domingo, 27 de julho de 2025

A Terra que Engoliu as Promessas

 


A Terra que Engoliu as Promessas

Santa Fé, Argentina – Ano de 1878

Quando Giovanni Bellomondi partiu da localidade de Pullir, comune de Cesiomaggiore, no Vêneto, o sino da igreja de San Lorenzo repicava a um ritmo fúnebre. Era um dia 2 de fevereiro, mas a neve ainda se amontoava nos beirais das casas, e o sopro cortante dos Alpes parecia uma despedida cruel. Deixava para trás uma esposa cansada, dois filhos pequenos e um pequeno campo que já não mais produzia, só dívidas.

Na Argentina, disseram-lhe, havia terras imensas e sol o ano inteiro. Disse-lhe o cônsul, disseram-lhe os agentes de viagem, repetiram os padres. Não diziam, porém, que o sol ali ardia até ferver a pele, e que os campos se abriam como bocas de poeira, onde promessas afundavam sem deixar rastro.

Desembarcou em Rosario de Santa Fé no início de abril. A cidade parecia um amontoado de madeira e barro à beira do rio Paraná. Os dias eram secos, as noites, frias. Encontrou abrigo num rancho partilhado com outro vêneto, Battista Polanio, natural de Pedavena, e desde então não se separaram mais. Dormiam ao relento quando havia trabalho no campo e se revezavam no preparo de uma sopa rala de milho e feijão-preto. A moeda de papel da Argentina, diziam, não valia mais do que folhas secas — e Giovanni logo percebeu que tudo o que tocava parecia escorrer entre os dedos.

Naquele inverno de 1878, escreveu uma longa carta à esposa, Maddalena, com a caligrafia trêmula de quem já perdera as ilusões. Pedia que cuidasse da filha doente como se fosse filha dela, temendo que a febre da menina fosse reflexo do abandono de um pai ausente. Suplicava que não deixasse a pequena nos campos, e que poupasse o pouco da colheita para o sustento da família. Recomendava cuidado com os vizinhos, com os falsos amigos, com as bocas que perguntavam demais. Os olhos do mundo, dizia ele, não eram mais confiáveis.

Giovanni descrevia os dias com precisão militar. Falava das nuvens de gafanhotos que surgiam como uma cortina negra sobre o céu, eclipsando o sol como se o apocalipse estivesse próximo. Depois da sombra, vinham os ovos. E depois dos ovos, milhões de novas bocas famintas que destruíam tudo no chão: feijão, milho, mandioca, esperanças. Dizia que os camponeses já não semeavam com fé — semeavam por hábito, como quem acende uma vela num túmulo.

O trabalho escasseava. No verão, as tarefas nos campos duravam dois ou três meses e depois vinham meses de espera e silêncio. Dormiam ao ar livre, como animais. "As bestas na Itália", escrevia, "estão melhor acomodadas que os cristãos nesta América." Os dias em Santa Fé tinham cheiro de suor velho e urina de cavalo. E mesmo assim, muitos ainda chegavam, seduzidos por mentiras estampadas em panfletos e promessas de intermediários gananciosos.

Pensava em seguir para Montevidéu, onde ouvira dizer que a moeda era mais forte. Se não desse certo, seguiria para o Brasil, onde ao menos pagavam com dinheiro de verdade. Mas não sabia quando, nem como. A miséria lhe prendia os tornozelos.

Apesar de tudo, havia ternura naquelas linhas. Giovanni pedia que Maddalena não alimentasse esperanças de seguir seus passos. Alertava a cunhada Domenica para que não viesse, e rogava que cuidasse da própria casa e dos filhos — que se esquecesse da América, essa terra que engolia mais sonhos do que grãos de trigo.

Na última parte da carta, falava de amigos de sua região, homens de Seren del Grappa e de Mel, que haviam embarcado cheios de fé e agora imploravam por voltar. Falava também do sofrimento dos que não podiam: os que venderam tudo e agora não tinham sequer o dinheiro da volta. Giovanni terminava com uma promessa contida: se conseguisse juntar algo, ajudaria. Mas por ora, não havia futuro, só poeira.

Na sua despedida, o tom endurecia. "Diga a todos que não venham. Que fiquem com sua fome em casa, que ao menos têm um lar onde morrer. Aqui a fome tem cheiro de abandono e o frio tem gosto de desespero."

Assinava com firmeza:
Giovanni Bellomondi, teu marido, sempre.

Parte II – Os que Ficaram para Sempre

Os anos seguintes àquela carta correram como a água turva do rio Paraná: lentos, pesados, indiferentes às dores humanas. Giovanni Bellomondi permaneceu em Santa Fé, embora já não escrevesse mais à esposa. As palavras, como as colheitas, haviam se tornado escassas.

Battista Polonio, seu fiel companheiro de infortúnio, notou primeiro os sinais da mudança. Giovanni começou a acordar tarde, a tossir pela manhã como um velho mineiro. Às vezes ficava horas sentado sob um carquejal, olhando para a planície como se esperasse ver os montes do Vêneto surgirem entre as ondas de calor. Outras vezes falava sozinho, em voz baixa, como se confessasse pecados a um padre invisível. Certa noite, disse a Battista:
— Creio que a terra me está comendo, um pedaço por vez.

Em 1880, Giovanni ainda fazia biscates nas estâncias próximas. Preparava a terra, carregava fardos, varria as cocheiras. Era um corpo forte em declínio, mas ainda útil. Ganhava em papel, como todos, e às vezes recebia em farinha, mais estável que a moeda argentina. Dormia sob o telhado de um galpão, entre ratos e sonhos velhos. Nos domingos, caminhava até a beira do rio, onde alguns italianos se reuniam para cantar as canções da terra natal — mas ele raramente abria a boca. A saudade, dizia, já não lhe cabia nas canções.

Com o tempo, foi se afastando dos demais. Tornou-se conhecido entre os colonos como "el Veneto Muto" — o vêneto calado. Passava seus dias cavando sulcos ou entalhando pedaços de madeira que ninguém sabia se eram colheres, cruzes ou só rabiscos da memória.

No inverno de 1882, adoeceu de vez. Um resfriado simples, agravado por noites úmidas e alimentação ruim, logo se tornou febre. Battista tentou levá-lo ao hospital de caridade mantido por franciscanos italianos, mas não havia camas. Aplicaram-lhe um cataplasma de eucalipto e rezaram uma prece. O resto, disseram, dependia de Deus.

Giovanni passou seus últimos dias num galpão ao lado da olaria de don Pedro Aguirre, um espanhol viúvo que lhe dava restos de sopa. Em sua cabeceira, mantinha uma pedra lisa, onde gravara com um prego enferrujado os nomes de MaddalenaLucia e Giulio — a esposa e os dois filhos que jamais voltara a ver.

Na manhã do dia 7 de agosto de 1882, o sol nasceu vermelho sobre as margens do Paraná. Giovanni Bellomondi morreu em silêncio, com os olhos abertos voltados para o teto de barro, como se ainda esperasse o sino de San Lorenzo repicar entre as nuvens. Não deixou testamento, nem posses. Seu corpo foi enterrado numa cova rasa, entre outros tantos “desaparecidos da colônia”, numa vala comum do cemitério velho de Santa Fé.

Battista Polonio escreveu uma carta à Itália, avisando à família Bellomondi da morte do amigo. Mas ninguém sabe se a carta chegou. Ou se alguém ainda estava lá para recebê-la.

O nome de Giovanni não consta em nenhum memorial. Apenas um caderno em couro, encontrado entre seus poucos pertences, continha suas cartas não enviadas, suas orações mal escritas e os esboços de uma vida que jamais se cumpriu.

E assim terminou a história de um dos milhares que deixaram o Vêneto rumo à América.
Não pelos caminhos da glória, nem pelos trilhos da fortuna — mas por veredas gastas de desespero, onde o horizonte, outrora promessa, se revelou um túmulo de esperanças.

Carta Nunca Enviada – Santa Fé, Inverno de 1882

A mia cara moglie Maddalena,

Se esta carta um dia te alcançar, será sinal de que ao menos as palavras cruzaram o oceano que me impediu de voltar.

Escrevo com as forças que me restam, deitado num canto escuro onde a noite entra antes da hora e o frio morde os ossos como fera faminta. Aqui, Maddalena, os dias são todos iguais: secos, longos e vazios. Mas esta noite — talvez por ser a última — o céu parece mais perto, e sinto tua voz como se me chamasses lá de Cesiomaggiore, entre as colinas que ainda guardo no peito.

Perdoa-me por não ter voltado. Perdoa por cada colheita que não ajudei, por cada lágrima que caiu sem meu ombro para amparar. Partir foi um ato de esperança, mas a América, minha querida, foi feita de promessas que só duram até a primeira fome. Aqui não há terras de leite e mel, apenas pó e ausência.

Pensei em ti todos os dias. Quando o sol queimava minha nuca, era o teu pano que eu desejava no rosto. Quando as dores vinham, eu chamava por ti como um menino perdido. E à noite, quando o silêncio se assentava como neve sobre os campos, eu falava com as estrelas como se fossem teus olhos.

Não vi nossos filhos crescerem. Não soube da primeira palavra de Lucia, nem do primeiro passo de Giulio. Imagino que já sejam grandes, fortes como tu. Que te ajudem, que te amem, que não me odeiem.

Maddalena, não chores por mim. Eu fui morrendo aos poucos nestes campos — não de doença, mas de saudade. A pior fome foi a de ti. A pior solidão foi estar longe dos teus olhos.

Enterrar-me-ão aqui, entre outros tantos sem nome, homens bons que sonharam alto demais. Não haverá cruz, nem pedra. Mas se um dia tu ou nossos filhos passarem por esta terra, procurem pelo canto onde crescem as flores bravas. Talvez lá o vento ainda saiba meu nome.

Cuida de ti. Cuida dos nossos. E vive, Maddalena. Vive também por mim.

Com todo o amor que um coração pode carregar até o fim,
teu marido para sempre,

Giovanni Bellomondi.

Nota do Autor

Esta história nasceu de um silêncio. Um silêncio antigo, feito de páginas não enviadas, nomes esquecidos, valas anônimas e promessas que nunca cruzaram o oceano. 
Há algum tempo, deparei-me com uma carta real, escrita por um emigrante italiano em 1878, em Santa Fé, Argentina. A letra era vacilante, mas firme. As palavras, simples — e por isso mesmo dilacerantes. Não havia nelas a grandiloquência dos discursos oficiais, nem o verniz dos livros de história. Era um homem falando à sua esposa com uma urgência que só a saudade conhece. Um homem exilado da própria vida.
Ao terminar a leitura, senti algo profundo e inescapável: precisava dar voz àquilo que havia ficado suspenso no tempo.
Assim nasceu Giovanni Bellomondi, personagem ficcional inspirado em tantos homens de carne e osso que, como ele, partiram da Itália no século XIX levando apenas a esperança nos bolsos e voltaram — quando voltaram — como lembrança nos lábios dos que ficaram. Esta narrativa é um gesto de restituição. Não no sentido de resgatar um único nome, mas de evocar, pela literatura, os rostos e corações de milhares de imigrantes cujas vidas jamais foram narradas.
Ao escrever esta história, busquei não apenas recriar uma época ou descrever o cenário duro das colônias latino-americanas. Quis sobretudo fazer justiça emocional. Recolher os fragmentos da dor, da renúncia, do amor à distância e da fé que insiste mesmo quando tudo parece ruir.
Giovanni não é um herói no sentido convencional. Ele não triunfa, não retorna, não deixa heranças. Mas sua grandeza está em continuar amando à distância, esperando no deserto, resistindo ao esquecimento. Ele representa todos aqueles que foram tragados pela promessa de um mundo novo e que, mesmo assim, não deixaram de escrever cartas — ainda que ninguém as lesse.
Escrevi esta história porque ela já existia. Dormia nas entrelinhas de uma carta centenária, nas cicatrizes de um tempo em que o mundo se dividia entre os que partiam e os que ficavam. E eu, como autor, me vi no meio desses dois extremos, tentando dar forma ao que nunca deveria ter sido calado.
A literatura, às vezes, é isso: um lugar onde os mortos falam e os esquecidos voltam a existir — nem que seja por algumas páginas.

Com gratidão,

Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta


La Zornada de Giovanni e Maria Do emigranti Véneti in Brasil

 


La Zornada de Giovanni e Maria
Do emigranti véneti in Brasil

Giovanni Z. e Maria B. lori i ga nassesto ´nte'l 1855 e ´nte'l 1857, rispetivamente, ´nte la pìcola e modesta vila de San Martino Buon Albergo, un posto quasi sconossùto ´nte le campagne de la provìnsia de Verona, region del Veneto. La vila la zera 'n grovìlio de poche strade strete e case de piera consumà dal tempo, schierà lungo coline dolse, pien de vignai e campi de orso. No obstante la belessa campestre, la vita là la zera 'na lota contìnua contro la povertà. Giovanni e Maria, fiòi de contadin, i ze cressesto in condision ùmili, con le so infansie segnà dal laoro ´ntei campi e da la preocupasion costante de mantegner la famèia.

L’economia local la stava decadendo da deseni, consumà da 'na combinasion de fatori implacàbili. El pìcolo tocheto de tera che i coltivava, in afito da 'n paron de tera distante e indiferente, no rendea gnanca 'l necessàrio par garantir 'na sopravivensa dignitosa, e solo se i cieli i zera generosi e la natura no riservava sorprese crudeli. I ùltimi ani i zera sta particolarmente duri: piove tarde e gelate improvise le gavea rovinà le racolte de formento e de orzo, mentre pestilense le infestava i vignai, portando via ogni speransa de 'na bona racolta. No bastava, le tase imposte dal governo austrìaco, che comandava la zona fino al 1866, i zera pesanti, lassando poco o gnente ai contadin. Con la unificassion de l’Itàlia, le promesse de miliora e alìvio fiscal no le ze mai rivà. Invese, nove imposte le ze sta messe, alimentando el malcontento popular. Desocupasion e fame le zera deventà ospiti quotidiani de San Martino. El marcà del paese, che ´na volta el zera 'n punto de scámbio e de ritrovo, adesso el zera silensioso, con bancarele sconde e voci disperà. Giovanni, ancora toseto, el ricordava ben so papà che rientrava dal marcà con la fassia scura e le man vote, sensa gnanca aver vendù quel poco che i gavea coltivà.

Maria, da parte soa, la gavea cressiuta vardando so mare spartir le ùltime brìcole de pan fra i fiòi, tante volte restando sensa magnar par darghe qualcosina ai putei. Era usuale che le famèie le se indebitasse con i afituari, cascando ´nte un sìclo sensa fin de laoro duro e rendimenti insufisenti. Sto panorama griso no gavea solo formà la resistensa de Giovanni e Maria, ma anca el desidèrio profundo de scampà da 'sto destino, anca se ancora no savea come o ndove andar.

La vila, con la so pìcola cesa de piera consumà e el campanil che segnava le ore con 'na nota malincónica, el zera tanto la cuna quanto la prigion dei so sòni.

Sercando 'n futuro meior par i so fiòi, i ga deciso de imigrar in Brasil inte'l 1880, imbarcandose su'l bastimento Conte Verde, che partìa dal porto de Genova verso Rio de Janeiro. El viaio la ga durà sirca 40 zorni in condision durìssime: nave tropo pien, poca ària fresca, poco da magnar e malatie contìnue che le minassiava i passegieri. Giovanni e Maria i ga suportà febri, mal de mare e 'na nostalgia profonda par la so tera natale.

Quando lori i ze rivà in Brasil, i ze sta mandà ´nte la colónia italiana de Dona Isabel, ´nte le montagne de la Serra Gaúcha, uno dei nùcleo pì importanti de l’imigrassion italiana in Rio Grande do Sul. Là, i ga ricevù lote de tera da coltivar, ma la lota la gavea solo scominsià. L’isolamento, el clima rigoroso e la mancansa de infrastruture i gavea resa la vita ´nte la colónia 'na batàlia ogni zorno.

Maria e Giovanni i ga laorà duro, desboscando, piantando vigneti, formento e granoturco, e costruindo con le so man la so casa. La nostalgia dei parenti rimasti in Itàlia la gavea ogni zorno, ma la speransa de 'n futuro mèio la ghe dava forsa par superar ogni dificoltà. Pian pian la colónia la xe cresciuta e la comunità italiana la ze diventà forte, preservando i costumi e la lèngoa véneta. Dopo ani de sacrifìssi, la famèia la ze riusì a construir 'na vita dignitosa. Giovanni el ze diventà riconossù par la so dedision ´nte la viticoltura, mentre Maria, con le so abilità culinàrie, la mantenea viva la tradision italiana tra i visin.

La stòria de Giovanni e Maria la raconta l’essensa de la saga de miliaia de emigranti italiani che, spinti da misèria e disperasion in Europa, i ga intrapreso un viaio tanto pericoloso quanto inserto. I ga lassà la familiarità de le so vilete, el rintoco del campanel de le so vècie cesete e la tera àrida che ormai no i poteva pì sostegner, par sercar un futuro pì iluminà de là dal mar.

Là, ´nte le vali e le coline de la Serra Gaúcha, i ga piantà no solo vigneti, ma anca radisi profonde de 'na nova cultura. Con resiliensa e determinasion, i ga costruì vilagi, cesete e tradision che univa la nostalgia de 'l vècio mondo con le esigense del novo. El lassà de Giovanni e Maria el contìnua vivo ancora incòi, ´ntei vigneti, ´ntele feste, ´nte le tradision che arichisse l’identità brasilian.

Nota de l’Autore

Sta stòria la ze 'na omaio al coraio, a la resilienzsa e a la determinasion dei emigranti italiani che i ga lassà la so tera natìa par sercar 'na vita meior in Brasil, specialmente ´nte la region de la Serra Gaúcha. Inspirà da fati stòrici, ma tessù con elementi de fantasia, lei la serca de descrivar no solo i sfidi che ste famèie le ga afrontà, ma anca de valorisar la so contribussion a la costrussion del mosaico cultural e económico brasilian.

La narativa de Giovanni e Maria la ze rapresentativa de mìla de vite segnà da selte difìssili, pèrdite dolorose e 'na speransa che no la moriva mai. Sti emigranti i ga sfidà la fame, la desocupasion e i tassi pesanti ´nte la so tera natìa. Quando i ze rivà in Brasil, i ga trovà novi sfidi: l’isolamento ´nte le colònie, le foreste dense da desboscar e el ricordo de chi che i gavea lassà drio. Ma, no obstante le aversità, ste persone le ga lassà un legado de valore incalcolàbile. Le ga contribuì a formar l’identità de la Serra Gaúcha, criando comunità basà sul laoro duro, la solidarietà e la celebrasion de le tradission culturai. I so dessendenti i contìnua a onorar sto património, tegnendo viva la memòria dei so antenati e perpetuando i so valori.

Spero che sta stòria la inspira 'na riflession su la forsa del spìrito umano davanti a le adversità e sul’impatto duraduro de chi che ga avuto el coraio de ripartir. Che la sia anca un tributo a la memòria dei pionieri italiani, de chi che con el so coraio el risuona ancora tra le montagne e le vali che i ga contribuì a trasformar in ´na casa.

Con gratitùdine e rispeto,

Dr. Luiz C. B. Piazzetta