Paranaguá, cidade litorânea e porto de mar do Estado do Paraná.O clima muito quente e úmido predominante naquela zona, propiciava o aparecimento de inúmeras doenças tropicais causadas por insetos, as quais muito breve foram motivo de irritação e descontentamento entre os imigrantes com muito sofrimento e mortes.As desventuras dessa colônia, que chegou a ter um grande número de imigrantes, começaram muito antes da sua fundação, já na escolha do local a ela destinado.O homem de negócios Savino Tripoti, natural de Teramo, província de Abbruzzo, fugindo da justiça italiana, veio se refugiar na América, primeiramente na Argentina por volta de 1864, foi posteriormente absolvido das acusação que lhe pesavam. Na Argentina, ainda antes de 1870, adquiriu experiência com projetos de colonização tendo chegado a assumir o cargo de diretor a Colônia Emilia, província de Santa Fé e na Colônia Ausonia, esta na província do Chaco. Em 07 de Junho de 1871 este empresário assinou contrato com o governo imperial brasileiro que previa a chegada de 2.500 imigrantes nos próximos 6 anos.Tripoti, como tantos outros empresários daquela época que se dedicavam a ganhar rapidamente dinheiro com projetos de colonização, equiparavam os agricultores imigrantes com qualquer outro tipo de mercadoria e pouco distinguiam as necessidades dos homens com aquelas dos animais. Muito sofrimento, desespero e vidas perdidas durante este processo de colonização mal conduzido.Também o governo imperial brasileiro teve a sua parcela de culpa, na medida que pouco exigia na escolha dos seus contratados, mergulhado em uma burocracia que tornava ineficaz a vigilância do trabalho desses empresários. A Colônia Alessandra durou até meados de 1877, quando após uma série de acontecimentos trágicos, que se sucederam em rítmo contínuo, apressaram a sua extinção.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS