Emigração italiana por região entre os anos de 1876/1900 e 1901/1915
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Abruzzo | 
109.038 | 
2,1 | 
486.518 | 
5,5 | 
| 
Basilicata | 
191.433 | 
3,6 | 
194.260 | 
2,2 | 
| 
Calabria | 
275.926 | 
5,2 | 
603.105 | 
6,9 | 
| 
Campania | 
520.791 | 
9,9 | 
955.188 | 
10,9 | 
| 
Emilia | 
220.745 | 
4,2 | 
469.430 | 
5,4 | 
| 
Friuli V.G. | 
847.072 | 
16,1 | 
560.721 | 
6,4 | 
| 
Lazio | 
15.830 | 
0,3 | 
189.225 | 
2,2 | 
| 
Liguria | 
117.941 | 
2,2 | 
105.215 | 
1,2 | 
| 
Lombardia | 
519.100 | 
9,9 | 
823.695 | 
9,4 | 
| 
Marche | 
70.050 | 
1,3 | 
320.107 | 
3,7 | 
| 
Molise | 
136.355 | 
2,6 | 
171.680 | 
2,0 | 
| 
Piemonte | 
709.076 | 
13,5 | 
831.088 | 
9,5 | 
| 
Puglia | 
50.282 | 
1,0 | 
332.615 | 
3,8 | 
| 
Sicilia | 
226.449 | 
4,3 | 
1.126.513 | 
12,8 | 
| 
Toscana | 
290.111 | 
5,5 | 
473.045 | 
5,4 | 
| 
Umbria | 
8.866 | 
0,15 | 
155.674 | 
1,8 | 
| 
Veneto | 
940.711 | 
17,9 | 
882.082 | 
10,1 | 
| 
Total Emigrantes | 
5.257.911 | 
100 | 
8.769.749 | 
100 | 
Principais países que receberam emigrantes italianos entre os anos de 1876/1976
| 
França | 
4.117.394 | 
Estados Unidos | 
5.691.404 | 
| 
3.989.813 | 
Argentina | 
2.969.402 | |
| 
Alemanha | 
2.452.587 | 
Brasil | 
1.456.914 | 
| 
Bélgica | 
535.031 | 
Canadá | 
650.358 | 
| 
Inglaterra | 
263.598 | 
Austrália | 
428.289 | 
| 
Outros | 
1.188.135 | 
Venezuela | 
285.014 | 
| 
Total | 
12.546.558 | 
11.481.381 | 
Segundo dados colhidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) entre os anos de 1884 e 1939 entraram no Brasil 4 milhões de emigrantes, sendo que os italianos constituíam a grande maioria. 
A primeira leva era formada prevalentemente por emigrantes de origem vêneta e foram assentados, principalmente, nas províncias do Rio Grande do Sul e Paraná, em grande lotes de terra, nas colônias organizadas especialmente para recebe-los. 
No Rio Grande do Sul as Colônias:Caxias(que originou as cidades de Caxias do Sul, Flores da Cunha, Farroupilha e São Marcos), Dona Isabel(que deu origem a cidade de Bento Gonçalves) e  Conde D’Eu(que deu origem a Garibaldi e Carlos Barbosa), todos na Serra Gaúcha e também na ColôniaSilveira Martins, na região central do estado (que deu origem as cidades de Silveira Martins, Vale Vêneto, Ivorá, Nova Palma, Faxinal do Soturno, São João do Polesine e Santa Maria). 
No Paraná as Colônias Nova Itália, em Morretes e mais tarde Colônia Santa Felicidade e Colônia Dantas.
A segunda grande onda também foi de trabalhadores agrícolas (braccianti),  destinados às plantações de café no estado de São Paulo. Com a abolição da escravidão no Brasil esses emigrantes vieram para substituir boa parte da mão de obra escrava. Sendo brancos e católicos os emigrantes italianos tiveram um tratamento um pouco diferente daquele reservado aos escravos. No entanto, devido as condições muito duras de trabalho e a mentalidade escravagistas ainda vigente, de muitos senhores de fazendas, a qualidade de vida desses emigrantes era somente um pouco superior aquela dos escravos. 
Essa situação, confirmada por centenas de relatos e denúncias enviadas à Itália, fez com que em 1902, através do decreto Prinetti, o governo italiano proibisse a emigração para aquele estado brasileiro. 
Os emigrantes italianos que chegaram em São Paulo eram na grande maioria pobres agricultores, provenientes do sul da Itália, calabreses, sicilianos e napolitanos.
Aqueles mais corajosos e preparados, que já tinham uma profissão artesanal na Itália, logo abandonaram as fazendas e se aventuraram nos setores de serviços e comércio, nas cidades vizinhas do interior do estado, vindo a melhorar consideravelmente as condições de vida. 
Esses emigrantes destinados para o estado de São Paulo, igual aos que foram assentados nas províncias do sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, quando aqui chegaram não possuíam uma consciência nacional e nem mesmo conheciam a língua do país de proveniência. A língua italiana foi sendo introduzida aos poucos, substituindo os diversos dialetos regionais, que quase sempre eram pejorativamente associados à pobreza. 
Para se distinguirem socialmente, aqueles que começaram a se destacar economicamente passaram a aprender a língua italiana.
No Rio Grande do Sul aconteceu o contrário, os emigrantes italianos, na sua grande maioria composta de vênetos, lombardos e friulanos, ficaram durante muito tempo isolados nas colônias, distantes dos grandes centros, criaram a sua própria língua como forma de poderem se comunicar entre si. Também não conheciam a língua italiana e falavam somente os seus diversos dialetos regionais e muitas vezes somente aqueles dos locais de proveniência. A essa nova língua foi dado o nome de Talian, hoje uma língua verdadeira, com gramática própria e centenas de livros publicados. É falada ainda hoje por uma grande parte da população dos três estados do sul do Brasil. 
A língua italiana somente nos últimos anos é que se difundiu um pouco mais, mas como uma forma de enriquecimento cultural pessoal, tal como o francês ou o inglês, nos meios mais elitizados da sociedade gaúcha e jamais para se comunicarem entre si, que além do português, é somente feito com o talian. 
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

