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terça-feira, 31 de julho de 2018

Os Italianos no Rio Grande do Sul




O Rio Grande do Sul foi uma terra disputada pelas coroas da Espanha e Portugal e a expansão da sua população teve o seu início com a chegada do século XVIII. Depois de muitos anos de cruentas lutas, a então Província foi delimitada e se deu início a sua colonização de forma sistemática. Assim no ano de 1824 chegaram os alemães e mais tarde, em 1875 as primeiras famílias de italianos. Tendo obtido bons resultados com as colônias alemãs, no ano de 1875 a Província recebeu do Império as colônias Dona Isabel (mais tarde denominada de Bento Gonçalves) e Conde D'Eu (depois Garibaldi) destinadas a receberem imigrantes italianos em geral, sendo os vênetos que constituíram a grande maioria. 

Caxias 1880

A seguir no Rio Grande do Sul foram criadas a Colônia Fundos de Nova Palmira, logo depois rebatizada como Colônia Caxias e a Colônia Silveira Martins, por ser a quarta em ordem de criação, passou assim a conhecida. 
O primeiro grupo de imigrantes italianos chegou no Rio Grande do Sul em 1875 e se estabeleceu na Colônia Nova Palmira, no local chamado Nova Milano (hoje Farroupilha). Neste mesmo ano outros imigrantes italianos de várias origens e em particular vênetos, se estabeleceram nas Colônias Conde D'Eu e Dona Isabel e já em 1877 na Colônia Silveira Martins, vizinho a atual cidade de Santa Maria.
Os imigrantes italianos que vieram para as novas colônias no Rio Grande do Sul provinham, na sua quase totalidade, do norte da Itália (Vêneto, Lombardia, Trentino Alto Adige, Friuli Venezia Giulia, Piemonte, Emilia Romagna, Toscana, Liguria). 

Caxias 1880

Um dado estatístico, por zona de proveniência, nos revela que temos a seguinte proporção: Vênetos 54%Lombardos 33%, Trentinos 7%, Friulanos 4,5% e os demais 1,5%. 
Como se pode ver os vênetos e os lombardos constituíram 87% dos imigrantes assentados na Província do Rio Grande do Sul. 
Com a promulgação da abolição da escravatura no Brasil, os imigrantes italianos foram chamados para substituir aquela mão de obra escrava, que uma vez livre não queria mais trabalhar para os antigos proprietários. 
Assim, em poucos anos os territórios à eles destinados para colonização, já estavam inteiramente ocupados, obrigando os que ainda chegavam, e também aos filhos dos pioneiros, a procurarem novas terras distantes das primeiras colônias. 
Foram então surgindo outras colônias, sempre com a predominância numérica dos vênetos: Alfredo Chaves, Nova Prata, Nova Bassano, Antônio Prado, Guaporé e mais tarde, Vacaria, Lagoa Vermelha, Cacique Doble, Sananduva e Vale do Rio Uruguai, como Casca, Muçum, Tapejara, Passo Fundo, Getúlio Vargas, Erechim, Severiano de Almeida. 


 
Caxias 1880



Cronologia da Fundação Das Colônias Italianas no Rio Grande do Sul


                                             1.    Conde d’Eu – Garibaldi – 1874
2.   Dona Isabel – Bento Gonçalves 1875
3.   Campo dos Bugres – Caxias do Sul – 1875
4.   Carlos Barbosa – 1877
5.   Nova Vicenza – Farroupilha – 1877
6.   Nova Trento – Flores da Cunha – 1878
7.   São Marcos – 1883
8.   Veranópolis – 1884
9.   Antonio Prado – 1885 
10.                 Silveira Martins 1877
11.            Encantado – 1888
12.            Guaporé – 1898
13.            Nova Prata – 1900
14.            Nova Bassano – 1924
15.            Serafina Correia - 1930


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta 
Erechim RS 



quarta-feira, 25 de abril de 2018

Don Angelo Cavalli e os Emigrantes Vênetos na Província do Paraná



O padre Ângelo Cavalli nasceu em 1840 na cidade de Valstagnan província de Vicenza. Ainda muito jovem já tinha sido pároco em uma localidade chamada Oliero, distante apenas 2 km de Valstagna e aproximadamente outros 15 km de Bassano del Grappa. Algum tempo antes, também já havia sido capelão em Liedolo, Calvene e Cassola, todas as três pequenas cidades muito próximas entre si, todas localizadas na província de Vicenza. Como pároco era muito ouvido e respeitado. Tinha uma influência muito grande junto aos seus fiéis. Quando estes decidiram emigrar foram antes pedir o seu conselho. 
Ele então decidiu acompanha-los emigrando junto com os seus paroquianos, decisão esta que o fez sofrer muitas dificuldades, inclusive com a própria igreja. 
No Arquivo Público do Paraná encontramos o registro dos sobrenomes de um grande número de imigrantes italianos, a quase maioria composta de vênetos, que foram recrutados e vieram com o Padre Angelo Cavalli para a Província do Paraná no ano de 1877. Eles chegaram ao Estado através do Porto D. Pedro II, em Paranaguá, nos dias 15 a 17 de Novembro deste mesmo ano, destinados à Colonia Nova Itália, em Morretes. 
Trata-se de quase 800 emigrantes italianos que possuíam contrato de emigração e destinação definida. Alguns anos mais tarde, com o falimento do projeto Colônia Nova Itália, a maioria deles subiu a Serra do Mar e se fixou nas várias colônias em formação nos arredores de Curitiba, entre elas a Colônia Dantas, atual Bairro da Água Verde. 
Na longa relação com todos os nomes, vamos relacionar somente os sobrenomes, os quais, as vezes, identificavam mais de um grupo familiar. Assim nesses dias chegaram as famílias:

Accordi, Alberti, Ambrosi, Andreatta, Arcot, Bassani, Basso, Battaglia, Bazza, Bernardino, Bertopetto, Bobbato, Bonato, Bonin, Bonturio, Busato, Caliari, Carazzai, Carrozai, Casagrande, Cativelli, Cavallari, Cavalli, Cavarzin, Ceccon, Cemin, Ceremin, Chemenazzo, Cicanto, Cocchinel, Conte, Costa, Dagostin, Dalazuanna, Daldin, Dalla Zuana, Diapaolo, Disegna, Dolta, Dondeo, Ferronato, Fracaro, Fracarolli, Gabardo, Generini, Gianesin, Giuliani, Grando, Guarise, Guernesini, Lavaro, Lazzaroto, Leonardi, Lusardi, Maestrello, Marchiori, Marconcini, Mareschi, Martin, Martini, Menegato, Mattani, Menon, Migianlaro, Mingleti, Mocellin, Mocellin, Moletta, Moreschi, Mosele, Motin, Motin, Nicoli, Nodari, Panzarim, Pasi, Pasinato, Pieroboni, Polati, Poli, Pomparollo, Pontarollo, Pracaro, Razzolin, Riva, Roza, Sarchetti , Sartore, Sasso, Scamagnotte, Scamoncini, Scopel, Scremin, Settin, Signoretti, Spoladore, Strapasson, Tasca, Tessari, Todeschini, Tomasi, Tosin, Trevensoli, Vittorazzo, Volpe, Zaffari, Zanon, Zanoni, Zem, Zuelle. 

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS