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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

O Demorado e Complicado Rito da Eleição dos Doges


Doge Andrea Gritti 1455 - 1538



Como acontece em todos os governos do mundo, entorno do cargo de doge, se moviam  não só interesses familiares, econômicos e de poder, mas, também abusos e rivalidades mal disfarçadas. 

Nos primeiros séculos da história veneziana, alguns doges tentaram tornar o seu poder absoluto e hereditário. Em 1268 para por fim a esse tipo de ideia foi introduzida a promessa ducal, uma espécie de contrato que o doge firmava com o Maior Conselho, que era o verdadeiro centro do poder do estado veneziano, que limitava os seus poderes e um novo mecanismo eleitoral a ser usado para a escolha do futuro doge. Este complicado sistema de eleição foi mantido até a queda da república em 1797, com a invasão das tropas napoleônicas. 


Eleição do Doge


A demorada eleição se desenvolvia em diversas fases: primeiro o conselheiro mais jovem devia sair do palácio ducal e descer até a Basílica de San Marco, pegar pela mão o primeiro menino que encontrasse e levá-lo para o palácio. Era o denominado balotin, o encarregado de extrair as esferas da votação de uma urna. Todos os eleitores deviam obviamente fazer parte do Maior Conselho e deveriam ter completado a idade de trinta anos. No dia escolhido para a eleição do novo doge, todos os que tinham o direito de votar, se reuniam na Sala do Maior Conselho. Ali, em uma urna, estavam as esferas, em número exato ao total dos membros votantes. Em trinta destas esferas estava escrito "elector". 

O menino, que se denominava de balotin, extraia uma esfera por vez e a consignava sucessivamente a um dos votantes. Os conselheiros que tinham recebido a esfera com a palavra elector se reuniam e sorteavam nove nomes entre eles. 

Estes nove se reuniam e escolhiam outros quarenta conselheiros - os primeiros quatro dos nove tinham o direito de escolher cinco nomes e os cinco deles restantes podiam propor quatro nomes cada um. Todos esses quarenta conselheiros que tinham sido escolhidos faziam uma nova extração entre eles e designavam doze representantes, os quais por sua vez elegiam outros vinte e cinco conselheiros, estes por sua vez deveriam escolher, através de novo sorteio, nove nomes entre eles. 

Estes nove deveriam escolher outros quarenta e cinco conselheiros, os quais por sua vez deviam escolher onze nomes. Estes últimos onze conselheiros deveriam eleger quarenta e um "grandes eleitores" os quais elegeriam o novo doge. 

Era eleito doge aquele que conseguisse o maior número de preferências, com o mínimo de vinte e cinco votos. 


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Arsenal de Veneza uma Impressionante Construção

 

Entrada do Arsenale pintura de Canaletto 1732

O Arsenale de Veneza é um antigo complexo de estaleiros e oficinas localizado em uma grande área de Veneza, em sua extremidade oriental e que dá nome de Arsenale para todo aquele bairro veneziano. Foi o coração de uma pujante e bem sucedida indústria naval veneziana já a partir do século XII.  Teve seu máximo esplendor nos séculos XIV e XV quando a Sereníssima ali construía  os imponentes navios mercantes e de guerra. 

Nessa época a República de Veneza enfrentava periodicamente militarmente os turcos no mar Mediterrâneo tendo travado com eles inúmeras batalhas de conquista e manutenção de importantes posições fortificadas  para consolidação das rotas marítimas de comércio.

Localizado em local de difícil acesso por mar, cercada por altos muros, bem vigiados, que o mantinham a salvo de olhares indiscretos de espiões inimigos. 

Graças a sua organização, avançada para época, Veneza foi pioneira, antecipando em vários séculos o conceito moderno de fábrica, com linha de montagem e padronização da maioria dos componentes usados para a construção de grandes barcos. Os milhares de operários que ali então trabalhavam, moravam todos em volta dos grandes muros que cercavam o complexo industrial, o que facilitava o controle e evitava a entrada de espiões. 

O Arsenal era uma engenhosa linha de construção naval, de ciclo completo, ou seja, tudo o que se precisava para a montagem de um navio, tanto mercante como de guerra, eram ali mesmo concebidos, desenhados e fabricados. Inclusive os diversos tipos de canhões eram ali criados, desenhados e fundidos no interior do grande complexo. Os navios de guerra já saiam do arsenal com todo o armamento, pólvora  e munições, inclusive até com as bolachas de marinheiros e outros víveres para a alimentação das tripulações. 

No seu interior também funcionavam além da fundição, as carpintarias, ferrarias  e a fabrica de diversos tipos de munições, a fabricação de cordas e de velas. 


Porta de Entrada do Arsenal do ano 1460 chamada de Porta Magna

O Arsenale ocupava uma área de 48 hectares, grande para a cidade, estimada em 15% de toda Veneza. Entre os diversos setores circulavam pelo seu interior uma média 2000 trabalhadores, conhecidos com "arsenalotti", mas, que nos períodos de guerra, ou naqueles de maior pujança econômica, podiam alcançar a 5000 funcionários. Um número considerável para uma cidade com população média de 100.000 habitantes. 

O Arsenale se manteve inalterado por sete séculos como estaleiro e fábrica de armas, funcionando normalmente após o declínio da Sereníssima República de Veneza. 

Não existe uma data precisa de sua fundação. Estima-se, sem comprovação oficial, que tenha ocorrido no início do século XII, por volta do ano de 1104, logo após a I Cruzada, a mando do  Doge Ordelafo Faliero. 

No entanto, com certeza o primeiro núcleo do Arsenale Vecchio, data da segunda metade do século XII. Em documentos oficiais datados de 1220, mais precisamente um mapa, já nos mostra o grande complexo industrial, rodeado por altos muros encimados por ameias e duas fileiras de pátios cobertos nas laterais da Doca Velha, os quais se comunicavam com a bacia de San Marco através de um estreito canal. 

Durante sete séculos o Arsenale funcionou como estaleiro e fábrica de armas, mesmo após o declínio da República de Veneza. Nos dias atuais cerca de um quarto da sua área pertencente, desde 2013, ao município de Veneza, é usada pela Bienal de Veneza para as suas exposições de arte contemporânea. Uma outra parte do antigo complexo ainda pertence a Marinha Italiana e abriga o Instituto de Estudos Marítimos Militares e o Museu de História Naval.  



Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS



 


terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

A Pala de Ouro


 

A Pala d'Oro é uma das mais importantes obras de ourivesaria do período gótico veneziano. Adorna o altar maior da Basílica de São Marco. Suntuosa, toda cintilante de gemas, pedras preciosas, ouro e esmaltes, sua origem se deve a vontade do doge Pietro Orseolo I (876-878) para enfeitar e embelezar igreja de São Marco, então uma capela ducal, ordenou a confecção da primeira parte da peça na cidade de Constantinopla. 

A primeira pala foi mais tarde retrabalhada no ano de 1105 e enriquecida com mais pedras e enfeites de ouro pelo doge Ordelaf Falier ( 1102-18). Em 1209 novamente ela foi submetida a novos melhoramentos no dogado de  Pietro Ziani (1205-29). O seu formato atual foi alcançado em 1345, no dogado de Andrea Dandolo, quando o artista Giampaolo Boninsegna deu a ela a conformação final que vemos nos dias de hoje. Alterou a distribuição anterior das peças e acrescentou novos esmaltes bizantinos dos séculos X e XII, muitos dos quais provenientes do célebre monastério do Pantocrator e trazidos para Veneza no período da IV Cruzada.




A pala tem um formato retangular de 348 por 140 cm, dividida em duas partes e composta por mais de oitenta esmaltes. Todos, com excessão dos 18 pequenos esmaltes da parte inferior, são de inspiração religiosa, sobretudo, ilustrando episódios da vida de Cristo e de São Marco. Tempos atrás a pala era protegida nos dias úteis, por um quadro do ano 1345, pintado em compartimentos, por Paolo Veneziano e os filhos Luca e Giovanni. Esta preciosíssima pintura da escola veneziana do  século XIV está hoje conservada junto ao Museu Marciano.




Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

sábado, 23 de janeiro de 2021

A Complexa Eleição de um Doge

Doge Leonardo Loredan 1501 - 1505

 

Como acontece em todos os governos do mundo, entorno do cargo de doge, se moviam  não só interesses familiares, econômicos e de poder, mas, também abusos e rivalidades mal disfarçadas. 


Doge Andrea Gritti 1455 - 1538


Nos primeiros séculos da história veneziana, alguns doges tentaram tornar o seu poder absoluto e hereditário. Em 1268 para por fim a esse tipo de ideia foi introduzida a promessa ducal, uma espécie de contrato que o doge firmava com o Maior Conselho, que era o verdadeiro centro do poder do estado veneziano, que limitava os seus poderes e um novo mecanismo eleitoral a ser usado para a escolha do futuro doge. Este complicado sistema de eleição foi mantido até a queda da república em 1797, com a invasão das tropas napoleônicas. 

A demorada eleição se desenvolvia em diversas fases: primeiro o conselheiro mais jovem devia sair do palácio ducal e descer até a Basílica de San Marco, pegar pela mão o primeiro menino que encontrasse e levá-lo para o palácio. Era o denominado balotin, o encarregado de extrair as esferas da votação de uma urna. Todos os eleitores deviam obviamente fazer parte do Maior Conselho e deveriam ter completado a idade de trinta anos. No dia escolhido para a eleição do novo doge, todos os que tinham o direito de votar, se reuniam na Sala do Maior Conselho. Ali, em uma urna, estavam as esferas, em número exato ao total dos membros votantes. Em trinta destas esferas estava escrito "elector". 

O menino (balotin) extraia uma esfera por vez e a consignava sucessivamente a um dos votantes. Os conselheiros que tinham recebido a esfera com a palavra elector se reuniam e sorteavam nove nomes entre eles. Estes nove se reuniam e escolhiam outros quarenta conselheiros - os primeiros quatro dos nove tinham o direito de escolher cinco nomes e os cinco deles restantes podiam propor quatro nomes cada um. Todos esses quarenta conselheiros que tinham sido escolhidos faziam uma nova extração entre eles e designavam doze representantes, os quais por sua vez elegiam outros vinte e cinco conselheiros, estes por sua vez deveriam escolher, através de novo sorteio, nove nomes entre eles. Estes nove deveriam escolher outros quarenta e cinco conselheiros, os quais por sua vez deviam escolher onze nomes. Estes últimos onze conselheiros deveriam eleger quarenta e um "grandes eleitores" os quais elegeriam o novo doge. 

Era eleito doge aquele que conseguisse o maior número de preferências, com o mínimo de vinte e cinco votos. 




Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

A Sereníssima República de Veneza entre os Séculos XVI e XVII


Sessão do Grande Conselho de Veneza, pintura de Joseph Heintz, em 1678


No início do século XVI, Veneza estava alarmada com os recentes descobrimentos portugueses de novas rotas de comércio marítimo com o Oriente e o perigo que os representavam, pois haviam eles conseguido obstruir parte do seu tráfego comercial no Mediterrâneo usado há muitos anos.

Durante o século XVI, com muito esforço diplomático e econômico, Veneza conseguiu se manter como uma cidade ainda muito rica e prestigiada, embora não na mesma proporção quanto já fôra nos séculos anteriores.

Após a Paz de Cateau-Cambrésis de 1559, que pôs fim  ao conflito entre o reino da França, de um lado, a Espanha e o Sacro Império Romano Germânico, do outro, seus territórios ainda se estendiam do Adda ao Isonzo, grande parte da Ístria e da Dalmácia, as ilhas Jônicas, algumas fortalezas, de Épiro e Peloponeso e as ilhas de Candia, atuais Creta e Chipre. 

Doge Marco Barbarigo de Domenico Tintoretto 1550

A constituição da república veneziana era centrada no Doge,  que era o seu máximo representante, no seu Maggiore Consiglio, o qual detinha o poder efetivo e de uma série de instituições e órgãos públicos de controle que ao mesmo tempo despertavam admiração, mas também muita inveja por parte de reinos de toda a Europa.

A riqueza da classe dominante veneziana devia-se especialmente das sempre crescentes atividades comerciais, principalmente com o Oriente, embora nesse período já começavam a ser afetadas pela crise. Também o desenvolvimento de atividades manufatureiras, tornaram Veneza um dos principais centros industriais da Europa da época. As indústrias mais importantes e desenvolvidas eram as de produtos têxteis, da construção naval, onde o Arsenale era sem dúvidas o maior e o mais desenvolvido centro construtor de navios da época, tanto de barcos mercantes, como de navios para a sua marinha de guerra. Também eram muito importantes para a economia veneziana as suas indústrias de fabricação de cristais, principalmente as localizadas em Murano, as indústrias de sabão e também a tipografia. 


Detalhe de uma pintura do século XVI, representando os carpinteiros do Arsenale de Veneza
que constroem os remos para as galeras

O comércio de Veneza se voltou então para os seus domínios em terra firme, no continente, onde os negócios aumentaram no século XVI. 
Diante das crescentes dificuldades do comércio marítimo com o Oriente, sobretudo após  derrotas e sanções impostas pelos turcos, muitos empreendedores venezianos decidiram se retirar dos negócios marítimos  tradicionais mudando para terra firme e investindo pesado na compra de terrenos, na construção de palácios e moradias nas terras circundantes da laguna. As novas culturas agrícolas na época introduzidas no campo, se tornavam um novo atrativo para a economia, assim como, os numerosos trabalhos de recuperação e restauro de casas e palácios iniciados em todas as suas processões em terra firme.
Apesar da sua força comercial, Veneza experimentou no final deste século, como o restante de reinos da península, o início de um importante declínio econômico, que foi agravado de maneira particular em 1570, com a perda de Chipre e em 1669 e de Creta, ambas conquistadas militarmente pelos turcos. 


Vista de Veneza de Joseph Heintz no XVII século



A Península entre os séculos XVI e XVII

No século XVI, a península italiana  ainda podia servir de  modelo econômico e cultural para o resto da Europa, mas, com a abdicação de Carlos V e a paz de Cateau-Cambrésis em 1559, um período de declínio econômico também iniciou para toda a península.

A Espanha até então dominava muitas regiões da península italiana, como o Ducado de Milão ao norte e os Reinos de Nápoles, Sicília e Sardenha, ao sul. Com o declínio do poder espanhol, também  foi se estendendo sobre seus domínios na península, onde a população vivia em condições de miséria e, se muitas vezes se rebelavam, mas, eram facilmente contidos pela política repressiva da coroa  espanhola. 

Doge Giovanni Mocenigo de Domenico Tintoretto 1550

Os demais estados independentes que existiam no território da península italiana, eram muito pequenos para realmente terem peso em nível europeu, embora alguns deles ainda mantiveram  alguma força tais como: o Ducado do Piemonte, então governado de forma absolutista pela dinastia Savoia, neste período conheceu um desenvolvimento econômico que fez deste estado a parte mais moderna de toda a península; a Toscana, governada pela dinastia dos Medici,  chegou inicialmente a ser um Grão Ducado, mas nessa época já estava cada vez mais ligada à Espanha e com ela também experimentou um lento declínio; o Estado da Igreja, mantinha uma população oprimida com uma enorme carga tributária. Este fato alimentou o fenômeno do banditismo além de ter que lidar com a diminuição do seu poder e influência devido a crescente importância do  protestantismo, logo após a Reforma de Martin Lutero. Dos  Estados da Igreja apenas  a cidade de Roma continuava a ter um extraordinário florescimento urbanístico; a República de Gênova, que também estava ligada à Espanha e da qual obtinha a sua proteção e riqueza mantinha ainda algum poder. Esse se devia a importância dos banqueiros genoveses que se tornaram os grandes financiadores das empresas marítimas da monarquia espanhola; a República de Veneza, que se estendia pelo continente, no nordeste da península,  manteve o seu poder econômico por um longo tempo, mas devido principalmente as constantes e custosas guerras contra os turcos a enfraqueceram economicamente e viu as suas atividades comerciais serem aos poucos reduzidas pelo crescimento do Império Turco. O poderio de Veneza também estava destinado a declinar. 



sábado, 18 de julho de 2020

Giovanni Battista Piazzetta pintor

Auto retrato


Giovanni Battista Piazzetta, também chamado Giambattista Piazzetta ou ainda Giobatta Piazzetta foi um dos maiores artistas venezianos do século XVIII. Nasceu na cidade de Veneza em 13.02.1682 e faleceu em 28.04.1754. Pintor, ilustrador e designer iniciou a sua carreira no estúdio do seu pai Giacomo Piazzetta, este importante escultor em madeira e mármore nascido em Pederobba, na província de Treviso. 

Morte de S. José


Com ele ajudou a esculpir vários trabalhos entre eles os da biblioteca da Chiesa dei Santi Giovanni e Paolo, em Veneza  abandonou a profissão de família, iniciando ainda, por conselho de seu pai, a estudar pintura no atelier de Antonio Molinari, um famoso pintor barroco veneziano, cuja influência é encontrada nos trabalhos posteriores de Giovanni Piazzetta. Seguindo os conselhos do pai foi para Bolonha e lá trabalhou, como aprendiz, no atelier do famoso pintor Giuseppe Maria Crespi. Retornou à Veneza no ano de 1711, onde então trabalhou até a sua morte. Sua arte evoluiu desde as tradições barrocas italianas do século XVII para o rococó. 

San Felippo Neri in preghiera

Foi um artista não era muito compreendido durante a sua vida, quando então vivia na pobreza. Após sua morte entretanto, cresceu muito o seu prestigio, especialmente, com as críticas cada vez mais favoráveis que passaram a receber os seus trabalhos. Foi considerado o mestre do claro-escuro veneziano. Suas pinturas e desenhos ficaram famosos pelo estilo rococó, com cores delicadas e curvas acentuadas, retratando temas religiosos e de vários gêneros.
No trabalho de Giovanni Battista Piazzetta, podemos apreciar um forte desenvolvimento da pintura de gênero de Crespi, e diz-se que foi inspirada pelos fortes contrastes, ou melhor pelo claro-escuro, do mestre Caravaggio (1571-1610). Piazzetta redefiniu o design, em oposição à pintura, como uma forma de arte em si. Vemos nele a influência do Emiliano Guercino (1591-1666), mesmo em suas obras religiosas. 

Rebecca no Poço

Não recebendo muitas comissões durante sua carreira, Piazzetta também fez ilustrações para livros, inspirados na arte de Rembrandt (1606-1669). Nesses trabalhos, Piazzetta criou mundos complexos, onde os sujeitos nunca eram previsíveis e os personagens tinham mais funções do que poderia parecer. Essa estratificação de significados também pode ser vista em suas peças de gênero, como Rebeca al pozzo, L'indovina e Susana e os Velhos, encontradas na Galleria degli Uffizi, em Florença. 

Retrato de um homem

O elemento dramático é a tônica encontrada em suas obras religiosas, como Martirio de São Giacomo e o O Anjo da Guarda com os Santos Antonio de Padua e Gaetano Thiene.
Seus subtextos indescritíveis levaram à sua reputação de artista mais sombrio que seus contemporâneos venezianos. Ele passou a maior parte de seus últimos anos dedicando-se ao ensino e, embora não fosse muito rico, era um artista bastante respeitado. Ele foi convidado como membro da Academia Clementina de Bolonha, em 1727 e mais tarde, em 1750 foi nomeado diretor da Accademia di Belle Arti di Venezia e o primeiro diretor da sua recém criada  Scuola di Nudo. 

Retrato de Giulia Lama

Entre os pintores que estagiaram no seu atelier contam-se: Domenico Maggiotto, Francesco Dagiu (il Capella), Francis Krause, John Henry Tischbien, o Velho, Egidio Dall'Oglio, e Antonio Marinetti. Entre os jovens pintores que imitaram seguindo o seu estilo estão: Giulia Lama, Federico Bencovich, e Francesco Polazzo (1683-1753). 
Suas obras hoje estão espalhadas pelo mundo, nos principais museus e galerias de arte. Alguns de seus trabalhos, principalmente, desenhos e ilustrações foram negociados em muitas casas de leilão de arte, como na Christie's alcançando valores de milhares de euros. Para se ter uma ideia melhor do trabalho de Piazzetta, basta entrar no Google, com o nome Giovanni Battista Piazzetta, e quando abrir a pesquisa, clicar em imagens.

Glória de São Domingos

São José e Jesus

L'indovina


Giovanni B. Piazzetta auto retrato
 

Retrato do Marechal von Shulenburg
comandante geral do exército da Serenissima República de Veneza

domingo, 24 de junho de 2018

As Origens do Povo Vêneto e da Sereníssima




Le Origini del Popolo Veneto e della Serenissima




Come riporta Cornelio Nepote, la popolazione veneta, si trasferì in Italia dalla Plafagonia, una antica regione a sud del Mar Nero dove coabitava con altri popoli come i Massaceti, i Saci, i Marondini, i Cauconi, ecc. Il termine "Veneto" deriva dalla forma Heneto o Eneto, antiche denominazioni di quel popolo, che troviamo citate anche da Omero e il cambiamento della forma non appare tanto eccezionale se si pensa che numerosissimi termini greci e poi latini subirono analoga trasformazione: Hesperus divenne Vespero, Hibernus divenne Vibernus e successivamente Verno, ecc.. Una conferma la troviamo da Terenzio Varrone, un grammatico contemporaneo di Cicerone, il quale scrisse:" quos Homerus dixit Henetos, ille nunc Venetos appellant". In Paflagonia gli Eneti avevano combattuto a fianco di Troia con la loro cavalleria; certamente la guerra di Troia non aveva avuto le motivazioni romantico-cavalleresche riportate da Omero; molto più probabilmente essa era derivata da un complesso di cause, dall'espansione di popoli giovani alla ricerca di propri spazi, dalla pressione di nuove migrazioni, ecc.; cosi che alla fine della guerra, con la caduta di Troia, si verificò un generale riassestamento delle popolazioni che dette origine a spostamenti di interi popoli, tra le quali vi furono certamente gli stessi Eneti. In un primo tempo gli Eneti si sarebbero trasferiti nella Tracia, poi nell'Illirico ed in fine raggiunsero le rive occidentali e settentrionali dell'Adriatico; complessiva-mente la migrazione durò circa cinque secoli e come ritiene la maggior parte degli storici, sembra che soltanto nel VIII secolo avanti Cristo i Veneti abbiano raggiunto la loro sede definitiva nella regione che da essi stessi prese il nome di Venetia. Non si hanno notizie degli avvenimenti che la popolazione degli Eneti dovette affrontare durante i cinque secoli di migrazione, pare certo comunque che si sia progressivamente imbarbarita pur conservando il carattere originario: coraggiosi, operosi, tranquilli, ecc., caratteristiche queste rilevate da Omero e successivamente riconosciute ed ammirate dai romani, dei quali divennero importanti alleati. E' certo che le lagune fossero abitate sin da epoca preistorica; e, comunque, quando vi giunsero, gli Eneti trovarono altri popoli come Umbri, Etruschi ed Euganei, ecc. ivi stanziati. Dopo un lungo periodo di lotte e sacrifici, i Veneti riuscirono a sopraffare ed assorbire le popolazioni preesistenti organizzandosi con un conveniente ordinamento sociale. La regione occupata dai Veneti è quella che si stende in basso lungo le marine dell'Adriatico tra il Timavo e il Po, racchiusa tra le Alpi del Friuli e del Cadere fino al Lago di Garda. I Veneti marittimi e i Veneti terrestri avevano costituito un considerevole aggregato di popolazioni con un proprio ordinamento sociale, religioso, costumi e tradizioni, dando vita a numerosissimi aggregati urbani; in epoca preromana esistevano già oltre cinquanta città con circa un milione e mezzo di abitanti. Tuttavia essi non ebbero una vita molto tranquilla sia per i continui contrasti con i popoli vicini sia per le continue scorrerie dei Galli che erano giunti fino al Mincio e al Po. Da tali fatti ebbe origine una cordiale intesa tra il popolo Romano e i Veneti e I due popoli ricavarono da questa solidarietà una maggior forza contro il comune nemico, rappresentato dai Galli. Nel 390 a.c. non furono le oche del Campidoglio a salvare Roma ma bensì I Veneti che avevano attaccato le terre dei Galli (lasciate indifese durante la guerra con Roma) costringendoli ad una precipitosa ritirata. I Romani ebbero per i Veneti sempre una notevole ammirazione per la rettitudine di vita, la sobrietà dei costumi, la laboriosità e soprattutto per la correttezza negli affari e per il loro valore militare. Parlando della regione Veneta in Senato, Cicerone ebbe a dire:"llla flos Italie, illa ornamentum populi romani" (Essa è il fiore dell'Italia e ornamento del popolo romano). 



LE ORIGINI (dal 466 al 1085)

Come si è detto, il Veneto e la gronda Lagunare erano abitati fin da epoca pre-romana con insediamenti notevoli sia per popolazione sia per importanza economica; tra questi avevano particolare rilievo le città di Padova e di Altino, entrambe dotate di un sistema portuale; i Romani, riconoscendo il territorio veneto come provincia, diedero ulteriore impulso allo sviluppo delle città ed in particolar-modo di Aitino che venne eretta a municipio ed arricchita di costruzioni ed edifici. "Altino era una grande città riboccante di popolo", scrisse il Doge Dandolo. All'epoca di Marco Aurelio, cioè nel 170 d.c., una moltitudine di Marcomanni e Quadi, popoli provenienti dall'oriente, invase il Veneto giungendo fino ad Oderzo, dopo aver annientato le legioni romane; seguirono poi altre invasioni con sempre maggior frequenza di popoli nordici ed orientali, i Goti, i Visigoti, gli Svevi, i Vandali, gli Alani, i Sarmati ed infine gli Unni, guidati da Attila nel 452. L'invasione degli Unni si diresse principalmente verso il Veneto: caddero Padova, Aquileia, e tutte le città del Veneto che per loro disgrazia si trovavano lungo il percorso degli invasori. La furia e la crudeltà degli Unni provocò un esodo generale; parte dei Veneti riparò a Ravenna, parte in Istria; ma la maggior parte si disperse tra le isole delle lagune, che in quell'epoca dovevano costituire un panorama topografico estremamente vario e complesso. Furono abitate per la prima volta le isole di Dorsoduro, Olivolo, Luprio, Gemini, Mercede, Vineole, Bovense, cioè quelle isole che pochi secoli dopo costituiranno il territorio della Città di Venezia, da Veneti provenienti, non solo dalla gronda lagunare ma anche da località più lontane, come Padova, Asolo, Belluno, ecc. In questa occasione non si ebbe un migrazione stabile: i profughi, non appena fu possibile ritornarono ai paesi di origine; tuttavia essa diede origine all'affrancarsi dei Veneti marittimi dai vincoli che li legavano ai Veneti di terra; la distruzione di città come Padova, Oderzo, Aquileia che avevano giurisdizione sugli abitanti delle lagune fece si che questi ultimi si ritrovassero liberi ma senza più alcuna autorità che li proteggesse e pertanto dovettero organizzarsi autonomamente. Nel 466 i capi delle diverse comunità si riunirono a Grado stabilendo che ogni comunità avrebbe eletto un proprio magistrato; "Tribuno"; successivamente, gli eletti si ritrovarono a Grado istituendo una forma di governo repubblicana.
Nel 535, Belisario, per conto dell'Imperatore d'oriente Giustiniano, occupò l'Italia e le terre della Venezia marittima iniziando il dominio bizantino sulle lagune Venete. Un magistrato bizantino governò le isole con residenza prima a Eraclea, poi a Malamocco: solo nel 726 appare un doge indigeno, Orso; ma sia questi sia i suoi successori rimasero alle strette dipendenze dell'esarca fino al 751, anno in cui Venezia acquistò una larga autonomia, senza cessare di riconoscere la sovranità di Bisanzio e di coltivarne un vantaggioso protettorato per i viaggi di mare. Nel confronto fra l'Impero carolingio e quello bizantino, Venezia si schierò con quest'ultimo, resistette agli attacchi franchi (803 e 810) e alla composizione del conflitto e alla definizione dei confini tra i due imperi restò a quello d'Oriente (814), quasi un ponte tra due mondi. In questo periodo il centro politico di Venezia, si spostò a Rialto e qui, dopo la traslazione delle reliquie di S. Marco e la costruzione della basilica, ebbe anche il suo centro religioso. Nei sec. IX e X, con la crescita della città, il legame con Bisanzio si trasformò da sudditanza in alleanza. All'interno, i dogi avevano poteri quasi dittatoriali, senza peraltro riuscire a trasformare in ereditaria la loro dignità elettiva e vitalizia. All'estero, i Veneziani difendevano con successo, insieme ai Bizantini, la libertà della navigazione nell'Adriatico contro pirati slavi e saraceni. Tra la fine del sec. X e i primi dell'XI, la città ottenne larghi privilegi commerciali nell'Impero bizantino (992) in cambio di un'alleanza militare; si assicurò protezione e garanzie da Ottone III di Sassonia per il transito dei suoi mercanti in Italia e in Germania imponendo il suo controllo sulla Dalmazia (999) come necessario per la difesa dei traffici. Formalmente delegato dall'imperatore bizantino, in realtà il doge agiva ormai come il capo di uno Stato indipendente. Nella difesa comune contro i Normanni l'imperatore Alessio I Comneno accordò larghissimi privilegi al commercio veneziano e, in cambio, i Veneziani salvarono dai Normanni il caposaldo bizantino di Durazzo (1085). Venezia mantenne la neutralità nella lotta delle investiture, invece', per non essere sopravanzata da Pisani e Genovesi, prese parte alla I Crociata (1100) e occupò Caifa in Palestina. La notevole potenza assunta da Venezia cominciò a preoccupare gli imperatori bizantini che, nel tentativo di frenarne la crescita, presero a favorire i Pisani, con i quali Venezia aveva una forte rivalità; ciò portò ad una aperta rottura tra la città lagunare e l'impero bizantino (1118) inducendo Venezia ad una serie di imprese militari contro Bisanzio e, in Siria, contro i Turchi, che le fruttarono la conferma e l'estensione dei privilegi del 1082 nell'Impero (1126) e nuovi privilegi e colonie nel regno di Gerusalemme (Ascalona, Tiro). Le crociate diedero inizio al grande impero veneziano del Levante: Venezia dispose propie basi a Costanti nopol i, Tessalonica, Corinto, isole Ionie, Creta, Cipro, Tiro, Caifa, Sidone, Ascalona, Acri, ecc.), nonché ad Alessandria. La gestione di questa vastissima rete d'interessi era essenzialmente commerciale ed affidata per lo più all'iniziativa dei privati mentre lo Stato si limitava a proteggerli. Con l'affermarsi della Repubblica come entità statale, la presenza nelle varie regioni divenne anche politica, tuttavia Venezia non abbandonò mai il criterio "privatistico" degli insediamenti commerciali ai quali la Repubblica forniva una continua protezione e dai quali ricavava ingenti ricchezze.

Ricerca Chiara Sibilla - 1998
Bibl. E. Miozzi: Venezia nei secoli

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS Brasile

quarta-feira, 14 de março de 2018

Proverbi Veneti Antichi - Provérbios Vênetos Antigos




1. Le perpètue dei preti prima le dise: le galina del prete, po’ le dise, le nostre galine e dopo le dise: le me galine.
2. Se volì vedar el dilùvio universal, metì dòdese preti a tola a disnar.
3. Prete e ebreo no gh’è la difarenza d´un scheo.
4. Vardarse dal vento e dai frati che lassa el convento.
5. Preti e capitèi, caveve ‘l capelo e rispetei.
6. Tuti no pol star a messa darente al prete.
7. Quando el Signor no vol, gnanca l´omo no pol.
8. Confessor vècio, e dotor pì ancor.
9. Sacreti de Dio, sacreti de’ sovrani e malizia de’ vilani, no gh’è nissún che la conossa.
10. Ogni santo mèrita la so candela.
11. Piove le aneme a l´inferno come la neve a l´inverno.
12. No gh’è nissún ladron che no gh’ava la so divozion.
13. Bisogna impissar na candela al diavolo e una a Sant´Antonio.
14. I preti fa boger la pignata co le fiame del purgatorio.
15. I siori g’ha el paradiso de qua, e quel di là se lo comperano.
16. La lontananza l’è fiola de la dimenticanza.
17. Un pare mantien sete fioi, e sete fioi no i ze boni da mantegner un pare.
18. Amor senza barufa, fa la mufa.
19. Putela tropo in strada, perde la strada.
20. Le fémene e le vache bone, no le va mai fora de paese.
21. Amor no fa bogere la pignata.
22. Fà la corte a le vècie se ti vol piaserghe a le zòvene.
23. Dona scompagnada, la ze sempre mal vardada.
24. Se tuti i bechi portasse un lampion, che gran iluminazion...
25. A galina che ghe piase el galo, ghe piase anca el so ponaro.
26. Verze riscaldà e mugér ritornà, no le ze mai bone.
27. La dona va sogeta a quatro malatie a l´ano, e ognuna dura tre mesi.
28. Se ocio no smira, cuor no sospira.
29. Tuti quanti semo mati, per quel buso che semo nati.
30. Ogni fémena è casta, se no l´ha chi la cazza.
31. Amore, tosse e panza no i se sconde.
32. I ledamar vicin de le stale, e le fie maridade lontan da le mare.
33. Caval, putana e persegar, trent´ani no i pol durar.
34. El ze meglio aver i corni in scarsela che in testa.
35. Co’ l caveo tra al bianchin, lassa la dona e tiente al vin.
36. Tosa smemorada, tosa inamorada.
37. Vin vècio e dona zòvene.
38. Na casa senza dona la ze ‘na lanterna seza lume.
39. Se ve piase la fia, coltivè la mare.
40. Vardite da le done co la barba.
41. Tuto quel che s’ha perso se pol ritrovar, ma la mare mai.
42. El tempo, el culo e i siori, i fa tuto quel che i vol lori.
43. A tola no se vien veci.
44. Bisogna menar el dente, conforme uno se sente.
45. Chi no g’ha fame o l’è malà o l´ha magnà.
46. Un pasto magro e un bon, mantien l´omo in ton.
47. Chi magna presto, magna poco.
48. La meio carne la ze quela darente da l’ osso.
49. El vin l`è bon per chi lo sà bèver.
50. El vin fa gambe.
51. El lardo vècio consa la minestra.
52. L´ultimo goto l´è quel che imbriaga.
53. El manzo curto e grosso, e lontan da l´osso.
54. Quando uno el ze imbriago, tuti ghe vol dar da béver.
55. El pèvere le ze picolo, ma pizzica.
56. Chi è vissin a la cusina, magna la minestra calda.
57. Bacalà a la visentina, bom de sera e di matina.
58. El bovolo el ze um pasto fin, bon par el vècio, bon par putin.
59. Anara lessa e bigolo tondo, a la sera contenta el mondo.
60. A l´osteria no vago, ma co ghe son ghe stago.

61. La bota piena no fa rumore.
62. Le bestie se trata da bestie.
63. Caval che varda indrio, el g’ha pova voia d´andar avanti.
64. Sia da cavalo, sia da mulo, sta ter passi lontan dal culo.
65. Co la cavezza se liga i cavai, co la parola i omeni.
66. Chi magna le oche del re, resta sofegà da le pene.
67. Se ciapa pì mosche co una gozza di miele che con una bota de asedo.
68. Chi bastona el so caval bastona la so scarsela.
69. Tagia la coa del can, el resta can.
70. No tocar can che rósega, nè zogador che perde.
71. Col pan se fa balare i can.
72. El galo prima de cantar, el sbate le ale ter volte.
73. De genaro, ogni galina fa gnaro.
74. Da barufe de vilani e da amore de cani starghe lontani.
75. Fioi e colombi sporca le case.
76. Un galo senza cresta el ze um capon, un omo senza barba el ze un coion.
77. Gato serà deventa leon.
78. L´inverno l’è ‘l bioa dei vèci, el purgatorio dei puteleti e l´inferno dei poareti.
79. Aprile e magio i ze la ciave de tuto l´ano.
80. El caligo purga el tempo.
81. Alba rossa, o vento o giozza.
82. Quando el galo canta zo de ora, doman no ze pì ‘l tempo de sta ora.
83. Aqua turbia no fa spècio.
84. Um´ora de bon tempo suga la strada.
85. La piova lenta la ze quela che bagna.Segno in zielo, desgrazie in tera.
86. Ària di finestra, colpo di balestra.No se pol dir bel zorno, se no ze sera.
87. Casa neta e campo sporcà.
88. I campi vizin al laomaro i ze sempre grassi.
89. La scuria salva dal fosso.
90. L´ultimo racolto el ze quel dei mincioni.
91. Tuti i cesti i ga el so mánego.
92. Né can, né vilan no séra mai porta.
93. No lodar ‘l to can da caza, né ‘l to caval, né to mugér.
94. Ramo corto vendema longa.
95. Trer aseni e un vilan fa quatro bèstie.
96. L´inverno se no ‘l mòrsega coi denti, frusta con la coda.
97. Le disgrazie le ze sempre pronte, come tole de le osterie.
98. Co se sta ben, se more.
99. Co poco se vive e co gnente se more.
100. La morte no la ga lunàrio.
101. Co la boca no sbate, le tete no fà late.
102. Cul che caga no ghe oro che lo paga.
103. Mèdego vècio e chirurgo zòvane.
104. El soldo fà soldo.
105. Chi vol vendere mete in mostra.
106. Chi roba se fa siori.
107. Novo paron, nova lege.
108. Chi è senza lume el va in leto a l´orba.
109. I primi a entrar n´tel saco, i ze i ùltimi a vegnir fora.
110. Chi fa la festa no la gode.
111. Venésian gran siori, Padovan gran dotori, Visentin magna gati, Veronesi tutti mati, Udinesi castelani col cognome de Furlani, Trevisan pan e tripe, Rovigoti baco e pipe, Cremaschi fa cogioni; ghe n´è anca pì triste, Bergamaschi brusa-cristi.
112. Chi va drio ai altri, no passa mais avanti.
113. El gobo, el zoto e l’orbo, i ga el diavolo in corpo.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

terça-feira, 13 de março de 2018

A Justiça na Época da Sereníssima República de Veneza




A Justiça no tempo da Sereníssima República de Veneza era exercida com mãos de ferro, apesar de deixar espaço para a defesa dos acusados de crimes. Entretanto os crimes de traição, aqueles contra o estado, eram punidos com rapidez e com extrema violência. A execução dos condenados era sempre realizada entre as duas colunas de San Marco (aquela com o leão alado, símbolo da republica de Veneza) e a de San Todaro (San Teodoro), ambas na entrada da Praça San Marco, de quem desembarca no cais. O local foi escolhido, por ser o mais central da cidade, muito frequentado pelos venezianos e pelo grande número de estrangeiros que diariamente circulavam pela praça, dando assim maior difusão possível do que poderia acontecer em Veneza a quem cometia crimes. Geralmente os condenados, antes da execução sofriam torturas para aumentar assim o impacto na população e servir de exemplo para todos. Outro local de torturas e execuções era na Giudecca, onde os condenados eram amarrados em uma coluna única de um monastério que lá existia e sentenciados.
Essas execuções eram certamente  cruentas e muito dramáticas, mas, era a forma que o governo da época encontrava para transmitir ao povo que com a justiça não se podia brincar e que ninguém estava acima da lei.



Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS