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segunda-feira, 26 de março de 2018

Causas da Emigração Vêneta



Inúmeras são as causas desse verdadeiro êxodo Vêneto que, no período de aproximadamente cem anos, esvaziou vilas e cidades, um fenômeno jamais visto nos tempos modernos.

A grande emigração vêneta fez com que milhares de homens, mulheres e crianças tivessem que abandonar, desordenamente e sem auxílio do governo, a terra natal para, procurar trabalho e melhores condições de vida em lugares distantes e pouco conhecidos.

Em primeiro lugar, devemos levar em conta a somatória de fatores locais na Região do Vêneto, ocorridos nos últimos cinqüenta anos finais do século XIX, os quais, muito contribuiram para romper o relativo equilibrio existente, agravando a já tão difícil vida de milhares de pobres agricultores, diaristas e pequenos artesãos.

A população vêneta, como de toda a Europa na época, devido a melhoria das condições de higiene, que ocasionou uma maior redução da mortalidade infantil, experimentou nesse período um aumento populacional importante e nunca conhecido.

A agricultura vêneta nesta época, que antecedeu a grande emigração, era muito atrasada. Durante centenas de anos muito pouco foi acrescentado em novas técnicas, desde a introdução da batata e do milho nos séculos anteriores, produtos estes que contribuiram, ainda no governo da Sereníssima República de Veneza, para manter a população vêneta mais ou menos equilibrada. Pelo atraso em que se encontrava, não conseguiu suportar a concorrência de produtos importados de outros países, principalmente dos Estados Unidos da América, que chegavam por preços mais baixos.

Uma série de desastres naturais, também se abateu sobre todo o Vêneto neste período, com secas, inundações, granizo e pragas, contribuindo para agravar a já deficiente produção agrícola vêneta e a conseqüência foi a fome e as doenças carenciais tal como a pelagra.

O atraso da Itália em geral, e do Vêneto em particular, também ficava evidente no que diz respeito a industrialização, movimento que só apareceu na região em fins do século XIX, ainda que timidamente, não oferecendo trabalho suficiente para aquela mão de obra expulsa do campo.

A "independência" do Vêneto, ocorrida em 1866, que da esfera do poder áustro-húngaro desde o fatídico 1775, passou, então, a fazer parte do Reino da Itália, comandado pela piemontesa Casa de Savoia, criou inúmeros problemas em toda a região. Entre eles a proibição de uso das terras da Igreja, fonte de sustento de grande número de pequenos agricultores, criadores de gado e lenhadores, os quais com o seu trabalho, tiravam daqueles locais o sustento para suas famílias. Também a criação de impostos abusivos, que puniam sempre os mais fracos, tornando-os cada vez mais pobres. Entre esses odiosos impostos estavam a taxa sobre o volume de grãos moídos, que era cobrado diretamente no moinho e a taxa sobre a venda de sal.

O confisco das terras da Igreja pelo Reino da Itália, também criou um grande atrito na região do Vêneto, onde a presença de católicos era a maioria. O desentendimento entre Igreja e Estado durou até próximo ao período republicano.

O tipo de relacionamento entre o capital e o trabalho, ainda herança da era medieval, onde o patrão, dono da terra, detinha o controle quase total do empregado, ao qual, sem leis específicas de proteção, só restava calar sempre, obedecer sempre.

A vontade de libertação do jugo do patrão, exercido ainda de forma medieval, juntamente com a fome crônica que grassava na região, a falta de perspectivas para o futuro e, posteriormente, a ação desonesta de angariadores de mão-de-obra e divulgadores do "el dorado" brasileiro, foram, sem dúvidas, as causas mais próximas da grande emigração vêneta para o Brasil.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS

terça-feira, 20 de março de 2018

Causas da Emigração Vêneta



Inúmeras são as causas desse verdadeiro êxodo Vêneto que, no período de aproximadamente cem anos, esvaziou vilas e cidades, um fenômeno jamais visto nos tempos modernos.
A grande emigração vêneta fez com que milhares de homens, mulheres e crianças tivessem que abandonar desordenadamente e sem auxílio do governo, a terra natal para, procurar trabalho e melhores condições de vida em lugares distantes e pouco conhecidos.
Em primeiro lugar, devemos levar em conta a somatória de fatores locais vênetos, ocorridos nos últimos cinquenta anos finais do século XIX, os quais, muito contribuíram para romper o relativo equilíbrio existente, agravando a já tão difícil vida de milhares de pobres agricultores, diaristas e pequenos artesãos.
A população vêneta, como de toda a Europa, devido a melhoria das condições de higiene, principalmente com uma maior redução da mortalidade infantil, experimentou nesse período um aumento importante e nunca conhecido.
A agricultura vêneta nesta época, que antecedeu a grande emigração, era muito atrasada. Durante centenas de anos muito pouco foi acrescentado em novas técnicas, desde a introdução da batata e do milho nos séculos anteriores, produtos estes que contribuíram, ainda no governo da Sereníssima República de Veneza, para manter a população vêneta mais ou menos equilibrada. Pelo atraso em que se encontrava, não conseguiu suportar a concorrência de produtos importados de outros países, principalmente dos Estados Unidos da América, que chegavam por preços mais baixos.
Uma série de desastres naturais, também se abateu sobre todo o Vêneto neste período, com secas, inundações, granizo e pragas, contribuindo para agravar a já deficiente produção agrícola vêneta e a consequência foi a fome e doenças carenciais como a pelagra.
O atraso da Itália em geral, e do Vêneto em particular, também ficava evidente no que diz respeito a industrialização, movimento que só apareceu na região em fins do século XIX, ainda que timidamente, não oferecendo trabalho suficiente para aquela mão de obra expulsa do campo.
A "independência" do Vêneto, ocorrida em 1866, que da esfera do poder austro-húngaro desde o fatídico 1775, passou, então, a fazer parte do Reino da Itália, comandado pela piemontesa Casa de Savoia, criou inúmeros problemas em toda a região. Entre eles a proibição de uso das terras da Igreja, fonte de sustento de grande número de pequenos agricultores, criadores de gado e lenhadores, os quais com o seu trabalho, tiravam daqueles locais o sustento para suas famílias. Também a criação de impostos abusivos, que puniam sempre os mais fracos, tornando-os cada vez mais pobres. Entre esses odiosos impostos estavam a taxa sobre o volume de grãos moídos, que era cobrado diretamente no moinho e a taxa sobre a venda de sal.
O confisco das terras da Igreja pelo Reino da Itália, também criou um grande atrito na região do Vêneto, onde a presença de católicos era a maioria. O desentendimento entre Igreja e Estado durou até próximo ao período republicano.
O tipo de relacionamento entre o capital e o trabalho, ainda herança da era medieval, onde o patrão, dono da terra, detinha o controle quase total do empregado, ao qual, sem leis específicas de proteção, só restava calar sempre, obedecer sempre.
A vontade de libertação do jugo do patrão, exercido ainda de forma medieval, juntamente com a fome crônica que grassava na região, com a falta de perspectivas para o futuro e, posteriormente, a ação desonesta de angariadores de mão-de-obra e divulgadores do "el dorado" brasileiro, foram, sem dúvidas, as causas mais próximas da grande emigração vêneta para o Brasil.



Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS

sábado, 17 de março de 2018

Curitiba, Destino da Maioria dos Imigrantes Vênetos no Paraná



Com a falência dos projetos coloniais localizados no litoral paranaense, a capital Curitiba atraiu a grande maioria dos imigrantes que vieram se instalar nas novas colônias formadas ao redor da cidade. Diversos foram os fatores que impediram o progresso daquelas colônias litorâneas, sendo que os principais foram:

1.   desorganização administrativa nas colônias;
2.   assentamentos em locais inadequados, com terrenos arenosos localizados em zonas propensas as enchentes;
3.   calor úmido, típico da região, que muito dificultava a adaptação dos colonos a nova terra;
4.   moradias precárias e falta de condições de higiene nos barracões;
5.   locais na maioria úmidos, infestados por muitos tipos insetos e parasitas desconhecidos dos imigrantes que provocavam doenças e desconfortos, tais como mosquitos e bicho-de-pé que causavam grandes sofrimentos aqueles pioneiros;
6.   insistência no plantio de culturas tradicionais europeias não recomendadas para a região;
7.   finalmente o fator principal, a falta de mercado consumidor próximo para escoar os produtos agrícolas colhidos.

Assim, com o passar do tempo, aprendendo com os tropeiros que desciam com as tropas de mulas com destino a Morretes e ao Porto de Paranaguá, ficaram sabendo da existência de uma vila com terras melhores situadas ao redor de onde é hoje a capital do Estado. Assim, em ritmo cada vez maior, o êxodo foi aumentando em direção às terras férteis do planalto paranaense local onde o clima também era muito mais parecido com aquele que deixaram no Vêneto.
A subida da Serra do Mar foi pela realizada pela Estrada da Graciosa, a pé e em carroças, e que durava alguns dias. Ao que se sabe o governo da província não dificultou este grande deslocamento de imigrantes para a capital da Província do Paraná, tendo pelo contrário na maioria dos casos os ajudado com transporte em carroças.

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS


sexta-feira, 16 de março de 2018

Colônia Maria José a Presença dos Vênetos no Paraná - atual Quatro Barras







Criada entre 1886 e 1887 a Colônia Maria José se localizava a aproximadamente 20 Km da capital do Paraná, às margens da Estrada da Graciosa, ao lado da Colônia Presidente Faria. Tinha 13 lotes demarcados, em uma área de 128 hectares. Ali foram assentados imigrantes provenientes da região do Vêneto, na Itália.
Com o tempo deu origem ao atual município de Quatro Barras



Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS